O Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra para as ações da Sabesp (SBSP3), mantendo um preço-alvo de R$ 114,50, o que representa um potencial de valorização de 18%. A empresa de saneamento paulista está sendo considerada com uma avaliação atrativa, além de apresentar possíveis catalisadores que podem impulsionar ainda mais sua valorização no curto prazo. Para o banco, a ação da Sabesp possui o potencial de atingir até R$ 176,50, uma alta adicional de 64% em relação ao preço-alvo atual, ou até 82% de valorização em relação ao último fechamento.
Um dos principais catalisadores para esse crescimento seria o reconhecimento mais rápido do capex no Base de Ativos Regulatórios (RAB). A Sabesp anunciou no final de 2024 uma emenda ao contrato de concessão com a intenção de reduzir o atual atraso de 18 meses entre a execução do capex e seu reconhecimento nas tarifas. Mesmo sem uma definição exata da metodologia, no pior cenário, o Goldman Sachs prevê um impacto positivo de R$ 6 por ação, caso os investimentos realizados no período de referência sejam compensados pelo custo de capital próprio até o final do ano de referência. Já no melhor cenário, a compensação ocorreria até a data da revisão tarifária, o que reduziria o atraso efetivo para zero meses, resultando em um impacto positivo de até R$ 18 por ação. Contudo, o Goldman observa que o preço das ações da Sabesp já reflete o pior cenário desde o anúncio dessa emenda.
Outro fator relevante para a valorização das ações seria a participação da Sabesp nos leilões de saneamento no estado de São Paulo. Atualmente, cerca de 230 municípios paulistas ainda operam sob controle estatal, o que representa uma oportunidade de R$ 33 bilhões em RAB. A previsão é que 133 desses municípios já tenham aderido ao programa UniversalizaSP, com leilões de privatização previstos para o segundo semestre de 2025. A Sabesp é considerada a empresa mais bem posicionada para incorporar esses novos ativos em seu portfólio, com um potencial de valorização de R$ 9 por ação caso consiga adquirir esses ativos.
Além disso, a Sabesp tem se mostrado bem posicionada para participar de leilões de saneamento em outras regiões do Brasil, onde o país possui um pipeline robusto para os próximos dois anos, com investimentos estimados em R$ 87 bilhões. O Goldman Sachs estima um impacto de até R$ 7 por ação caso a Sabesp conquiste ativos situados em áreas controladas pela Equatorial (EQTL3) e mais R$ 5 por ação nos leilões de outras regiões.
A redução de custos operacionais também é vista como um catalisador importante. A nova regulação introduziu um modelo de divisão escalonada que incentiva cortes de custos recorrentes, e o Goldman projeta que a Sabesp reduzirá seus custos unitários em 30% até 2030. A redução de despesas operacionais observada em outras empresas do setor, como a Equatorial, serve como benchmark, com a companhia tendo conseguido reduzir suas despesas com PMSO em 41% em menos de três anos em suas concessões de distribuição de energia. Caso a Sabesp atinja um nível de eficiência similar ao da Equatorial, o Goldman prevê um impacto de até R$ 10 por ação.
Por fim, a redução da ineficiência de receita da Sabesp também pode impactar positivamente as ações da empresa. O banco estima que a Sabesp ainda possui uma lacuna entre suas tarifas regulatórias e as receitas efetivas, principalmente devido a descontos comerciais para grandes clientes e erros de faturamento. A expectativa é que essa lacuna diminua de aproximadamente 8% da receita bruta em 2024 para apenas 1% a partir de 2026. Caso a Sabesp consiga eliminar essa lacuna até 2026, o Goldman prevê um potencial de valorização de R$ 4 por ação.
Em relação à análise de outros bancos, a Genial Investimentos também recomenda compra das ações da Sabesp, com um preço-alvo de R$ 120,00, destacando a empresa como negociando com uma taxa interna de retorno real (TIR) de 12,6%. A corretora ressalta que a tese de valorização da Sabesp está fundamentada na aceleração da universalização dos serviços de água e esgoto em São Paulo, além dos desafios associados a investimentos estimados em R$ 70 bilhões até 2030 e ao aumento das eficiências operacionais desejáveis para uma empresa recém-privatizada.
Dessa forma, a combinação de catalisadores como a aceleração do capex, os leilões de privatização, a redução de custos e a melhoria da eficiência de receita coloca a Sabesp em uma posição promissora, com um grande potencial de valorização nos próximos anos.