Taxa de Desemprego Sobe para 6,8% em Fevereiro, Mas Renda dos Trabalhadores Bate Recorde
A taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 28 de março. Esse número representa um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, quando o índice estava em 6,1%.
Apesar da alta, o índice repete o menor patamar já registrado entre os trimestres encerrados em fevereiro, alcançado anteriormente em 2014. O número de desempregados no país atingiu 7,5 milhões, representando um aumento de 10,4% no trimestre, o equivalente a 701 mil pessoas a mais em busca de emprego. Entretanto, na comparação anual, a quantidade de desempregados apresentou queda de 12,5%, o que equivale a 1,1 milhão de pessoas a menos sem trabalho.
Fatores Sazonais Influenciam a Alta do Desemprego
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, o crescimento da taxa de desemprego segue uma tendência sazonal observada nos primeiros meses do ano. Historicamente, essa época é marcada pelo aumento da busca por trabalho, à medida que setores que contrataram temporários para as festas de fim de ano ajustam seus quadros e há um maior contingente de pessoas entrando no mercado de trabalho.
Rendimento dos Trabalhadores Alcança Recorde Histórico
Apesar do aumento do desemprego, os rendimentos dos trabalhadores brasileiros atingiram níveis recordes. O rendimento real habitual mensal dos trabalhadores chegou a R$ 3.378, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. Em relação ao trimestre anterior, houve um crescimento de 1,3%, enquanto na comparação anual o aumento foi de 3,6%.
A massa de rendimentos, que representa o total dos salários pagos na economia, também alcançou um recorde, chegando a R$ 342,0 bilhões. Esse valor se manteve estável na comparação trimestral, mas cresceu 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa um incremento de R$ 20,0 bilhões na economia.
Emprego com Carteira Assinada Registra Recorde
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39,6 milhões, representando um novo recorde histórico. No trimestre, houve um crescimento de 1,1%, com a formalização de mais 421 mil trabalhadores. Esse crescimento indica uma recuperação no mercado de trabalho formal, trazendo maior estabilidade para os trabalhadores.
Em contrapartida, o número de empregados sem carteira assinada caiu 6% no trimestre, ficando em 13,5 milhões de trabalhadores. Esse dado reflete uma possível migração de trabalhadores informais para empregos formais, acompanhando a tendência de crescimento do emprego com carteira assinada.
Setor Público e Trabalho por Conta Própria
O número de trabalhadores do setor público apresentou uma queda de 3,9% no trimestre, totalizando 12,4 milhões de pessoas. Esse recuo pode estar relacionado a contenções de gastos governamentais e ajustes fiscais promovidos por diferentes esferas do governo.
Já o contingente de trabalhadores por conta própria manteve-se estável, permanecendo em 25,9 milhões de pessoas. Esse dado sugere que a tendência de empreender e buscar alternativas fora do mercado formal continua forte no país, mesmo com as variações no emprego formal.
Perspectivas para o Mercado de Trabalho em 2025
A expectativa para os próximos meses é de que o mercado de trabalho volte a ganhar fôlego com a retomada de investimentos e políticas de incentivo à geração de empregos. O aumento da renda e o crescimento do emprego formal são sinais positivos que podem impulsionar a economia e reduzir a taxa de desemprego ao longo do ano.
Segundo especialistas, setores como indústria, tecnologia e serviços tendem a apresentar boas oportunidades de emprego em 2025, principalmente devido ao avanço da digitalização e da automação em diversos segmentos da economia.