Relatórios da polícia indicam que parte do dinheiro do contrato entre Vai de Bet e Corinthians foi parar em empresa ligada ao PCC


Cerca de R$ 1 milhão pagos pelo Corinthians a Rede Social Media Design Ltda foram para UJ Football Talent Intermediação Ltda. Empresa é braço do PCC no futebol, apontou delação de Vinicius Gritzbach. Documento é preliminar. UJ Football afirma que ‘não é investigada por envolvimento com o crime organizado’. Investigação policial revela que parte do dinheiro recebido pelo Corinthians com patrocíni
Relatórios da Polícia Civil de São Paulo apontam que parte da comissão paga pela casa de apostas “Vai de Bet”, em um contrato de patrocínio com o Corinthians, foi repassada para a empresa UJ Football Talent Intermediação Ltda. Segundo a investigação, essa empresa é considerada um dos braços do Primeiro Comando da Capital (PCC) no mercado do futebol.
A UJ Football Talent é ligada a Danilo Lima de Oliveira, o “Tripa”, integrante do PCC, segundo delação premiada que o empresário Vinicius Gritzbach deu ao Ministério Público (MP). A defesa dele nega envolvimento de Danilo com o crime organizado (veja mais abaixo).
Os relatórios foram divulgados primeiramente pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Em nota, a A UJ Football Talent afirmou que “não possui qualquer ligação com organizações criminosas e não é investigada por envolvimento com o crime organizado”. (leia mais abaixo)
Gritzbach foi assassinado a tiros em novembro do ano passado, na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O empresário também havia acusado Tripa de participar do seu sequestro e de estar armado e ameaçar esquartejá-lo.
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De acordo com a delação, em janeiro de 2022 Gritzbach foi levado por criminosos ligados ao PCC para um tribunal do crime no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.
Vai de bet fechou patrocínio master com o Corinthians em janeiro de 2024, mas contrato foi rescindido.
Reprodução/SCCP
Os bandidos suspeitavam que o empresário havia mandado matar em 2021″Cara Preta” e Antonio Corona Neto, o “Sem Sangue”, dois membros do PCC. Além disso, cobraram Gritzbach para revelar o paradeiro de R$ 100 milhões que pertenceriam a “Cara Preta”. (veja mais abaixo).
Segundo Gritzbach delatou ao MP, “Tripa” é um agente de jogadores de futebol da série A do Campeonato Brasileiro e também cuida da carreira de atletas que jogam no futebol europeu.
Após quase um ano de investigações, o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) da Polícia Civil produziu um relatório preliminar, ao qual a TV Globo teve acesso, concluindo que R$ 1.074.150,00 dos R$ 1,4 milhão pagos pelo Corinthians na intermediação do contrato com a Vai de Bet foram transferidos para pelo menos quatro diferentes empresas, até chegar, por fim, à UJ Football, de Danilo Lima.
O documento é apenas preliminar e não é a conclusão do inquérito que envolve a investigação sobre o patrocínio corintiano. Porém, o organograma feito pelo delegado Tiago Fernando Correia, responsável pelo caso, detalha o caminho do dinheiro que saiu dos cofres do Corinthians (veja abaixo).
Organograma feito pela polícia mostra o caminho do dinheiro pago pela Corinthians pela intermediação do contrato de patrocínio.
Reprodução
Segundo a delegacia, o Corinthians “foi vítima de um complexo esquema de lavagem de dinheiro que lesou os cofres do clube”.
“Parece-nos nítido, destarte, que aqueles que deram causa ao desvio de dinheiro dos cofres do Sport Club Corinthians Paulista se utilizaram das tradicionais estratégias de lavagem de dinheiro para, não só introduzir os valores no sistema financeiro e distanciar o capital ilícito da sua origem, visando, assim, evitar uma associação direta com a infração antecedente”, informa trecho do relatório policial.
Em nota emitida na manhã desta quinta-feira (15), o Corinthians disse que “é vítima das circunstâncias investigadas e reforça que não possui controle sobre o que terceiros fazem com valores recebidos em decorrência de contratos firmados”.
Veja a nota do Clube:
“O Sport Club Corinthians Paulista informa que, até o momento, não há qualquer demonstração de autoria relacionada aos fatos mencionados. O presidente do Clube reafirma seu total apoio às investigações em andamento, bem como a todas as iniciativas que visem apurar eventuais envolvimentos do crime organizado no futebol brasileiro.
O Corinthians destaca que é vítima das circunstâncias investigadas e reforça que não possui controle sobre o que terceiros fazem com valores recebidos em decorrência de contratos firmados. O Clube cumpre rigorosamente todas as suas obrigações legais e contratuais, prezando pela transparência e integridade em suas operações.
O Corinthians reitera seu compromisso com a transparência, a responsabilidade e a justiça no esporte, apoiando todas as medidas necessárias para garantir a lisura das competições e combater práticas ilícitas no futebol”.
Polícia investiga desvios no Corinthians
Contrato de R$ 360 milhões
O contrato de intermediação de patrocínio da empresa Vai de Bet com o Corinthians está no centro do processo de impeachment enfrentado pelo atual presidente do clube, Augusto Mello, pelo Conselho Deliberativo.
O Corinthians ficou de receber R$ 360 milhões pelo patrocínio total da Vai de Bet, fechado em janeiro deste ano. A quantia equivale a três anos de patrocínio.
Mas, na hora de fechar o contrato, o clube havia acertado também uma comissão de 7% do contrato – cerca de R$ 25 milhões – para uma empresa intermediária do negócio, a Rede Social Media Design Ltda.
A Rede Social pertence a Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que fez parte da equipe de comunicação de Augusto Melo durante a campanha eleitoral que elegeu o novo presidente do Corinthians, em 2023.
O presidente do Corinthians, Augusto Mello, alvo de pedido de impeachment no clube.
Divulgação/Agência Corinthians/Rodrigo Coca
O pagamento da comissão seria feito em parcelas de R$ 700 mil, segundo o UOL, e duas delas já haviam sido pagas pelo clube alvinegro, totalizando R$ 1,4 milhão.
Porém, três dias depois dos dois pagamentos de R$ 700 mil, a Rede Social fez uma transferência transferências pix de quase R$ 1 milhão para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda que tem uma sócia laranja chamada Edna Oliveira dos Santos, uma empregada doméstica que vive em Peruíbe, no litoral sul paulista. Ela disse à reportagem que não sabia que era sócia da empresa.
Segundo relatório da polícia, a Neoway é uma empresa fantasma. Além dela, outras três empresas que fazem parte do grupo criminoso também seriam de fachada: a ACJ Platform, a Thabs Soluções Integradas e a Carvalho Distribuidora.
Através delas o dinheiro chegou até a empresa de Danilo. Diante da suspeita, a Polícia Civil abriu uma investigação sobre o esquema, que gerou a rescisão do contrato entre Corinthians e Vai de Bet, além do processo de impeachment de Augusto Melo no clube.
Mello enfrenta outros três processos de impeachment no clube, que não tiveram desfecho e estão em discussão dentro do Conselho Deliberativo do clube. A votação está marcada para 26 de maio.
Quem é Danilo Lima, o Tripa
Danilo Lima, o Tripa, apontado por Vinicius Gritzbach de ser operador do PCC no mundo do futebol.
Montagem/g1/Reprodução/TV Globo
Segundo relatório da polícia que investigou o assassinato de Vinicius Gritzbach, “Tripa” é o apelido de Danilo Lima de Oliveira, empresário de jogadores de futebol e responsável por um alojamento de atletas onde o delator do PCC foi levado após ter sido sequestrado.
O inquérito do homicídio faz justamente menção à empresa UJ Football Talent, que agora aparece nas investigações sobre o Corinthians. “Tripa” não foi indiciado no inquérito sobre o homicídio de Gritzbach.
Por meio de nota, Lion Soccer Sports Representações Esportivas Ltda, que tem Danilo Lima de Oliveira como sócio e administrador, afirma que ele nunca integrou o quadro societário ou de gestão da empresa UJ Football Intermediação e que ele não possuí qualquer relação com as investigações em curso na Polícia Civil e no Ministério Público.
“Diante de recentes publicações veiculadas na mídia, a Lion Soccer Sports Representações Esportivas Ltda vem a público esclarecer que o empresário Danilo Lima de Oliveira, seu sócio administrador, nunca integrou, sob qualquer forma, o quadro societário ou de gestão da empresa UJ Football Intermediação”, disse a nota.
“Ressaltamos, ainda, que Danilo Lima não possui qualquer envolvimento com os fatos sob investigação, tampouco figura como parte no processo mencionado nas reportagens, não tendo conhecimento dos elementos que compõem o referido caso. Danilo Lima permanece à disposição das autoridades competentes para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários, com absoluta transparência e confiança na Justiça”, declarou a defesa.
O que diz a UJ Football Talent
“Em primeiro lugar, gostaríamos de pontuar que o lead da matéria publicada pelo ge.globo.com apresenta uma afirmação incorreta e extremamente danosa, ao afirmar de forma categórica que “o dinheiro de intermediação foi parar em empresa ligada ao PCC”. A UJ Football Talent não possui qualquer ligação com organizações criminosas e não é investigada por envolvimento com o crime organizado. A associação direta no título e no parágrafo inicial não apenas distorce os fatos, como representa um grave risco à reputação de uma empresa séria, que atua há anos no setor esportivo com responsabilidade e legalidade.
Com relação às novas informações mencionadas:
A UJ Football Talent confirma que recebeu, da empresa Wave, valores referentes à comissão pela intermediação da transferência do atleta Emerson Royal ao clube Barcelona. Trata-se de uma operação regular de mercado, devidamente contratada, declarada e documentada. A empresa não tinha, até então, qualquer conhecimento sobre suspeitas que envolvessem a origem desses recursos.
As movimentações bancárias tanto da UJ quanto do seu sócio, Ulisses de Souza Jorge, são lícitas, declaradas e compatíveis com a atuação da empresa no cenário esportivo nacional e internacional. Não há qualquer tipo de ocultação de patrimônio, evasão fiscal ou prática financeira irregular.
De fato, como informado, houve quebra de sigilo bancário no curso da investigação, da qual a empresa e seu sócio tomaram ciência de forma indireta, por meio da imprensa. Reiteramos, no entanto, que até o momento, nem a empresa nem seu sócio foram formalmente notificados como alvos de qualquer investigação criminal.
A movimentação mencionada na bolsa de valores, no valor de R$5.106.681,00, é referente a operações financeiras pessoais realizadas de forma legal, com recursos próprios e de origem comprovada, devidamente declarados à Receita Federal.
Reforçamos que a UJ Football Talent e o Sr. Ulisses Jorge estão à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos e colaboram integralmente com o que for necessário.
Por fim, pedimos que o posicionamento acima seja considerado com o mesmo destaque dado às acusações infundadas, a fim de evitar ainda mais danos à imagem da empresa e de seu representante legal. Reservamo-nos o direito de tomar as medidas cabíveis, caso as distorções e associações indevidas persistam.”
O g1 não conseguiu contato com as demais empresas e os citados na reportagem.



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