Reforma da OMS: Trump Propõe Mudanças Radicais e Nomeação de um Norte-Americano para o Comando

Reforma da OMS: Trump Propõe Mudanças Radicais e Nomeação de um Norte-Americano para o Comando

O governo de Donald Trump está considerando uma proposta ambiciosa para a reforma da OMS , incluindo a nomeação de um norte-americano para liderar a agência global de saúde. Essa medida faz parte de um plano mais amplo que busca redefinir a relação dos Estados Unidos com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora Trump tenha anunciado a saída dos EUA da OMS em 2026, sob a justificativa de má gestão durante a pandemia da Covid-19, há indícios de que o país poderia permanecer como membro caso a organização adote reformas significativas. Neste artigo, exploramos os detalhes dessa proposta controversa e seus possíveis impactos.


Por Que a Reforma da OMS Está em Debate?

Desde que assumiu o cargo em 2025, Donald Trump tem criticado duramente a OMS por sua suposta ineficiência e falta de transparência. Em um decreto emitido logo após sua posse, o presidente americano acusou a organização de ser indevidamente influenciada por outras nações e de falhar no manejo da pandemia de Covid-19. Como resultado, os EUA anunciaram sua decisão de deixar a OMS até janeiro de 2026, o que privaria a agência de seu maior financiador.

No entanto, documentos obtidos pela Reuters revelam que o governo Trump está avaliando alternativas para evitar a saída definitiva. Entre as propostas está a ideia de implementar uma “nova abordagem radical” para reformar a OMS, com foco em aumentar a influência dos EUA dentro da organização. Uma das sugestões mais polêmicas é pressionar pela nomeação de um cidadão norte-americano para ocupar o cargo de diretor-geral da OMS quando o mandato de Tedros Adhanom Ghebreyesus terminar em 2027.


O Plano de Reforma da OMS

De acordo com um documento interno compartilhado com assessores de Trump antes de sua posse, a reforma da OMS seria essencial para garantir que a agência cumpra melhor suas funções globais de saúde pública. A proposta foi compilada por especialistas em políticas externas a pedido da equipe de transição do presidente e apresenta críticas severas à atual estrutura da organização.

Principais Pontos da Proposta

  1. Nomeação de um Norte-Americano :
    • O documento sugere que um cidadão dos EUA assuma o comando da OMS pela primeira vez em sua história. Segundo a proposta, a ausência de liderança norte-americana no topo da organização contribuiu para o desperdício de recursos e a queda na eficiência.
  2. Envio de um Representante Especial :
    • Para supervisionar as negociações sobre as reformas, o governo Trump planeja nomear um enviado especial subordinado diretamente à Casa Branca. Esse representante terá a missão de garantir que as mudanças propostas sejam implementadas antes da saída programada dos EUA em 2026.
  3. Revisão do Financiamento :
    • Atualmente, os EUA contribuem com cerca de 18% do orçamento total da OMS, incluindo US$ 400 milhões em contribuições voluntárias e US$ 130 milhões em contribuições obrigatórias. A proposta pede uma revisão completa do modelo de financiamento da organização para torná-la menos dependente de doadores específicos.
  4. Maior Transparência e Autonomia :
    • A reforma também incluiria medidas para aumentar a transparência nos gastos e dar mais autonomia aos escritórios regionais da OMS fora da sede em Genebra.

Críticas à Proposta de Reforma

Embora o governo Trump argumente que a reforma da OMS é necessária para corrigir anos de má gestão, a proposta enfrenta resistência tanto dentro quanto fora da organização. Søren Brostrøm, diretor de transformação da OMS, rejeitou as críticas em entrevista à Reuters, afirmando que a agência já realizou reformas fundamentais sob a liderança de Tedros.

“Implementamos uma reforma total e sabemos que ainda estamos progredindo”, disse Brostrøm. Ele citou iniciativas recentes para reduzir a dependência de grandes doadores, modernizar o modelo de financiamento e proporcionar maior transparência nas operações da organização. Além disso, ele ressaltou que as respostas da OMS às crises de saúde globais têm sido eficazes, apesar da complexidade de suas responsabilidades.

Outros especialistas alertam que a tentativa de impor um líder norte-americano à frente da OMS pode comprometer a neutralidade da organização e criar tensões diplomáticas entre os Estados membros. “A OMS deve ser uma instituição multilateral independente, não uma extensão dos interesses de qualquer país”, afirmou um analista de saúde global.


Impactos da Saída dos EUA da OMS

Se os EUA seguirem em frente com sua decisão de deixar a OMS, isso terá consequências graves para a saúde global. A organização alertou que cortará programas essenciais a menos que outros doadores aumentem suas contribuições para compensar a perda dos fundos americanos. Isso inclui iniciativas contra doenças como malária, tuberculose e HIV/AIDS, além de esforços para fortalecer sistemas de saúde em países de baixa renda.

Além disso, a saída dos EUA enfraqueceria a capacidade da OMS de coordenar respostas a emergências de saúde pública, como pandemias futuras. Sem o apoio financeiro e técnico dos EUA, a organização enfrentaria dificuldades para manter sua infraestrutura global.


Perspectivas Futuras para a Reforma da OMS

Embora a proposta de reforma da OMS esteja sendo discutida desde antes da posse de Trump, ainda não está claro se todas as recomendações serão adotadas pelo governo. O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, confirmou que o governo continuará avaliando processos atuais e órgãos de saúde para implementar mudanças necessárias, mas evitou comentar sobre negociações específicas relacionadas à OMS.

Para muitos observadores, o sucesso ou fracasso da reforma da OMS dependerá da disposição dos Estados membros em colaborar. Se outros países concordarem em apoiar as mudanças propostas pelos EUA, isso poderia abrir caminho para uma renovação significativa da organização. No entanto, se houver resistência generalizada, a saída dos EUA pode se tornar inevitável, com repercussões potencialmente devastadoras para a saúde global.


O Futuro da OMS nas Mãos da Diplomacia

A reforma da OMS é um tema crucial que vai além das disputas políticas. Enquanto o governo Trump busca aumentar sua influência na organização, a comunidade internacional precisa encontrar um equilíbrio entre as demandas dos EUA e a preservação da neutralidade da OMS. Independentemente do desfecho, fica evidente que a saúde global depende de uma cooperação multilateral sólida e de uma liderança comprometida com o bem comum.

Se você acompanha temas de saúde pública e política internacional, continue monitorando as discussões sobre a reforma da OMS . As decisões tomadas nos próximos meses moldarão o futuro da saúde global por décadas.