Tesouro Direto tem queda nas taxas: veja os novos rendimentos e saiba se vale a pena investir

Tesouro Direto: Queda nas Taxas de Juros Reacende Interesse dos Investidores

Redução nas taxas torna o Tesouro Direto mais atrativo para quem busca segurança e bons rendimentos

O Tesouro Direto, um dos investimentos mais populares entre os brasileiros que buscam segurança e rentabilidade, teve suas taxas de juros reduzidas em diversos títulos na manhã desta terça-feira (20). A movimentação, que acompanha a retração dos rendimentos dos Treasuries norte-americanos e as declarações recentes do Banco Central, reacende o interesse do mercado por essa modalidade de aplicação.

A atualização das taxas aconteceu às 9h22, refletindo as oscilações do mercado diante de fatores macroeconômicos relevantes, como a política monetária dos Estados Unidos e os comentários do presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo.

Saiba o que está por trás da queda nas taxas do Tesouro Direto, quais papéis foram impactados e a analise de como essa mudança influencia os planos de quem investe ou pretende investir nos títulos públicos federais.


Queda generalizada nas taxas do Tesouro Direto

A manhã começou com a maior parte dos papéis do Tesouro Direto registrando leve queda nas taxas de remuneração. Os títulos prefixados, por exemplo, perderam fôlego e passaram a oferecer rendimentos menores em relação ao último fechamento.

Confira como ficaram as principais taxas após a primeira atualização do dia:

  • Tesouro Prefixado 2028: caiu de 13,44% para 13,40% ao ano

  • Tesouro Prefixado 2032: caiu de 13,86% para 13,83% ao ano

  • Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035: caiu de 14% para 13,97% ao ano

Entre os papéis indexados à inflação (IPCA), também houve recuo:

  • Tesouro IPCA+ 2029: caiu de IPCA + 7,24% para IPCA + 7,19%

  • Tesouro IPCA+ 2040: caiu de IPCA + 7,01% para IPCA + 6,97%

  • Tesouro IPCA+ 2050: caiu de IPCA + 6,93% para IPCA + 6,91%

Essas alterações indicam um movimento de ajuste no mercado que deve ser avaliado com cautela pelos investidores.


Influência do mercado internacional

A queda nas taxas do Tesouro Direto está fortemente ligada ao cenário externo. O movimento dos juros nos Estados Unidos influencia diretamente os rendimentos dos ativos brasileiros.

Na segunda-feira (19), a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos, o que provocou um salto nos rendimentos dos Treasuries. Contudo, essa reação foi parcialmente revertida no dia seguinte, o que contribuiu para a baixa nas taxas dos títulos brasileiros.

Na terça-feira (20), os juros dos Treasuries americanos estavam em:

  • 10 anos: 4,48%

  • 20 anos: 4,98%

  • 30 anos: 4,95%

Esses valores são inferiores aos registrados no dia anterior, refletindo uma menor pressão sobre os mercados emergentes, como o Brasil.


Banco Central reforça postura contracionista

Outro fator que ajudou a puxar para baixo as taxas do Tesouro Direto foi a fala de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, em defesa da manutenção da política monetária contracionista por um período mais prolongado.

O discurso foi interpretado como uma sinalização de compromisso com o controle da inflação. Isso contribuiu para a redução dos prêmios de risco e, consequentemente, para o recuo nas taxas dos títulos públicos.


Como ficam os demais papéis do Tesouro Direto

Além dos prefixados e indexados ao IPCA, os títulos pós-fixados também seguem atraindo investidores. Veja abaixo os detalhes das principais opções disponíveis:

Prefixados:

Título Rentabilidade anual Preço Unitário Vencimento
Tesouro Prefixado 2028 13,40% R$ 720,11 01/01/2028
Tesouro Prefixado 2032 13,83% R$ 426,22 01/01/2032
Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 13,97% R$ 841,92 01/01/2035

Pós-fixados:

Título Rentabilidade anual Preço Unitário Vencimento
Tesouro Selic 2028 SELIC + 0,0606% R$ 16.561,80 01/03/2028
Tesouro Selic 2031 SELIC + 0,1125% R$ 16.482,85 01/03/2031

Indexados à inflação:

Título Rentabilidade anual Preço Unitário Vencimento
Tesouro IPCA+ 2029 IPCA + 7,19% R$ 3.426,60 15/05/2029
Tesouro IPCA+ 2040 IPCA + 6,97% R$ 1.624,01 15/08/2040
Tesouro IPCA+ 2050 IPCA + 6,91% R$ 843,66 15/08/2050

Vale a pena investir agora?

Com a redução das taxas, muitos investidores podem se perguntar se ainda é vantajoso aplicar no Tesouro Direto. A resposta depende do perfil do investidor e do horizonte de tempo.

Para quem busca segurança e está pensando no longo prazo, os papéis indexados ao IPCA continuam sendo uma excelente alternativa. Apesar da leve queda nas taxas, esses títulos garantem rendimento acima da inflação, o que protege o poder de compra.

Já os prefixados podem ser interessantes para quem acredita que os juros devem cair nos próximos anos. Nesse caso, travar uma taxa alta agora pode gerar bons lucros futuros.


Tesouro Educa+ e Tesouro Renda+: soluções para longo prazo

Dois tipos de títulos do Tesouro Direto ganham destaque entre investidores que têm metas de longo prazo: o Tesouro Educa+ e o Tesouro Renda+. Ambos são indicados para quem deseja garantir uma renda complementar na aposentadoria ou custear os estudos dos filhos.

As rentabilidades desses papéis também sofreram leves ajustes para baixo, mas seguem atrativas para quem quer investir com foco em proteção e estabilidade.


A oscilação das taxas do Tesouro Direto é reflexo direto de fatores macroeconômicos locais e internacionais. A queda registrada nesta terça-feira (20) não representa necessariamente um movimento de baixa contínuo, mas sim um ajuste de mercado diante das condições atuais.

Para o investidor atento, essa movimentação pode representar uma boa oportunidade de entrada, especialmente em papéis com vencimentos mais longos. Avaliar o perfil de risco, o prazo do investimento e as metas financeiras continua sendo essencial na hora de escolher o melhor título do Tesouro Direto.