Varejo Brasileiro Registra Queda de 0,9% em Fevereiro e Sinaliza Desaceleração da Economia

Varejo Brasileiro Registra Queda de 0,9% em Fevereiro e Sinaliza Desaceleração da Economia

O setor varejista brasileiro registrou uma queda de 0,9% em fevereiro de 2025 na comparação com janeiro, conforme levantamento da empresa de meios de pagamento Stone. Em relação ao mesmo período do ano passado, o recuo foi de 1%, indicando um desaquecimento progressivo da economia nacional. Esses dados reforçam sinais de desaceleração econômica, afetando o consumo e a atividade comercial no país.

Desaceleração da Economia Reflete no Varejo

Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, destacou que, apesar de o mercado de trabalho ainda estar aquecido, os indícios de desaquecimento se tornaram mais evidentes em fevereiro. O aumento do desemprego, a menor geração de vagas e a inflação nos preços dos alimentos têm impactado diretamente o setor.

O varejo é um dos principais termômetros da economia brasileira, refletindo o poder de compra da população e a confiança do consumidor. A retração observada nos últimos meses reforça a necessidade de monitoramento constante do mercado e de estratégias para reaquecê-lo.

Segmentos Mais Impactados Pela Queda

Entre os oito segmentos analisados pela Stone, apenas dois apresentaram crescimento em fevereiro:

  • Material de Construção (0,7%)
  • Móveis e Eletrodomésticos (0,2%)

Os demais setores tiveram desempenhos negativos, com destaque para:

  • Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-5,9%)
  • Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (-2,6%)
  • Combustíveis e Lubrificantes (-1,9%)
  • Artigos Farmacêuticos (-1,5%)
  • Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (-0,7%)
  • Tecidos, Vestuário e Calçados (estabilidade)

O desempenho negativo da maioria dos segmentos demonstra uma retração no consumo, influenciada pelo endividamento das famílias e pelo custo de vida elevado.

Análise Anual: Setor de Combustíveis Se Destaca

Na comparação anual, o setor de Combustíveis e Lubrificantes foi o que teve melhor desempenho, com crescimento de 4,1%, seguido por Material de Construção, que registrou alta de 2,5%.

Por outro lado, os seguintes setores apresentaram queda no período:

  • Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-7,7%)
  • Móveis e Eletrodomésticos (-6,4%)
  • Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (-3,9%)
  • Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (-2,8%)
  • Artigos Farmacêuticos (-2,6%)
  • Tecidos, Vestuário e Calçados (-0,6%)

E-commerce Cresce e Contrapõe Queda no Varejo Físico

Enquanto o varejo físico recuou, o comércio digital manteve sua tendência de crescimento. Em fevereiro, o setor online registrou alta mensal de 0,4%. No comparativo anual, o e-commerce apresentou expressivo crescimento de 10,8%, enquanto as vendas presenciais tiveram retração de 3,7%.

Esse cenário reforça a importância da digitalização do varejo. Empresas que investem em plataformas online, omnichannel e estratégias digitais tendem a apresentar melhor desempenho em um mercado cada vez mais voltado para o consumo virtual.

Perspectivas para o Varejo Brasileiro

Com a desaceleração econômica, os desafios para o setor varejista devem persistir nos próximos meses. Especialistas apontam algumas estratégias para minimizar os impactos negativos:

  • Investimento em tecnologia e digitalização
  • Promoções e descontos para estimular o consumo
  • Aprimoramento da experiência do cliente
  • Expansão das opções de pagamento e crédito

Apesar do cenário desafiador, o mercado varejista pode se recuperar com a melhoria do ambiente econômico, controle da inflação e retomada da confiança do consumidor.