Ibovespa Futuro opera em alta impulsionado por cenário externo e tensões comerciais
Cenário global influencia os primeiros negócios da bolsa brasileira
O Ibovespa Futuro iniciou a segunda-feira (17) em alta, refletindo o otimismo do mercado em meio a um contexto de liquidez reduzida devido ao feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos. Investidores mantêm atenção especial ao início das negociações na Arábia Saudita, que podem impactar o desfecho da guerra entre Rússia e Ucrânia, além das crescentes tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos e seus principais parceiros.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, chegou a Riad para conversas diplomáticas com autoridades russas, na tentativa de encontrar uma solução para o conflito, que já se estende por três anos. O governo russo confirmou que o chanceler Sergei Lavrov também se deslocará para a cidade para dar continuidade às tratativas.
Impactos das tarifas e tensões comerciais
Enquanto os olhares estão voltados para o Oriente Médio, o mercado também monitora os possíveis impactos das novas políticas tarifárias do governo norte-americano. O presidente Donald Trump instruiu sua equipe econômica a revisar taxas e barreiras comerciais impostas aos EUA, o que pode levar à implementação de tarifas recíprocas. Qualquer alteração nesse cenário pode influenciar os fluxos globais de capital e o comportamento dos investidores no Brasil.
No cenário nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Angra dos Reis (RJ), onde participa da Feira de Negócios da Indústria Naval e Offshore Brasileira e da cerimônia do Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras.
Desempenho do mercado financeiro
No início da sessão, às 09h06 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro com vencimento em abril registrava alta de 0,20%, alcançando 130.740 pontos. Esse desempenho acompanha a tendência positiva dos índices futuros de Wall Street:
- Dow Jones Futuro: alta de 0,10%
- S&P 500 Futuro: alta de 0,16%
- Nasdaq Futuro: alta de 0,20%
O otimismo do mercado norte-americano pode influenciar diretamente o desempenho da bolsa brasileira ao longo do dia.
Inflação e expectativas do mercado
No Brasil, dados recentes do IBC-Br, que serve como uma prévia do PIB, indicaram uma queda de 0,70% em dezembro em relação ao mês anterior, superando a projeção do mercado, que estimava retração de 0,40%. Esse resultado reforça a preocupação com o ritmo de crescimento econômico no país.
Enquanto isso, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou que analistas do mercado revisaram ligeiramente para cima as projeções de inflação para 2025. No entanto, a taxa Selic e as expectativas para o dólar permaneceram estáveis para o ano.
Ibovespa, dólar e mercado externo
No mercado cambial, o dólar comercial apresentou alta de 0,44%, sendo cotado a R$ 5,720 na compra e R$ 5,721 na venda. Já na B3, o contrato futuro de dólar subia 0,19%, chegando a 5.728 pontos.
Nos mercados globais, as bolsas da Ásia-Pacífico encerraram o pregão de forma mista, refletindo a perda de fôlego das ações chinesas de tecnologia, anteriormente impulsionadas pelo crescimento da inteligência artificial. Ao mesmo tempo, investidores seguem atentos às tensões comerciais entre EUA e União Europeia e seus possíveis impactos na economia global.
No Japão, a economia manteve um ciclo de três trimestres consecutivos de crescimento, impulsionada pelo aumento do investimento empresarial e melhorias nas exportações. Como reflexo, o iene se fortaleceu frente a outras moedas do Grupo dos 10, impulsionado pelas expectativas de um possível aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão.
Petróleo e commodities
No setor de commodities, os preços do petróleo registraram alta após sucessivas quedas, com o mercado avaliando os fluxos de produção do Iraque e da Rússia. Já as cotações do minério de ferro na China fecharam em queda, após a diminuição dos temores de desabastecimento devido a ciclones na Austrália.