Major boliviano preso por suspeita de acobertar Tuta, chefe do PCC, diz ter ajudado com documento sem ganhar nada em troca


Gabriel Soliz Heredia foi preso após aparecer em imagens do circuito interno conversando com Tuta pouco antes de ele ser preso por uso de documentos falsos em Santa Cruz de La Sierra. Major Gabriel Jesus Soliz Heredia, da Polícia Boliviana, foi flagrado falando com líder do PCC do lado de fora do serviço de identificação onde Tuta foi preso
Reprodução/Jornal ‘El Deber’/Divulgação/Polícia Boliviana
O major da polícia boliviana Gabriel Jesus Soliz Heredia afirmou em depoimento que conheceu o traficante brasileiro Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), em um lava-rápido em Santa Cruz de La Sierra. O encontro teria acontecido em abril deste ano.
Tuta foi preso no último dia 16, na Bolívia, quando tentava renovar um documento de identidade falso. Heredia estava com ele no momento da prisão. Ele acabou detido no dia seguinte, após ser identificado nas imagens das câmeras de segurança do local.
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No depoimento, Heredia contou que estava em um lava-rápido localizado em uma grande rede de supermercados boliviana, quando foi abordado por Tuta. O major disse que estava fardado.
“Um homem me cumprimentou e perguntou se eu era policial. Respondi que sim. Ele me perguntou em qual unidade eu trabalhava e se poderia orientá-lo sobre um procedimento pendente que ele tinha, mostrando-me um documento de identificação que ele tirou da carteira, informando que havia sido emitido há um ano”, disse o policial.
Segundo o depoimento, ele teria recomendado seguir os mesmos passos feitos para o cartão de identidade vencido. “Ao que ele respondeu que não estava familiarizado com esse procedimento, pois para obtê-lo ele já havia usado os serviços de um despachante, com quem havia perdido o contato.”
Heredia, então, disse ter contatado um funcionário da Interpol para indicar um despachante a Tuta. O major sustentou também que não acompanhou o traficante nos trâmites, mas o encontrou por 15 minutos em um shopping, sabendo que o traficante estaria no local por conta dos procedimentos de renovação do documento.
Questionado se Tuta lhe havia oferecido algum benefício pela ajuda prestada para facilitar a obtenção da renovação do documento vencido, Hereda respondeu: “Não me ofereceu nenhum benefício. Realizei de maneira voluntária”.
Ao final do depoimento, o major pediu que não fosse exposto aos meios de comunicação. “Sou uma pessoa de bem e conto com uma família íntegra, fundada em princípios de bem”, afirmou.
Proteção e orientações
O major foi preso em 22 de maio em Santa Cruz de la Sierra por suspeita de dar proteção para Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, líder do PCC preso na cidade.
Segundo a imprensa boliviana, imagens do centro comercial onde Tuta tentava legalizar os documentos falsos que usava para permanecer no país mostram-no recebendo orientações do major Heredia pouco antes de entrar no serviço de identificação do país, onde foi preso.
As imagens obtidas pelo jornal “El Deber”, de Santa Cruz, mostram que Tuta aguarda do lado de fora da agência do Serviço Geral de Identificação Pessoal (Segip) de Santa Cruz quando um advogado aparece falando ao telefone e o cumprimenta.
Na sequência, Tuta sai acompanhado do advogado com uma mochila preta nas costas e senta em outra área do centro comercial, quando o major da polícia aparece de camiseta preta.
O policial também se senta ao lado do traficante brasileiro. Eles conversam brevemente e o major Soliz Heredia faz uma ligação e sai.
Tuta recebe orientação de um advogado na entrada do Serviço Geral de Identificação Pessoal (SEGIP) de Santa Cruz de La Sierra, antes de ser preso.
Reprodução/El Deber
O advogado – que ainda não teve a identidade revelada – continua no local e entrega documentos para o líder do PCC.
Os dois saem e entram no centro de identificação, onde momentos depois Tuta foi preso por usar documentos falsos com o nome de Maycon Gonçalves da Silva, de 54 anos.
O major Gabriel Soliz foi preso pelo Departamento Especializado de Luta Contra a Corrupção da Bolívia e também é investigado pelo tribunal disciplinar da Polícia em La Paz.
O major Gabriel Jesus Soliz Heredia foi preso por supostamente acobertar o líder do PCC Tuta em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
Reprodução/Redes Sociais
De acordo com a Agência Boliviana de Informações (ABI), ao final das investigações, o major Soliz Heredia pode ser aposentado compulsoriamente ou demitido definitivamente da corporação.
As autoridades bolivianas agora investigam o que aconteceu com a mochila preta que Tuta carregava no dia da prisão e o que ela levava.
Uma operação do Departamento Anticorrupção do país foi feita na quinta no local onde o chefão do PCC foi preso, para recolher documentos e imagens do circuito interno para entender a dinâmica da prisão e o fim dado à mochila de Tuta.
Câmeras de segurança do Serviço Geral de Identificação Pessoal (SEGIP) de Santa Cruz registraram Tuta entrando no local na sexta (16) com um advogado.
Reprodução/El Deber
O narcotraficante brasileiro foi preso quando as informações passaram a ser processadas e houve um alerta da Interpol, informando que Tuta constava da difusão vermelha de criminosos.
Ele foi entregue às autoridades brasileiras no domingo (18) e transferido para a Penitenciária Federal de Brasília, onde Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, ambos chefes do PCC, também cumprem pena.
Suborno de autoridades
Conversa de Tuta com o Major Gabriel Jesus Soliz Heredia na entrada do Serviço Geral de Identificação Pessoal (SEGIP) de Santa Cruz.
Reprodução/El Deber
O acobertamento por autoridades bolivianas é uma hipótese que já tinha sido levantada no Brasil pelo promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, para a escolha da Bolívia por líderes do PCC se esconderem.
Gakiya investiga o PCC há décadas em São Paulo e inclusive já foi ameaçado de morte. Segundo ele, outros integrantes da facção estão escondidos no país e a escolha do lugar se deu justamente pela facilidade de subornar autoridades e viver com documentos falsos.
“Ele [o Tuta] ir voluntariamente procurar as autoridades da Bolívia para renovar documentos revela que ele tinha uma grande tranquilidade para ir e vir, sem ser incomodado”, diz o promotor.
Polícia da Bolívia prende foragido apontado com um dos chefes do PCC
“Não é só o Tuta. O Forjado, o Chacal e o André do Rap ainda estão na Bolívia, e em liberdade. Eu já vi até filmagem de um dos chefes, o nome dele é Sérgio, apelido Mijão, levando os filhos numa escola particular e entrando com carro na sua casa luxuosa em Santa Cruz de La Sierra. É proprietário de casa de show e restaurante, procurado no Brasil há mais de 20 anos e não é incomodado por lá”, afirma.
Segundo o promotor do Gaeco, a prisão de Marcos Roberto de Almeida aponta para a formação de um núcleo da chamada Sintonia Final do PCC em Santa Cruz de la Sierra, que é a cidade mais rica e elitizada da Bolívia.
O objetivo do grupo, segundo ele, é fortalecer, manter e expandir o tráfico de drogas, que ainda é a atividade mais lucrativa do PCC.
Pedro Luiz da Silva Soares – o Chacal, Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado, e André de Oliveira Macedo, o André do Rap, são outras lideranças do PCC foragidos da Polícia.
Reprodução
“O PCC, hoje, domina a Bolívia. Nos anos, 90 e 2000, eles se escondiam no Paraguai, depois migraram para a Bolívia justamente por essa facilidade de viver com documento falso, muitas vezes contando com a corrupção de policiais e autoridades locais. Eles escolheram o lugar para que possam, a partir da Bolívia, continuar comandando o PCC sem serem alcançados pela polícia brasileira”, acrescenta.
Entre os nomes que Lincoln Gakiya acredita estarem vivendo também na Bolívia estão os seguintes:
Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado;
Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal;
André de Oliveira Macedo, o André do Rap;
Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão.
Bolívia prende chefe do PCC foragido da Justiça brasileira
Major Gabriel Jesus Soliz Heredia, da Polícia Boliviana, foi flagrado falando com líder do PCC do lado de fora do serviço de identificação onde Tuta foi preso
Divulgação/Departamento Especializado de Luta Contra a Corrupção da Bolívia (D.E.L.C.C)



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