(Arquivo) Luigi Mangione, acusado de assassinar o CEO da seguradora americana Brian Thompson, senta-se ao lado de sua advogada Karen Friedman Agnifilo na Suprema Corte de Manhattan enquanto participa de uma audiência na cidade de Nova York, em 21 de fevereiro de 2025
Steven HIRSCH
A secretária de Justiça dos Estados Unidos, Pamela Bondi, anunciou, nesta terça-feira (1º), que buscará a pena de morte para Luigi Mangione, o suposto autor do homicídio do CEO de uma companhia de seguros médicos em dezembro de 2024 em Nova York.
“Depois de uma cuidadosa consideração, ordenei aos promotores federais que busquem a pena de morte nesse caso”, afirma Bondi em um comunicado.
Brian Thompson, presidente da UnitedHealthcare, uma das maiores companhias de seguros médicos dos Estados Unidos, foi assassinado pelas costas em 4 de dezembro de 2024 em uma rua de Nova York quando ia participar de uma conferência de investidores da empresa.
Segundo Bondi, “o assassinato foi um ato de violência política”, que foi “premeditado e a sangue frio”.
O crime e a fuga de cinco dias de seu suposto autor comoveram os americanos, a maioria muito crítica aos seguros privados de saúde por seus altos custos e demora ao acesso de seus serviços, entre outros.
Mangione, um engenheiro de 27 anos, foi preso em um McDonald’s em Altoona, uma pequena localidade do estado da Pensilvânia.
Ele se declarou inocente das 11 acusações que enfrenta no tribunal de Manhattan, entre elas a de homicídio como ato “terrorista”.
Mangione também é acusado por um tribunal federal por homicídio e posse de armas, essa última acusação também lhe é imputada no estado da Pensilvânia, onde foi preso.
Em um memorando de 5 de fevereiro, a titular da Justiça deixou sem efeito a moratória declarada por seu antecessor sobre as condenações à pena de morte e execuções em crimes federais.
No local do crime, em frente a um hotel em Manhattan, foram encontradas cápsulas de bala com as inscrições “atrasar”, “negar” e “depor”, as palavras mais utilizadas na indústria sanitária em um país onde uma doença pode levar muitas pessoas à falência.
Seu caso despertou uma onda de simpatia. O fundo criado por seus advogados para arrecadar dinheiro para sua defesa já tinha somado até esta terça-feira mais de 774.000 dólares (4,4 milhões de reais) de milhares de pequenos doadores, em sua maioria.
Embora a pena de morte tenha sido abolida no estado de Nova York, as acusações que enfrenta a nível federal podem sentenciá-lo à morte.