“Infelizmente, o TikTok será forçado a encerrar no dia 19 de janeiro”, a menos que “a administração de Joe Biden garanta a não aplicação da lei” que proíbe o popular aplicativo nos Estados Unidos, escreveu a empresa na rede social X, na noite de sexta-feira.
O TikTok vem lutando há meses contra essa lei, aprovada pelo Congresso norte-americano em março, em nome da segurança nacional. No entanto, a Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou, na sexta-feira, a suspendê-la, selando o destino da rede social no país, a menos que haja uma intervenção de última hora.
O novo governo dos Estados Unidos, que assume no dia 20 de janeiro, “implementará medidas para evitar que o TikTok fique indisponível” no país, disse na sexta-feira o conselheiro de segurança nacional escolhido pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma entrevista.
No programa Fox & Friends, da Fox News, o deputado da Flórida Mike Waltz lembrou que a lei federal que pode proibir a rede social até domingo “permite prorrogação, desde que haja um acordo viável em discussão”.
Um dia antes, também na Fox News, Mike Waltz disse que o presidente eleito estava explorando opções para “preservar o TikTok” após ser questionado sobre uma notícia do The Washington Post, que relatava que Trump estava considerando uma ordem executiva para suspender a execução de uma lei federal.
“Se a Suprema Corte decidir a favor da lei, o Presidente Trump foi muito claro: primeiro, o TikTok é uma grande plataforma que muitos americanos utilizam e tem sido ótima para sua campanha e para divulgar sua mensagem. Em segundo lugar, ele protegerá os seus dados”, disse Waltz.
“Ele é um negociador. Não quero me adiantar às nossas ordens executivas, mas vamos criar esse espaço para implementar este acordo”, acrescentou.
Enquanto isso, Pam Bondi, escolhida por Trump para procuradora-geral, evitou uma pergunta em uma audiência no Senado sobre se manteria a proibição do TikTok.
Trump mudou de posição sobre o aplicativo, tendo tentado proibi-lo durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, devido a preocupações com a segurança nacional.
Ele entrou no TikTok durante a campanha presidencial de 2024, e sua equipe o utilizou para se conectar com eleitores mais jovens, especialmente homens, divulgando conteúdo machista.
O republicano prometeu “salvar o TikTok” durante a campanha e deu crédito à plataforma por ajudá-lo a conquistar mais votos dos jovens.
TikTok anuncia enceramento nos EUA no domingo, e faz ‘apelo’ a Biden
RedNote cresce nos EUA em comparação do TikTokSky News/ Reprodução
Com o bloqueio iminente do TikTok nos Estados Unidos, muitos usuários estão migrando para o aplicativo chinês Xiaohongshu, conhecido internacionalmente como RedNote. O bloqueio da plataforma está previsto para o próximo domingo (19).
Assim como o TikTok, o Xiaohongshu — que significa “Pequeno Livro Vermelho” em chinês — combina vídeos curtos com funcionalidades de comércio eletrônico, tornando-se popular na China e em outros países como Malásia e Taiwan. Atualmente, conta com cerca de 300 milhões de usuários.
A maioria dos usuários do aplicativo são mulheres jovens que utilizam o app como um motor de busca para recomendações de produtos, viagens, restaurantes e tutoriais de maquiagem e cuidados com a pele.
Atualmente, o RedNote lidera os rankings de downloads nos EUA, tanto na App Store quanto na Play Store. Com o possível bloqueio do TikTok, a hashtag “TikTokRefugee” (“Refugiado TikTok”) acumulava mais de 100 milhões de visualizações no RedNote até a noite de terça-feira (14).
TikTok vs. RedNote 1. Interface Inicial:
TikTok: Página inicial “For You” (Para você), com vídeos sugeridos para o usuário. RedNote: Página inicial “Explorar”, com conteúdos selecionados. A versão da “For You” é chamada de “Trends”, destacando vídeos populares. 2. Tipo de Conteúdo:
TikTok: Foco em vídeos curtos e tendências virais, predominantemente de entretenimento e humor. RedNote: Conteúdo similar, mas com uma aba que organiza publicações por temas como moda, comida, cosméticos, viagens, jogos, etc.
3. Funções Adicionais:
TikTok: Exclusivamente uma plataforma de compartilhamento de vídeos. RedNote: Além de vídeos, funciona como uma plataforma de e-commerce, permitindo compras de itens variados diretamente no app.
4. Censura e Conteúdo Sensível:
TikTok: Moderado segundo as diretrizes globais, com restrições variadas dependendo da região. RedNote: Conhecido por ter menos censura em temas como LGBTQIA+ e discussões sobre mulheres solteiras, mais sensíveis na China.
5. Origem e Popularidade:
TikTok: Popular globalmente, com uma base massiva de usuários em diversos países, incluindo os EUA. RedNote: Inicialmente focado em turistas chineses, mas ganhou popularidade em regiões como Malásia e Taiwan, e agora cresce nos EUA.
6. Interação do Usuário:
TikTok: Permite curtir, comentar, salvar e compartilhar vídeos. Requer conta para interações plenas. RedNote: Oferece as mesmas interações, mas não é necessário ter uma conta para assistir vídeos.
7. Base de Usuários:
TikTok: Diversificada, com forte presença de adolescentes e jovens adultos. RedNote: Predominantemente jovens mulheres interessadas em produtos de beleza, moda e lifestyle.
8. Proprietários e Investidores:
TikTok: Desenvolvido pela ByteDance, com grandes investidores internacionais. RedNote: Cofundado por Miranda Qu e Charlwin Mao, com acionistas como Alibaba, Tencent, e Temasek.
Recepção dos americanos ao RedNote
Usuários chineses do Xiaohongshu têm acolhido os novos usuários americanos, oferecendo-se para ensinar chinês e compartilhar dicas sobre como navegar na internet chinesa, com alertas para evitar temas politicamente sensíveis que possam ser censurados.
Alguns estudantes chineses aproveitaram a oportunidade para pedir ajuda aos americanos com tarefas de inglês.
Conforme a Reuters, o aplicativo foi cofundado por Miranda Qu e Charlwin Mao, atual presidente e CEO da empresa. Mao possui uma fortuna estimada em 18 bilhões de yuans (US$ 2,5 bilhões), enquanto Qu acumula 12 bilhões de yuans (US$ 1,6 bilhão), segundo a lista de ricos da Hurun na China.
O RedNote é apontado como um potencial candidato a abrir capital na bolsa (IPO), com acionistas como Alibaba, Tencent, Temasek, GSR Ventures, DST Global e GGV Capital.
RedNote vsTikTok: entenda diferenças entre as plataformas
Captura de tela da transmissão da SpaceX mostra o Super Heavy Booster de Starship sendo recuperado enquanto retorna à plataforma de lançamento em Starbase, perto de Boca Chica, Texas, em 16 de janeiro de 2025
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A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (17) que manterá em terra o foguete Starship da SpaceX à espera de uma investigação da companhia de Elon Musk sobre as razões de o módulo superior ter se desintegrado sobre o Caribe durante seu último voo de teste.
Segundo o procedimento, a SpaceX deverá realizar uma “investigação de acidente”, incluída a identificação de qualquer ação corretiva, que a FAA vai revisar antes de determinar que o veículo de lançamento possa voltar a voar.
A SpaceX pode apresentar um pedido para voltar a voar se concluir um processo que comprove que tomou medidas preventivas e que o acidente não colocou a segurança pública em perigo.
A FAA está exigindo que a SpaceX realize uma investigação de acidente sobre a perda do veículo Starship durante as operações de lançamento em 16 de janeiro”, disse a agência.
“Não há registro de feridos na população, e a FAA está trabalhando com a SpaceX e as autoridades correspondentes para confirmar os relatos de danos à propriedade pública nas Ilhas Turcas e Caicos.”
O órgão acrescentou que, durante o evento, ativou por um breve período um protocolo de “Área de resposta a destroços” para reduzir a velocidade das aeronaves fora da área onde os destroços estavam caindo, ou parar as aeronaves no local de partida.
“Várias aeronaves solicitaram desvios devido aos baixos níveis de combustível enquanto mantinham-se fora das áreas impactadas.”
O Starship é o maior e mais poderoso foguete já construído, e é peça-chave para as ambições de Musk de colonizar Marte.
Além disso, a agência espacial americana Nasa espera utilizar uma versão modificada do foguete como um módulo de alunissagem para suas missões tripuladas Artemis para retornar à Lua.
O lançamento sem tripulação de quinta-feira foi o sétimo teste orbital da Starship, e o primeiro envolvendo uma versão melhorada do foguete.
EUA mantém em terra foguete Starship da SpaceX à espera de investigação
Em uma derrota importante para o TikTok, a Suprema Corte dos EUA decidiu que o governo demonstrou preocupações legítimas de segurança nacional sobre a empresa chinesa proprietária do TikTok
Antonin UTZ
A Suprema Corte aprovou por unanimidade, nesta sexta-feira (17), uma lei que ameaça proibir, a partir de domingo, a plataforma TikTok nos Estados Unidos, onde conta com 170 milhões de usuários.
No que constitui uma importante derrota para o TikTok, a mais alta corte do país decidiu que a lei não atenta contra o direito à liberdade de expressão e que o governo americano demonstrou serem legítimas suas preocupações sobre a propriedade chinesa da plataforma.
Funcionários da Casa Branca asseguraram, nesta sexta, que vão deixar a aplicação da lei nas mãos do presidente eleito Donald Trump, que tomará posse na próxima segunda-feira, um dia depois do eventual veto.
“Dada a mera circunstância do calendário, este governo reconhece que as ações para aplicar a lei simplesmente devem recair na próxima administração”, detalhou, em nota, Karine Jean-Pierre, secretária de imprensa do presidente em fim de mandato, Joe Biden.
Trump informou também ter debatido a questão do TikTok com o presidente chinês, Xi Jinping, em um telefonema nesta sexta, e advertiu, posteriormente, que precisa revisar a situação para tomar uma decisão.
“Minha decisão sobre o TikTok será tomada em um futuro não muito distante, mas preciso ter tempo para revisar a situação. Fiquem atentos!”, ressaltou Trump em sua rede, Truth Social.
Em um aparente sinal de apoio a um adiamento, o Departamento de Justiça, que seria o encarregado de fazer cumprir a lei, afirmou, em um comunicado, que sua aplicação “será um processo que se desenvolverá ao longo do tempo”.
– “Preocupações bem fundamentadas” –
Na semana passada, a Suprema Corte ouviu os argumentos da empresa ByteDance, proprietária da popular rede de vídeos curtos, nos quais alegava que a entrada em vigor da norma devia ser paralisada por constituir uma violação à liberdade de expressão.
No ano passado, o Congresso americano tinha aprovado a legislação por esmagadora maioria. Nela, a empresa chinesa é obrigada a vender o Tiktok ou a encerrar suas operações nos Estados Unidos antes de 19 de janeiro.
“Não há dúvida de que, para mais de 170 milhões de americanos, o TikTok oferece uma importante via para se expressar, um instrumento de participação e uma forma de criar comunidade”, avaliaram os juízes em sua decisão desta sexta.
“Mas o Congresso determinou que a suspensão é necessária para abordar suas preocupações bem fundamentadas sobre a segurança nacional quanto às práticas de compilação de dados do TikTok e sua relação com um adversário estrangeiro”, concluíram.
Com esta decisão, a data de entrada em vigor da proibição é mantida para o domingo, embora legisladores e funcionários de todo o espectro político tenham pedido algum tipo de adiamento.
A lei em questão foi concebida como resposta à crença generalizada em Washington de que o Tiktok está sendo usado pela China com fins de espionagem ou propaganda.
– “Acordo viável” –
Em declarações à Fox News na quinta-feira, o escolhido para ser assessor de Segurança Nacional de Trump, Mike Waltz, antecipou que a futura administração adotará medidas “para evitar que o TikTok seja apagado”.
“A legislação permite uma extensão desde que haja um acordo viável sobre a mesa”, explicou. “Essencialmente, isto dá tempo ao presidente Trump para que o TikTok continue funcionando”.
“Foi uma grande plataforma para ele e sua campanha para difundir sua mensagem ‘os Estados Unidos primeiro’”, ressaltou. “Mas, ao mesmo tempo, ele quer proteger os dados [dos usuários]”.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, também pediu na véspera que a iminente proibição do TikTok seja adiada.
“Está claro que é preciso mais tempo para encontrar um comprador americano e não perturbar a vida e o sustento de milhões de americanos, de tantos influenciadores que construíram uma boa rede de seguidores”, avaliou.
Se esta legislação finalmente entrar em vigor, os provedores de internet e as lojas de aplicativos da Apple e do Google serão obrigados a impedir que o TikTok possa ser baixado depois da data limite.
O advogado da plataforma, Noel Francisco, assegurou que a rede “será apagada” no domingo se a justiça não bloquear a proibição, ao mesmo tempo em que informações divulgadas pela imprensa apontaram que a empresa está planejando uma suspensão total do serviço nos Estados Unidos.
Na campanha eleitoral, Trump prometeu salvar o TikTok e sua equipe vem estudando formas de paralisar a proibição ou resgatar o aplicativo.
Quando Trump assumir a Presidência, a aplicação da lei recairá em seu procurador-geral, que poderia optar ou não por executá-la ou retardá-la, desafiando o apoio avassalador do Congresso à iniciativa.
Suprema Corte aprova lei que contempla proibição do TikTok nos EUA
SÃO PAULO, SP (REVISTA SIMPLES) – A Suprema Corte dos Estados Unidos recusou um recurso feito pela empresa chinesa ByteDance e manteve a lei que impõe a interrupção dos serviços do TikTok ou a venda das operações no país a partir deste domingo (19).
De acordo com a agência de notícias Reuters, a empresa deve retirar o TikTok do ar no território norte-americano no fim de semana e deixar os seus 170 milhões de usuários sem a opção de usá-lo.
A legislação aprovada em abril do ano passado determina a proibição apenas de novos downloads do TikTok nas lojas de aplicativos da Apple ou do Google, enquanto os usuários existentes poderiam continuar a usá-lo por algum tempo.
De acordo com o plano do TikTok, as pessoas que tentarem abrir o aplicativo verão uma mensagem pop-up direcionando-as para um site com informações sobre a proibição, segundo a Reuters.
A lei que foi mantida pela Suprema Corte obriga a ByteDance a vender suas operações nos EUA ou então enfrentar uma proibição nacional até o domingo, véspera da posse do presidente eleito, Donald Trump.
Os juízes decidiram que a lei, aprovada por maioria bipartidária no Congresso, não viola a proteção da Primeira Emenda da Constituição dos EUA contra a restrição governamental à liberdade de expressão.
A Suprema Corte agiu rapidamente no caso, tendo realizado audiências em 10 de janeiro, apenas nove dias antes do prazo estabelecido pela lei. O caso opôs os direitos de liberdade de expressão às preocupações com a segurança nacional na era da mídia social.
A menos que um comprador seja encontrado e a empresa seja desmembrada nos próximos dois dias, a lei exige que o aplicativo de vídeo seja removido das lojas de aplicativos da Apple e do Google.
No entanto, a mídia dos EUA informou na quinta-feira (16) que o presidente dos EUA, Joe Biden, não aplicará nenhuma proibição durante seus últimos dias no cargo.
Trump prometeu “salvar” o aplicativo quando assumir a Casa Branca , sem fornecer maiores detalhes. Após o anúncio da Suprema Corte, o presidente eleito postou que tomará uma decisão sobre o destino do TikTok em um “futuro não muito distante”.
“A decisão da Suprema Corte era esperada, e todos devem respeitá-la. Minha decisão sobre o TikTok será tomada em um futuro não muito distante, mas preciso ter tempo para analisar a situação”, disse Trump em sua rede social Truth Social.
Além disso, Trump conversou com o presidente da China, Xi Jinping, sobre a decisão. “A ligação foi muito boa tanto para a China quanto para os EUA. Espero que resolvamos muitos problemas juntos e que comecemos imediatamente. Discutimos o equilíbrio do comércio, o fentanyl, o TikTok e muitos outros assuntos”, escreveu Trump em sua rede social.
As autoridades em Pequim estariam discutido usar Elon Musk, dono do X (ex-Twitter) como intermediário em uma potencial venda das operações do aplicativo nos EUA, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto. Oficialmente, o TikTok nega e trata a suposta negociação como “pura ficção”.
A legislação foi motivada por preocupações de que a plataforma de vídeo, que explodiu em popularidade entre os adolescentes, pudesse ser usada por Pequim para espionagem ou para espalhar propaganda.
O aplicativo de mídia social buscou anular a lei argumentando que era inconstitucional e que violava as proteções da Primeira Emenda para a liberdade de expressão. Porém, o recurso foi negado nesta sexta-feira.
O PODER DO TIKTOK
O poderoso algoritmo do TikTok, seu principal ativo, alimenta os usuários individualmente com vídeos adaptados aos seus gostos. A plataforma apresenta uma vasta coleção de produções, geralmente com menos de um minuto de duração, que podem ser vistos com um aplicativo para smartphone ou em navegadores de internet.
Cerca de um terço dos adultos nos EUA dizem usar o TikTok, e esse número salta para 59% entre pessoas com menos de 30 anos, de acordo com o Pew Research.
O aplicativo deu origem a uma nova safra de celebridades e impulsionou livros, músicas e filmes. O aplicativo também se tornou cada vez mais uma fonte de notícias, ajudando a moldar a conversa em torno da guerra Israel-Hamas e da eleição presidencial dos EUA do ano passado.
Por isso, o aplicativo tornou-se um dos produtos mais buscados para anúncios para a Geração Z. Segundo o Financial Times, o TikTok recebe entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões (R$ 90,73 bilhões a R$ 120,97 bilhões) de receita publicitária por ano, além dos mais de 170 milhões de usuários. A publicação apontou que Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) e YouTube devem ser os beneficiados com a saída do TikTok nos EUA.
A China e os Estados Unidos são rivais econômicos e geopolíticos, e o fato de o TikTok ser propriedade de chineses tem gerado preocupações entre os líderes norte-americanos.
A disputa sobre o TikTok se desenrolou durante os últimos dias da gestão Biden e em um momento de crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
O governo Biden disse que a lei visa combater o controle do aplicativo por um adversário estrangeiro, não o discurso protegido pela Constituição, e que o TikTok poderia continuar operando como está se for vendido pelos controladores chineses.
Durante a argumentação do caso, a advogada do Departamento de Justiça Elizabeth Prelogar disse que o controle do TikTok pelo governo chinês representa uma “grave ameaça” à segurança nacional dos EUA, com a China buscando acumular grandes quantidades de dados confidenciais sobre os norte-americanos e se envolver em operações secretas de influência.
Prelogar argumentou que a China obriga empresas como a ByteDance a entregar secretamente dados sobre usuários de mídias sociais e a cumprir as diretrizes do governo chinês.
O imenso conjunto de dados do TikTok, acrescentou Prelogar, representa uma ferramenta poderosa que poderia ser usada pelo governo chinês para assédio, recrutamento e espionagem, e que a China “poderia usar o TikTok como arma a qualquer momento para prejudicar os Estados Unidos”.
Trump se opõe à proibição, em uma inversão de posição em relação ao seu primeiro mandato, quando ele pretendia proibir o TikTok. Trump disse que tem “um carinho especial pelo TikTok”, opinando que o aplicativo o ajudou com os jovens eleitores na eleição de 2024.
Em dezembro, Trump pediu à Suprema Corte que suspendesse a lei para dar ao seu novo governo “a oportunidade de buscar uma solução política para as questões em pauta no caso”. Mas, embora Trump tenha prometido “salvar” o TikTok, muitos de seus aliados republicanos apoiaram a proibição.
Mike Waltz, o novo conselheiro de segurança nacional de Trump, disse na quinta-feira que o novo governo manterá o TikTok ativo nos Estados Unidos se houver um acordo viável. Waltz indicou que a administração republicana “adotará medidas para evitar que o TikTok fique no escuro” e citou uma disposição da lei que permite uma prorrogação de 90 dias se houver “progresso significativo” em direção a uma venda.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse na quinta-feira que o TikTok deveria ter mais tempo para encontrar um comprador norte-americano e que ele trabalharia com o governo Trump “para manter o TikTok vivo, ao mesmo tempo em que protege nossa segurança nacional”.
O presidente-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, comparecerá à posse de Trump na segunda-feira e ficará sentado entre outros convidados de alto nível.
Suprema Corte mantém lei contra TikTok e aplicativo deve sair do ar nos EUA
A Suprema Corte aprovou por unanimidade, nesta sexta-feira (17), uma lei que ameaça banir o TikTok dos Estados Unidos, onde tem 170 milhões de usuários, a partir de domingo.
Em uma derrota significativa para o TikTok, o tribunal decidiu que a lei não infringe o direito à liberdade de expressão e que o governo dos EUA mostrou que suas preocupações sobre a propriedade chinesa do aplicativo são legítimas.
Na semana passada, a Suprema Corte ouviu os argumentos da ByteDance, empresa controladora da popular plataforma de vídeos curtos, de que a entrada em vigor da regra deveria ser interrompida por ser uma violação da liberdade de expressão.
No ano passado, o Congresso americano havia aprovado majoritariamente a legislação, que exige que a empresa chinesa venda o Tiktok ou cesse suas operações no país 19 de janeiro.
“Não há dúvida de que, para mais de 170 milhões de americanos, o TikTok oferece uma importante via de autoexpressão, uma ferramenta de participação e uma forma de construir uma comunidade”, disseram os juízes em sua decisão desta sexta-feira.
“Mas o Congresso determinou que a transferência é necessária para tratar de suas preocupações de segurança nacional bem fundamentadas sobre as práticas de coleta de dados do TikTok e seu relacionamento com um adversário estrangeiro”, concluíram.
Com essa decisão, a data de vigência da proibição continua marcada para domingo, embora legisladores e autoridades de todo o espectro político tenham solicitado algum tipo de adiamento.
Futuro do TikTok
A lei em questão foi concebida como uma resposta à crença generalizada em Washington de que o Tiktok está sendo usado pela China para fins de espionagem ou propaganda.
As autoridades da Casa Branca garantiram a jornalistas nesta sexta-feira que não aplicariam a proibição e a deixariam nas mãos do presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, um dia após o eventual veto.
Trump disse que discutiu a questão do TikTok com o presidente chinês, Xi Jinping, em uma conversa telefônica nesta sexta.
Justiça toma decisão e TikTok pode ser banido dos EUA no domingo
Um retrato do magnata Elon Musk, com uma bandeira da União Europeia ao fundo, em uma imagem tirada em Bruxelas em 7 de janeiro de 2025
A suspensão da rede social X na UE, onde a atividade política do magnata Elon Musk está causando notória irritação, é possível de acordo com as regras europeias, mas, de qualquer forma, seria temporária, segundo especialistas consultados pela AFP.
O ex-comissário do Mercado Interno Thierry Breton argumentou na emissora francesa LCI, na semana passada, que existem “duas leis (…) que eventualmente permitiriam que um juiz impusesse” uma suspensão: a Lei de Serviços Digitais (DSA) e a Lei de Mercados Digitais (DMA), que entraram em vigor em 2024.
Musk e Breton têm uma disputa pessoal.
O proprietário do X chama o ex-comissário francês de “tirano da Europa”, enquanto Breton acusou o bilionário de “interferência estrangeira” depois que ele expressou apoio ao partido alemão de extrema direita AdF.
Nesta sexta-feira (17), a Comissão Europeia anunciou uma extensão de sua investigação sobre a rede social X, em meio a suspeitas de manipulação de seus algoritmos para apoiar partidos de extrema direita.
Musk é um forte aliado de Donald Trump, que assume novamente o cargo de presidente dos EUA na segunda-feira, e sua principal tarefa como primeiro-ministro será reformar e reduzir a burocracia federal dos EUA.
Qual é a estrutura regulatória?
O X, como outras plataformas, está sujeito a obrigações mais rigorosas do que as plataformas menores na UE, especialmente em termos de moderação.
O novo regulamento europeu destaca sua potencial “influência considerável (…) na formação da opinião pública”.
O texto enfatiza os riscos que essas plataformas representam para o exercício da “liberdade e pluralismo da mídia” e os riscos dos “efeitos negativos reais ou previsíveis nos processos democráticos”.
No entanto, a sua aplicação prática pode ser complexa, diz Alexandre De Streel, especialista em direito digital do Centro de Regulamentação da Europa, com sede em Bruxelas.
“Provar que um algoritmo é tendencioso em favor de determinado conteúdo (…) não é evidente, pois você precisa ter acesso ao próprio algoritmo e entender como ele funciona.”
Quais sanções são possíveis?
A suspensão da rede X “não é um caminho totalmente óbvio. É realista, mas extremo”, diz Jean Cattan, secretário-geral do Conselho Digital da França.
Uma proibição definitiva não está prevista pela DSA.
A sanção máxima, uma suspensão temporária, é possível após a decisão de um juiz e vem como último recurso, após a possibilidade de uma multa de até 6% do faturamento global anual da plataforma.
Essa reação progressiva necessariamente se estenderia ao longo do tempo.
“O DSA não nos permite reagir com rapidez suficiente”, diz Cattan, que cita o caso da Romênia, onde a eleição presidencial foi suspensa e a Comissão Europeia abriu uma investigação sobre o TikTok após o primeiro turno.
Essa rede é suspeita de ter apoiado a interferência russa em favor do candidato de extrema direita Calin Georgescu.
No momento, cerca de 30 eurodeputados de esquerda, direita, verdes e centristas escreveram para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta semana, pedindo que ela examine a conformidade do X com a DSA, citando, entre outros, o caso da “campanha eleitoral alemã”.
“Onde está a Comissão Europeia e o que ela pretende fazer agora que descobriu que a Plataforma X não está em conformidade com a Lei de Serviços Digitais?”, pergunta a carta.
No entanto, há vozes na UE que defendem Elon Musk. Um eurodeputado esloveno defendeu a concessão do Prêmio Nobel da Paz, elevando-o como um herói da “liberdade de expressão”.
Um debate também está programado para terça-feira no hemiciclo de Estrasburgo sobre as denúncias de interferência dirigidas a Elon Musk.
No mês de fevereiro, a volta às aulas será desafiadora. Estará em vigor e válida para todos os estabelecimentos de ensino da educação básica do país, a Lei Federal 15.100, sancionada pela Presidência da República nessa semana, em 13 de janeiro. Ela versa sobre a proibição de uso do celular nos estabelecimentos de ensino no nível básico e médio em todo o país.
Gilberto Namastech
Nomofobia é o medo de ficar sem celular
A nomofobia, medo mórbido de ficar sem o celular, exigirá muito dos professores, psicopedagogos e dirigentes dos estabelecimentos de ensino, visto que o vício em telas atinge níveis alarmantes em nossa juventude. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad/TIC), realizada em 2022 pelo IBGE, cresce cada vez mais rápido o número de crianças e jovens com acesso à internet, estimado em 84,9% na faixa etária entre 10 a 13 anos. Destes, 54,8% acessam pelo próprio aparelho celular. Dos 94,1% compreendidos na faixa etária de 14 a 19 anos, 84,7% acessam pelos seus aparelhos.
O que me chamou mais atenção na Lei 15.100 são as obrigações atribuídas aos estabelecimentos de ensino que, em tese, quando bem observadas, trariam grande contribuição à saúde mental de nossas crianças e jovens:
Políticas preventivas e de tratamento do sofrimento psíquico e da saúde mental dos estudantes, conscientizando sobre a importância do uso moderado a os riscos de acesso aos conteúdos impróprios;
Capacitação e treinamento recorrentes do corpo docente sobre métodos de identificação, formas de prevenção e principalmente, orientação quanto a abordagem dos alunos sempre que se identificar sinais de sofrimento psíquico, ideações suicidas etc resultantes da dependência de telas e de aparelhos eletrônicos em geral, inclusive da abstinência de uso.
Disponibilidade de um espaço físico de referência para acolher estudantes e colaboradores do estabelecimento que precisem de apoio no tratamento da nomofobia.
A grande questão que se levanta é se afinal a dependência de Telas, a hiper conectividade e o uso excessivo de aparelhos eletrônicos é ou não prejudicial a saúde física e mental de todos nós.
Dados do Instituto de Ciências Médicas Gerais (NINGS) dos EUA, indicam que o uso noturno das telas, pode confundir o nosso relógio biológico devido ao efeito da luz dos dispositivos, provocando distúrbios do sono e outras doenças crônicas, entre as quais a obesidade e a depressão.
A psicóloga Victoria Dunckley, em seu livro “Reset Your Child’s Brain” (“Redefina o Cérebro do seu Filho”) alerta para os efeitos da dessensibilização do sistema de recompensa do cérebro. Ela explica que os dispositivos provocam vícios dopamínicos nos usuários, especialmente quando acessam jogos eletrônicos e as redes sociais. No caso dos jogos é fácil compreender pois se condiciona ao vício de ganhar, competir, superar e isso provoca uma descarga cerebral de dopamina. No caso das redes sociais, a apreensão psíquica se dá na necessidade de ser visto, ser reconhecido, verificação permanente de sua performance de “likes” e visualizações, bem como de respostas às suas interações. É mesmo um ópio digital.
Slowphone Brasi
Uso Focado
Slowphone Brasi
Uso Distraído
Opinião Médica
Nessa Era de disrupção digital e aceleração tecnológica, pais, avós, educadores e os próprios jovens estão bastante perdidos no que se refere ao processo de ensino-aprendizado, a socialização, o conjunto de crenças, valores e tudo isso impactado pela manipulação algorítimica, gerando extremismos, polarizações e impulsionamentos de mentiras, ódio e deturpação da realidade com impactos imediatos no emocional dos seus “usuários”. Então convido a você leitor, a deitar no Divã de um especialista nesses temas. Segue abaixo a transcrição de um bate-papo que tive com o neuropsicólogo, expert em avaliação psicológica e doutor em educação, Dr.Demerval Guilarducci Bruzzi:
Gilberto Namastech
Dr.Demerval
É mito ou verdade que o uso intensivo de telas pode acarretar em dependência?
Sim, o uso excessivo de telas pode causar dependência digital. Essa dependência pode afetar a saúde mental e física, e prejudicar a capacidade de interação com outras pessoas. O vício em telas é mais comum em adolescentes e jovens adultos do que em pessoas de meia idade e idosos, mas pode acometer todas as idades. a pandemia de covid-19 agravou o quadro, porém os efeitos danosos estão aparecendo, e aparentemente pouco temos feito a este respeito. Muito pelo contrário: é comum vermos atualmente jovens estudando em seus celulares em plena sala de aula.
Reforço que a tecnologia muito nos ajuda. O que se discute atualmente, no entanto, é o efeito deste uso excessivo em nosso cérebro. Já sabemos que, semelhante à herança genética, as experiências que vivenciamos desde os primeiros momentos de vida têm impacto enorme na arquitetura e funcionamento cerebral e se estendem por toda a vida.
Neste sentido, é sempre bom lembrar que o período entre a primeira infância e a idade escolar (no Brasil algo entre 0 a 8 anos de idade) é quando os hábitos de vida são estabelecidos. Assim, manter relacionamentos seguros e hábitos saudáveis é fundamental no desenvolvimento. Nesta faixa etária, os pais desempenham papel crucial na determinação dos hábitos das crianças, e o que estamos vendo é a utilização de celulares e afins como uma espécie de babá — muitos pais delegam ao celular a tarefa de entretenimento de seus filhos, potencializando assim o risco do chamado “vicio de Tela”.
Outro fator problemático é relacionado ao uso das telas pelos pais, ou seja, como os comportamentos associados ao uso de aparelhos eletrônicos afetam de forma negativa seus filhos.
Muito temos lido a respeito da recompensa em forma de luz, cores e sons das telas que se manifesta em nível neural com a secreção de dopamina, fazendo com que o uso da tela se torne gratificante e potencialmente viciante, afinal, as mesmas redes neurais de prazer são ativadas quando temos acesso a uma mensagem positiva (quando ganhamos em um jogo, por exemplo), favorecendo, assim, o comportamento impulsivo e uso compulsivo das telas pelas crianças, adolescentes, adultos e até os mais velhos — de acordo com o IBGE, o aumento do percentual de pessoas que utilizaram a internet, de 2019 a 2022, foi maior entre adultos de 50 a 59 anos e de 60 anos ou mais (crescimento de 11,9 e 17,3 pontos percentuais, respectivamente).
Qual é o tempo médio diário suficiente para viciar no uso de telas?
É complicado estipular isso, pois depende do organismo, o instituto de psiquiatria do Paraná explica bem, o processo ao colocar que um vício, ou uma dependência, se forma a partir da busca do prazer. Embora isso possa parecer algo imaturo para algumas pessoas, existe uma base biológica para todo esse processo. Essencialmente, vícios ocorrem porque eles sequestram o mecanismo de recompensa do cérebro, fazendo com que uma pessoa tenha uma recompensa maior (prazer) com menos esforço.
Tudo isso começa a partir de um neurotransmissor chamado dopamina, que é responsável pela sensação de prazer, mas também pela motivação. Quando uma pessoa recebe uma recompensa por uma tarefa, a dopamina faz com que a pessoa sinta prazer e associe essa tarefa a essa sensação, fazendo com que a pessoa tenha mais chances de repetir essa mesma tarefa no futuro.
Contudo, a quantidade de dopamina vai depender da qualidade da recompensa. A falta de uma recompensa diminui a quantidade de dopamina liberada, fazendo com que a pessoa se sinta desmotivada a repetir o comportamento. Além disso, se o esforço empregado na tarefa for muito maior do que a recompensa recebida, o resultado também é uma diminuição da dopamina, desmotivando a pessoa.
Já quando a recompensa é bastante prazerosa, a pessoa tende a repetir o comportamento mais vezes. É assim que drogas acabam viciando: a pessoa tem só o esforço de usar a droga, enquanto a recompensa são os efeitos da substância no organismo, trazendo sensação de prazer com pouco esforço.
O mesmo ocorre em relação às telas: proporcionando entretenimento com poucos cliques ou toques na tela, o esforço para sentir prazer é demasiadamente pequeno, fazendo com que a pessoa interaja cada vez mais com as telas e, ao ficar distante delas, acabe tendo sintomas de abstinência, evidenciando então uma dependência.
Os vícios não são um fenômeno novo e não é raro que mesmo pessoas que não se considerem viciadas em nada acabem tendo um vício que não percebem. São “microprazeres” do dia-a-dia que passam despercebidos por serem vistos como normais, como o consumo de alimentos altos em açúcares e gorduras, assistir vídeos curtos de coisas que gostam, entre outros.
Contudo, é importante ressaltar que se enquadra como vício quando a pessoa faz um uso compulsivo independente de seus impactos na sua vida, na saúde, na sociabilidade, nas atividades diárias, nos estudos e trabalho, entre outros. A pessoa passa a negligenciar essas outras esferas da vida para se empenhar em seu vício, mesmo que isso tenha um custo elevado.
Muitas pessoas acreditam estar viciadas em telas por passarem um tempo considerável de seus dias olhando para telas. No entanto, quando isso não traz prejuízos ao seu funcionamento normal e a pessoa não sofre sintomas de abstinência ao ficar longe de telas, pode se tratar só de um caso de procurar outras prioridades e não necessariamente um vício.
Em suas observações clínicas atendendo jovens, quais são os principais transtornos apresentados?
O que mais pego é ansiedade e depressão, além de uso abusivo de maconha ;- com relação a ansiedade e depressão temos muitos fatores envolvidos que vão desde a baixa resiliência, isolamento social, até mesmo total falta de perspectiva.
Ainda neste sentido, a depressão pode estar ligada a questões tecnológicas sim, pois uma das questões mais prementes na psicologia do século XXI é a influência da tecnologia na saúde mental. O uso massivo de dispositivos digitais, redes sociais e aplicativos relacionados ao tema redefine a forma como as pessoas se relacionam consigo mesmas e com os outros. O desafio reside em equilibrar os benefícios dessas ferramentas com os riscos associados, como a dependência tecnológica e o aumento dos casos de ansiedade e depressão relacionados ao uso excessivo das mídias digitais, e isso já sabemos não é apenas uma questão social ou psicossocial, e sim uma questão que envolve diversos mecanismos cerebrais, como, por exemplo, todo sistema límbico.
É fato que o imediatismo proporcionado pelas tecnologias tem afetado nosso dia a dia, e apesar dos jovens serem os mais afetados (talvez pela proximidade com a tecnologia) os adultos não estão fora deste processo degradante. A cada dia, aportam neste mundo digital, mais e mais pessoas insatisfeitas com a sua própria vida, buscando no algoritmo das redes sociais a felicidade perdida.
De que maneira esses transtornos podem afetar a Vida de uma maneira geral?
Como abordado até o momento, o vicio nas telas equiparam-se a qualquer outro vício, ou seja, pode levar a pessoa a ter comportamentos disfuncionais, e consequentemente atrapalhar, ou melhor, desordenar toda sua vida, desde isolamento social até perda de emprego,m reprovação na escola, etc.
Considera acertada a decisão do Governo Federal em proibir a utilização de celulares nas escolas?
O ponto aqui, não é só político ideológico, apesar do texto acima, e sim, de organização e competência no que se está propondo, ou seja, a questão central não deve ser a proibição do celular em sala de aula e sim o uso recreativo do celular durante as aulas. E honestamente, com a tecnologia atual isso é fácil de se resolver.
Como disse na mensagem, aqui me assusta mais, pois temos muitos fatores políticos ideológicos envolvidos. Que vão desde um cuidado exagerado, ou mesmo, imposto, até o atual cenário onde os alunos começam a filmar as aulas apontando os processos políticos ideológicos sendo levados para sala de aula pelos professores na intenção de”evangelizar” seus alunos nas ideologias que pregam e aqui me refiro a esquerda e direita). O fato mais atual e gritante neste sentido é do estudante da UNB Wilker Leão.
Segue link dos vídeos do Wilker na UNB : https://youtu.be/CDgXTF3ZOAQ?si=Xl-NzWnRME5ItAAm
É verídica a afirmativa de que o uso Intensivo de telas prejudica as sinapses neurais? Quais seriam as implicações à longo prazo?
As conexões neurais são feitas a partir de estímulos. |Assim, é preciso entender melhor este processo, ou seja, voltamos a tudo o que falamos até agora.
É sempre bom lembrar que até agora tivemos mudanças de meios e não de métodos no processo educacional e, que nós seres humanos só aprendemos de 6 formas diferentes desde nossa existência.
É verdade que os jovens da geração atual demonstram um QI inferior ao das gerações anteriores?
Quem começou com este assunto foi o escritor do livro FABRICA DE CRETINOS DIGITAIS, e ele apresenta, ou melhor cria a ideia de causalidade, ou seja, o QI é menor em decorrência das redes sociais e consequentemente das telas. Nós já vimos que existem uma influência das telas OK, porém são diversos fatores associados que vão desde professores pessimamente formados, até falta de interesse do Governo em apoiar a educação. Assim alunos com formação deficitária obviamente terão menor QI, e/oiu dificuldade de aprendizagem.
Neste sentido é bom lembrar que a inteligência tem sido definida popularmente e ao longo da história de muitas formas diferentes, tais como em termos da capacidade de alguém/algo para lógica, abstração, memorização, compreensão, autoconhecimento, comunicação, aprendizado, con trole emocional, planejamento e resolução de problemas
E de acordo com a APA – “Os indivíduos diferem na habilidade de entender ideias complexas, de se adaptarem com eficácia ao ambiente, de aprenderem com a experiência, de se engajarem nas várias formas de raciocínio, de superarem obstáculos mediante o pensamento. Embora tais diferenças individuais possam ser substanciais, nunca são completamente consistentes: o desempenho intelectual de uma dada pessoa vai variar em ocasiões distintas, em domínios distintos, a se julgar por critérios distintos. Os conceitos de ‘inteligência’ são tentativas de aclarar e organizar esse conjunto complexo de fenômenos.”
Já para Mainstream Science on Intelligence “uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. Não é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um talento para sair-se bem em provas. Ao contrário disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta – ‘pegar no ar’, ‘pegar’ o sentido das coisas ou ‘perceber’ uma coisa.”
Assim, podemos dizer que a inteligência não verbal ensina como dominar a capacidade de interpretar e usar os sinais não verbais usados no contexto profissional para avaliar e influenciar os outros.
Já o QI, ou quociente de inteligência, é um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes nos quais especialistas incluem as habilidades que julgam compreender as habilidades conhecidas pelo termo inteligência. É uma quantidade multidimensional – um amálgama de diferentes tipos de habilidades, sendo que a proporção de cada uma delas muda de acordo com o teste aplicado. A dimensionalidade das pontuações de QI pode ser estudada pela análise fatorial, que revela um fator dominante único no qual se baseiam as pontuações em todos os possíveis testes de QI. Esse fator, que é uma construção hipotética, é chamado g ou, algumas vezes, chamado de habilidade cognitiva geral ou inteligência geral.
Na população geral, a maioria dos indivíduos tem QI em torno de 100 (de 85 a 115). Indivíduos com QI acima de 130 são considerados superdotados, os com resultado abaixo de 70 apresentam deficiência intelectual, classificada como leve (QI 50-70), moderada (QI 35-50) e grave/profunda (QI <35).
Os Professores e o sistema de ensino em geral, estão preparados para lidar com os Nativos Digitais?
Não…definitivamente não; péssima formação. Em meu livro: “O uso da tecnologia na educação”, eu explico bem isso. Tivemos mudanças de meios e não de métodos.
Além do mais, os professores atuais, advém das piores escolas do IDEB.
Que recomendações daria aos pais e mestres sobre a melhor forma de apoiar a saúde psicológica e emocional dos jovens?
Falamos sobre isso… Regras Claras. O problema é que os pais atuais não querem “entristecer” seus filhos, não querem gerar traumas. Quando na verdade é o contrário. È preciso ORDEM e REGRAS CLARAS.
O autor do livro Fabrica de Cretinos Digitais aponta:
“Antes dos 6 anos Ausência de telas. Para crescerem de modo saudável, crianças pequenas não precisam de telas. Elas precisam que falemos com elas, que leiamos histórias para elas, que lhes demos livros. Elas precisam se entediar, brincar, montar quebra-cabeças, construir casas com Lego, correr, pular, cantar. Elas necessitam desenhar, praticar esporte, música, etc. Todas essas atividades (e muitas outras semelhantes) constroem seu cérebro de forma mais segura do que qualquer tela recreativa. Ainda mais que a ausência de exposição digital durante os primeiros anos da vida não provoca nenhum impacto negativo a curto ou longo prazo. Dito de outra maneira, a criança não se tornará um dependente no mundo digital porque não foi exposta às telas durante seus seis primeiros anos de sua vida. Ao contrário. O que ela desenvolverá longe das telas a ajudará a melhor utilizar o que o digital pode oferecer de positivo”.
Depois de 6 anos
“Menos de trinta minutos a uma hora por dia (tudo incluído!). É neste ponto, sem dúvida, que se encontra “a” boa notícia deste texto! Em dose modesta, as telas não são nocivas (obviamente, desde que os conteúdos sejam adaptados e o sono preservado). Em particular, quando o consumo diário é inferior a 30 minutos, elas não parecem ter efeitos negativos detectáveis. Entre 30 minutos e uma hora, emergem os danos, mas estes parecem bem fracos e podem ser considerados toleráveis. A partir desses dados, uma abordagem prudente poderia propor uma graduação por idade: máximo de 30 minutos até os 12 anos e 60 minutos além disso. Aos pais, convém lembrar que a quase totalidade de suportes digitais (tablets, smartphones, consoles de videogames, computadores, televisão, Internet, etc.) propõe hoje, sob forma de opções ou aplicativos, sistemas úteis e eficazes de controle temporal. Uma vez atingido o limite diário previamente definido, o aparelho é bloqueado. Dito isso, alguns pais parecem considerar que “proibir todo uso de telas é quase tão fácil quanto permitir o uso reduzido”, como indicou recentemente ao New York Times uma mãe de família, antiga pesquisadora de computação social e casada com um engenheiro do Facebook. A opção parece ainda mais interessante pois ela é, ao mesmo tempo, livre de dano (conforme já observamos) e capaz de evitar inúmeros conflitos. É um pouco como ocorre com os consumos alimentares hedônicos. Com frequência, é mais fácil não comer chocolate quando não há mais em casa do que quando é preciso se controlar para comer só um pedacinho. 6 Quartos sem telas digitais. As telas nos quartos têm um impacto especificamente desfavorável. Elas aumentam o tempo de uso (em particular tomando o lugar do sono) e favorecem o acesso a conteúdos inadequados. O quarto deveria ser um santuário, livre de qualquer presença digital. E para responder a uma objeção frequentemente apresentada: existem relógios despertadores de qualidade e baratos… O smartphone não é necessário (eles podem muito bem passar a noite dentro de um cesto na sala de estar). Ausência de conteúdos inadequados. Seja sob a forma de videoclipes, séries ou videogames, etc., os conteúdos de caráter violento, sexual, tabagista, alcoólico, etc., têm profundo efeito sobre a maneira como as crianças e adolescentes percebem o mundo. No mínimo, é importante respeitar as indicações etárias (tendo em mente a impressionante permissividade de certos sistemas de classificação que, tomando o exemplo do sistema francês, revela uma tolerância quase surrealista). Aí também, os aplicativos permitem, em quase todos os suportes digitais, bloquear o acesso a conteúdos inadequados. É claro, há exposições terceiras, através do smartphone, do computador ou do tablet de um colega. Estas são incontroláveis. Nunca acessar antes de ir para a escola. Os conteúdos “estimulantes”, em especial, esgotam de forma duradoura as capacidades cognitivas da criança. De manhã, deixe-a sonhar, se entediar e tomar o café da manhã num ambiente sereno; escute-a, fale com ela, etc. Seu rendimento escolar será bem melhor. Nunca à noite, antes de ir se deitar. As telas “noturnas” afetam intensamente a duração (deita-se mais tarde) e a qualidade (dorme-se mal) do sono. Os conteúdos “estimulantes” são, aí também, muito prejudiciais. Desligue tudo ao menos 1h30 antes da hora de ir para a cama. Uma coisa de cada vez. Último ponto, mas de extrema importância; as telas devem ser utilizadas sozinhas (uma de cada vez). Devem ficar fora do alcance durante as refeições, os deveres e as conversas familiares. Quanto mais um cérebro em desenvolvimento é submetido a multitarefas, mais ele se torna permeável à distração. Além disso, quanto mais coisas ele faz ao mesmo tempo, pior é seu desempenho e pior é seu nível de aprendizado e memorização. Demonstração definitiva, como se isso ainda fosse necessário, de que nosso cérebro não é de fato feito para as práticas da nova modernidade digital. Menos telas significa mais vida. Estas regras, sem dúvida restritivas, nada têm de extravagantes. Elas são incrivelmente eficazes, conforme vimos. Quanto às horas reconquistadas da hegemonia das telas, é preciso devolvê-las à vida. Isso não é simples nem imediato, pois é toda a ecologia familiar que precisa se reorganizar. Mas se houver vontade, as crianças se adaptam; e o tempo “vazio”, pode se encher de novas atividades: falar, trocar ideias, dormir, praticar esporte, tocar um instrumento musical, desenhar, pintar, esculpir, dançar, cantar, fazer cursos de teatro e, obviamente, ler. E se o livro parecer realmente inóspito, não hesite em procurar as histórias em quadrinhos. Algumas têm uma riqueza criativa e linguística surpreendente. Finalmente, se tudo isso parece difícil, se seus filhos protestam e lançam contra você o ferro em brasa da culpabilidade, lembre-se de uma coisa: quando crescerem, muitos lhe agradecerão por ter oferecido à sua existência a fertilidade libertadora do esporte, do pensamento e da cultura, no lugar da esterilidade perniciosa das telas.
Existem clínicas exclusivas de desintoxicação tecnológica no país?
Que eu saiba não. Mas… a abordagem psicológica para este trabalho é a psicologia cognitiva comportamental – é uma abordagem com respaldo científico, ou seja, baseada em evidências, e muito utilizada para tratamento de vícios.
Café Namastech
Para além do conteúdo dessa entrevista esclarecedora, trago aqui um link do papo descontraído e rápido, que tive no final de 2024, com o Dr. Demerval Bruzzi sobre o tema dessa coluna. Assista: Os Impactos do Excesso de Telas
Bruxelas está sob pressão dos eurodeputados e dos Estados-membros para agir com firmeza, já que o dono do X é suspeito de manipular os seus algoritmos para apoiar a extrema direita na Europa
ALAIN JOCARD
A Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia, anunciou nesta sexta-feira (17) a ampliação de sua investigação sobre a rede social X, em meio a suspeitas de manipulação de seus algoritmos para fins políticos.
“Hoje, estamos tomando novas medidas para esclarecer a conformidade dos sistemas de recomendação do X com as obrigações” previstas na Lei de Serviços Digitais (DSA), disse a comissária europeia para Soberania Tecnológica, Henna Virkkunen.
A UE iniciou sua investigação sobre o X em dezembro de 2023, com foco nos mecanismos internos da plataforma de propriedade de Elon Musk para impedir a disseminação de desinformação ou conteúdos ilegais.
A Comissão solicitou que o X fornecesse documentos internos sobre o design e o funcionamento dos algoritmos de recomendação de conteúdo, além de detalhes sobre moderação e a popularização de algumas contas.
“Essas medidas permitirão que os serviços da Comissão levem em consideração todos os fatos relevantes na avaliação complexa de riscos sistêmicos sob a DSA”, disse a Comissão em um comunicado.
Musk vê a DSA como uma ferramenta da UE para controlar o conteúdo.
“Estamos comprometidos em garantir que todas as plataformas que operam na UE cumpram nossas leis, que visam tornar o ambiente online justo, seguro e democrático”, disse a comissária europeia.
Um porta-voz de assuntos digitais da Comissão, Thomas Regnier, negou relatos de que a UE havia interrompido suas investigações sobre plataformas digitais para evitar tensões com os Estados Unidos.
Segundo o porta-voz, o anúncio desta sexta-feira é “completamente independente de quaisquer considerações políticas”.
Se você ganhou um Apple Watch de presente de Natal, é provável que tenha passado os últimos dias explorando o relógio inteligente para conhecer todas as suas funcionalidades.
Além das opções focadas em saúde e bem-estar, o site BGR destaca que o Apple Watch também possui recursos menos conhecidos que podem torná-lo ainda mais útil no dia a dia.
Confira abaixo alguns desses truques para aproveitar ao máximo o seu novo Apple Watch:
Encontrar o iPhone perdido usando o Centro de Controle;
Controlar remotamente a câmera do iPhone;
Temporizador para lavar as mãos;
Desbloquear o relógio com o iPhone;
Utilizar o Apple Pay.
Comprou um Apple Watch? Aqui tem 5 ‘truques’ para conhecer