PM mata estudante de medicina com tiro à queima-roupa na Vila Mariana, Zona Sul de SP
Bombeiros levaram o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta de 22 anos — morto com um tiro à queima-roupa disparado por um policial militar — a um hospital que sabiam estar com a emergência fechada por conta da superlotação, segundo a ficha de atendimento médica, obtida pelo g1.
O caso aconteceu em novembro de 2024, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, e gerou forte repercussão.
Marco Aurélio foi baleado dentro de um hotel na Rua Cubatão, onde estava hospedado, após dar um tapa no retrovisor de uma viatura. Os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado foram indiciados pelo homicídio. (Leia mais abaixo.)
O jovem foi levado ao Hospital Ipiranga, que fica a cerca de 5 km da cena do crime. Antes de ser submetido a cirurgia, ele sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e morreu.
Na ficha de atendimento, de 13 páginas, consta uma intercorrência: “emergência fechada em razão de superlotação e indisponibilidade de tomografo (inoperante há uma semana)”.
O documento também registra que o Núcleo Interno de Regulação (NIR) havia informado todas as equipes sobre a situação, mas que “a equipe de bombeiros trouxe [a vítima] mesmo sabendo da superlotação e ausência de tomógrafo”.
O tomógrafo — aparelho de diagnóstico por imagem que usa raios-x e computadores para gerar imagens internas do corpo — seria fundamental para localizar o projétil que perfurou o estudante.
🔎 O que é NIR? É um setor do hospital responsável por gerenciar o fluxo de pacientes e recursos, incluindo a capacidade cirúrgica do pronto-socorro. O núcleo funciona 24 horas e é responsável por emitir alerta a outras unidades no caso de intercorrências.
Depois de atirar, [os policiais] ameaçaram, insultaram, injuriaram e deixaram meu filho agonizar. A ambulância demorou, os bombeiros demoraram chegar. A médica do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) mandou longe, sabendo que não podia mandar lá, porque não tinha tomografia e estava lotado.
Estudante de Medicina Marco Aurélio e o pai
Reprodução/Arquivo pessoal
Ele afirmou ainda que havia outros pronto-socorros mais próximos do local do crime, como o Hospital Santa Rita, a cerca de 20 metros do hotel.
“Esse hospital que levaram era mais longe. Tinha o Hospital do Servidor Estadual, que meu filho, por ser filho do servidor, podia ser atendido; o Hospital das Clínicas a oito minutos; Hospital do Servidor Público Municipal na Vergueiro. Tinha um monte de hospitais, mas eles mandaram longe para um hospital sem tomografia”, desabafou.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que “o atendimento à vítima foi realizado respeitando integralmente os protocolos de emergência”.
“O jovem foi encaminhado prontamente ao Hospital Ipiranga, após contato com o médico regulador que atua no Copom. Esse profissional acompanha, em tempo real, a disponibilidade hospitalar, incluindo leitos, equipamentos e especialidades médicas, garantindo que a vítima seja levada ao local mais adequado para o atendimento.” (Leia na íntegra abaixo.)
‘Tem que sofrer mesmo’
Bombeiros comentam sobre a falta de estrutura do hospital para onde a vítima foi levada
Imagens de câmera corporal de um dos PMs registraram o momento em que dois bombeiros comentam sobre a falta de estrutura do Hospital Ipiranga na entrada do centro cirúrgico:
Bombeiro 1: “Agora ele vai para cirurgia, só que falaram que está sem tomografia. Não tem como localizar nada. Vai ser na mão mesmo. Eles estavam mexendo nele lá.”
Bombeiro 2 : “Tem que sofrer mesmo, pô,”
Bombeiro 1: [ri].
Versões contraditórias do policial
As imagens das câmeras corporais dos policiais também revelam que Guilherme Augusto Macedo, responsável pelo disparo que matou o estudante, apresentou três versões diferentes antes do registro do caso na delegacia.
O PM mudou sua narrativa à medida que outros policiais chegavam ao local, agravando e ajustando os fatos para tentar justificar o tiro.
Na primeira versão, gravada em áudio por sua câmera corporal, Guilherme afirma que teria sido “encurralado” por Marco Aurélio: “Ele veio para cima. Deu um tapa na viatura, eu saí correndo atrás. Aí ele encurralou a gente, tentei trazer ele na moral, o Prado foi pra cima e ele derrubou o Prado. Nisso, ele veio pra cima de mim e eu efetuei o disparo. Quando eu efetuei o disparo, ele parou”.
Em um segundo relato, também registrado pela câmera, o policial afirma já conhecer Marco Aurélio e tenta suavizar a perseguição, omitindo os xingamentos e ameaças de tiro.
Na terceira versão, o PM acrescenta que tentou conter o estudante “de outra maneira” antes de atirar, mas que a tentativa teria falhado. As imagens do hotel e da própria câmera corporal, porém, mostram o contrário: o disparo é quase imediato após a queda do outro policial, sem qualquer tentativa de contenção menos letal.
Diante das novas imagens, o advogado da família, Pedro Medeiros Muniz, solicitou nesta quarta-feira (15) mais uma vez a prisão preventiva dos dois policiais envolvidos no assassinato.
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Relembre o caso
Marco Aurélio foi morto com um tiro à queima-roupa durante uma abordagem policial na madrugada de 20 de outubro de 2024, na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. Ele tinha 22 anos e estava no quinto ano do curso de medicina na Universidade Anhembi Morumbi.
A confusão começou quando o estudante deu um tapa no retrovisor da viatura dos PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado e correu para o interior de um hotel, onde ele estava hospedado com uma mulher.
A ação foi registrada por uma câmera de segurança. Nas imagens, é possível ver que o jovem entrou no saguão do hotel sem camisa e foi perseguido pelos policiais. Um dos agentes tentou puxar Marco Aurélio pelo braço, enquanto o outro o chutou. Em seguida, o estudante segurou a perna do policial, que caiu no chão.
Durante a confusão, o PM Guilherme atirou na altura do peito do estudante. No boletim de ocorrência, os policiais alegaram que o jovem teria tentado pegar a arma de Bruno.
Ele era o filho caçula de um casal de médicos peruanos naturalizados brasileiros que se mudou para cá há mais de duas décadas. Segundo a mãe, a intensivista Silvia Mônica, o rapaz nasceu prematuramente e concluiu o ensino médio com apenas 15 anos.
O que diz a SSP
“A Polícia Militar esclarece que os diálogos descritos não representam o posicionamento institucional do Corpo de Bombeiros, tampouco condizem com as diretrizes e protocolos adotados pela Instituição.
Os fatos relacionados à morte do estudante foram rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar. As imagens registradas pelas câmeras operacionais portáteis (COPs) foram anexadas aos procedimentos conduzidos pela Corregedoria da PM e pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O policial militar envolvido foi indiciado por homicídio doloso no Inquérito Policial Militar (IPM) e permanece, desde o ocorrido, afastado de suas atividades operacionais. A Instituição aguarda a conclusão do processo criminal e a manifestação do Poder Judiciário.
Importante destacar que o atendimento à vítima foi realizado respeitando integralmente os protocolos de emergência. O jovem foi encaminhado prontamente ao Hospital Ipiranga, após contato com o médico regulador que atua no Copom. Esse profissional acompanha, em tempo real, a disponibilidade hospitalar, incluindo leitos, equipamentos e especialidades médicas, garantindo que a vítima seja levada ao local mais adequado para o atendimento.”
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