Medo da inteligência artificial cresce no Brasil: 56% temem perder emprego para máquinas

Medo da inteligência artificial cresce no Brasil: 56% temem perder o emprego para máquinas

A crescente presença da inteligência artificial (IA) no cotidiano dos brasileiros vem gerando um temor significativo em relação à substituição de empregos por máquinas. Segundo pesquisa recente do Datafolha, 56% dos brasileiros que conhecem as tecnologias de IA manifestam receio de que suas profissões possam desaparecer com a automação. Este índice reflete uma preocupação generalizada, mas que varia conforme o nível de informação e escolaridade da população.

Avanço do conhecimento sobre inteligência artificial no Brasil

O levantamento aponta que o conhecimento sobre inteligência artificial avançou 26% em apenas oito meses, alcançando 86% da população brasileira. Este crescimento demonstra que, apesar do medo, a população está cada vez mais familiarizada com as ferramentas de IA, seja por meio do uso direto ou pela exposição em notícias e redes sociais.

Entretanto, o receio sobre o impacto da inteligência artificial nos empregos não é uniforme entre os brasileiros. O Datafolha mostra que a percepção de risco diminui entre aqueles que se consideram bem informados sobre IA, caindo para 29%. Por outro lado, o medo aumenta para 61% entre os que se julgam pouco informados sobre o tema.

Escolaridade e o medo da inteligência artificial

Outro fator que influencia a percepção sobre o impacto da IA no mercado de trabalho é o nível educacional. Entre os brasileiros com ensino fundamental completo, 61% manifestam medo de perder seu emprego para máquinas. Entre os que têm ensino médio, o índice fica em 59%, enquanto que entre os universitários o medo é menor, chegando a 48%. Essa diferença indica que o acesso à educação superior pode proporcionar maior segurança e conhecimento para lidar com as transformações causadas pela tecnologia.

Uso da inteligência artificial e receio no mercado de trabalho

Apesar do aumento do conhecimento sobre IA, 55% da população brasileira ainda nunca utilizou diretamente essas tecnologias. Entre aqueles que já tiveram contato com a inteligência artificial, o medo de perder o emprego para máquinas é expressivo, com apenas 41% afirmando não sentir receio. A percepção de risco também está relacionada ao grau de automação das atividades desempenhadas por cada trabalhador, evidenciando que setores mais automatizados enfrentam maior insegurança.

Panorama da pesquisa Datafolha sobre inteligência artificial

A pesquisa foi realizada presencialmente em junho de 2025, com 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, distribuídos em 136 municípios. Do total, 1.722 declararam conhecer a inteligência artificial, o que reforça a abrangência do estudo. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, garantindo confiabilidade aos dados apresentados.

O impacto econômico da inteligência artificial: o exemplo da Nvidia

Enquanto cresce o medo da inteligência artificial entre os trabalhadores brasileiros, o mercado global registra um aumento significativo no valor das empresas que lideram o desenvolvimento dessas tecnologias. A Nvidia, principal fabricante de chips para IA, atingiu uma capitalização de mercado de US$ 3,92 trilhões, superando o recorde histórico da Apple em dezembro de 2024.

Os novos chips da Nvidia têm impulsionado o treinamento dos maiores modelos de inteligência artificial, aumentando a demanda pelos produtos da empresa e evidenciando a revolução tecnológica em curso. Este cenário destaca a importância estratégica da IA para o crescimento econômico mundial, ao mesmo tempo que reforça as preocupações sobre a transformação do mercado de trabalho.

O futuro do trabalho e a inteligência artificial no Brasil

Com o avanço da inteligência artificial, torna-se essencial que trabalhadores e empresas se adaptem às mudanças para minimizar os impactos negativos no emprego. A capacitação, a atualização profissional e o desenvolvimento de habilidades complementares às máquinas serão fundamentais para garantir a competitividade no mercado.

Além disso, o debate público e político sobre políticas de emprego, segurança social e regulação da tecnologia deve avançar para assegurar uma transição justa para todos os trabalhadores, evitando que o medo da inteligência artificial se transforme em uma barreira para o progresso.