Bradesco Ações: Goldman Sachs Rebaixa Recomendação e Impacta Mercado

Bradesco Ações: Goldman Sachs Rebaixa Recomendação e Impacta Mercado

Bradesco Ações em Queda: O Que Esperar para 2025?

As ações do Bradesco (BBDC4) seguem sendo negociadas próximas às mínimas históricas e com um grande desconto em relação a outros bancos do Brasil. Recentemente, o Goldman Sachs rebaixou sua recomendação para a ação de “neutro” para “venda”, estabelecendo um preço-alvo de R$ 11,40. A justificativa para essa decisão envolve a projeção de uma recuperação de lucratividade mais lenta do que o esperado, além de desafios estruturais que devem manter o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) abaixo do custo de capital próprio (COE) nos próximos dois anos.

Mas quais são os impactos dessa decisão para investidores e para o próprio banco? Entenda neste artigo a situação do Bradesco, a avaliação do Goldman Sachs e como o mercado está reagindo.


Goldman Sachs Rebaixa Bradesco: Motivos e Impactos

1. O que levou o Goldman Sachs a cortar a recomendação do Bradesco?

O principal motivo do rebaixamento está no desempenho do banco em um cenário econômico desafiador. O Brasil enfrenta inflação e juros elevados, além de um crescimento econômico mais lento, o que impacta diretamente os bancos que precisam expandir suas carteiras de crédito para aumentar a lucratividade.

Para o Bradesco, essa necessidade de expansão se choca com uma realidade mais delicada: índice de capital abaixo da média e investimentos agressivos para captar clientes de alta renda. Isso limita a capacidade de recuperação rápida e pode prejudicar a rentabilidade a longo prazo.

2. Expectativas para 2025 e 2026

Mesmo com um crescimento médio da carteira de crédito projetado para dois dígitos em 2025, o Goldman Sachs alerta que o ritmo pode ser insuficiente para sustentar uma recuperação sólida. Além disso, em 2026, um crescimento mais lento pode pressionar ainda mais a margem financeira com clientes.

Em termos de valuation, o Bradesco está sendo negociado a 6,3 vezes Preço/Lucro (P/L) e 0,8 vez Preço/Valor Patrimonial (P/BV) para 2025. Comparando com seus pares do setor – que operam a 6,7 vezes P/L e 1,3 vez P/BV –, o banco parece descontado, mas, segundo o Goldman Sachs, essa avaliação negativa se justifica pelo ROE projetado de 12,4% para 2025 e 13,4% para 2026.


Santander Brasil: Aposta em Clientes de Alta Renda

Diferente do Bradesco, o Santander Brasil (SANB11) recebeu uma elevação de recomendação do Goldman Sachs, saindo de “venda” para “neutro”, com um preço-alvo de R$ 28. O motivo para essa revisão positiva está no desempenho recente do banco, que conseguiu manter o ROE acima do custo de capital próprio por pelo menos três trimestres consecutivos.

Além disso, o Santander tem uma presença geográfica mais semelhante à do Itaú e foca sua atuação nas regiões Sul e Sudeste, que possuem menores índices de inadimplência. Seu portfólio também é menos arriscado, com uma exposição maior ao financiamento de veículos (17% do total, contra 5% da média do setor), adotando, assim, uma postura mais conservadora na concessão de crédito.

Atualmente, o Santander Brasil negocia a 6,1 vezes P/L e 1,0 vez P/BV, com um ROE esperado de 17,1% para 2025 e 17,2% para 2026.


Itaú Segue como Preferido do Mercado

O Itaú segue sendo o favorito do Goldman Sachs no setor bancário brasileiro. A recomendação de compra foi reiterada, com um preço-alvo de R$ 39, baseado em um modelo de fluxo de dividendos em três estágios.

A expectativa é que o Itaú tenha o maior crescimento da carteira de crédito em 2025, com 8%, enquanto Bradesco e Santander devem crescer em torno de 6%.

Mesmo com a perspectiva de um aumento da taxa Selic impactando a qualidade dos ativos no segundo semestre de 2025, o Goldman Sachs destaca que o crescimento médio da margem financeira com clientes deve ser maior que o crescimento da carteira de crédito, garantindo ao Itaú uma posição privilegiada no setor.


Bradesco Pode Recuperar sua Rentabilidade?

O cenário para o Bradesco é desafiador, mas não significa que não haja espaço para recuperação. A empresa precisa equilibrar sua estratégia de crescimento da carteira de crédito sem comprometer sua estrutura de capital, além de aprimorar sua eficiência operacional para aumentar a lucratividade.

Outro fator que pode influenciar positivamente o desempenho da ação é a possível melhora do cenário macroeconômico brasileiro. Caso a inflação e os juros comecem a cair, os bancos tendem a se beneficiar, pois o custo do crédito diminui e a demanda por financiamento aumenta.

No entanto, até que isso aconteça, o mercado seguirá cauteloso em relação às ações do Bradesco.


Vale a Pena Investir no Bradesco em 2025?

A recomendação do Goldman Sachs de venda para o Bradesco (BBDC4) reflete a preocupação com o longo prazo e a recuperação mais lenta da lucratividade. Em contrapartida, o banco ainda apresenta um grande potencial de valorização caso consiga melhorar sua eficiência operacional e aumentar sua base de clientes de alta renda.

Para investidores que buscam maior previsibilidade, Santander Brasil e Itaú despontam como opções mais seguras, conforme indicado pelo próprio Goldman Sachs.

Acompanhar a evolução da economia brasileira e os próximos passos do Bradesco será essencial para determinar se o momento é de entrada ou de espera em relação às suas ações.