Radar Corporativo: Resultados Financeiros e Destaques do 4T24 das Principais Empresas
No radar corporativo desta quarta-feira (19), diversos resultados financeiros e movimentações importantes marcaram o cenário das empresas listadas na Bolsa de Valores, destacando-se os números do GPA (PCAR3), Carrefour (CRFB3), Iguatemi (IGTI11), Oi (OIBR3), Braskem (BRKM5), e outros. A seguir, um resumo detalhado das principais notícias e os reflexos econômicos dessas empresas no mercado:
GPA (PCAR3) e o Prejuízo no 4T24
O GPA, um dos maiores grupos de varejo do Brasil, que controla marcas como Pão de Açúcar e Extra, divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24) e apresentou números negativos, com um prejuízo de R$ 737 milhões nas operações continuadas. Esse valor foi significativamente superior ao prejuízo de R$ 91 milhões registrado no mesmo período de 2023. Além disso, a companhia teve uma perda consolidada de R$ 1,1 bilhão, o que representa um agravamento em relação ao resultado de R$ 303 milhões negativos do 4T23. A empresa atribuiu essa performance negativa a efeitos de temas estruturantes e eventos excepcionais no período, o que impactou diretamente suas finanças.
Apesar do cenário difícil, o GPA segue sendo uma peça-chave no mercado de varejo, com diversas iniciativas e reestruturações em curso, com o objetivo de reverter esses resultados nos próximos trimestres.
Carrefour (CRFB3): Crescimento Imponente de 240% no Lucro Líquido
Por outro lado, o Carrefour apresentou resultados positivos e impressionantes. A varejista reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,17 bilhões no 4T24, o que representa um crescimento robusto de 240,5% em relação ao mesmo período de 2023. Esse resultado é um reflexo de uma recuperação sólida da empresa, com destaque para o crescimento no segmento de “Clube” e “Cash & Carry”, áreas que se mostraram resilientes, apesar da diminuição das receitas em algumas linhas.
Além disso, o Carrefour conseguiu reverter o prejuízo de R$ 565 milhões no 4T23 para um lucro de R$ 1,16 bilhões no 4T24, um excelente desempenho para a companhia. O Ebitda ajustado também mostrou crescimento de 2,2%, o que confirma a recuperação da rede em meio a um cenário de volatilidade no mercado.
Iguatemi (IGTI11): Lucro Ajustado com Crescimento de 22%
Outro destaque positivo foi a Iguatemi, que segue sólida no setor de shoppings. A operadora de shopping centers registrou um lucro líquido ajustado de R$ 164,1 milhões no 4T24, o que representa um crescimento de 21,9% em relação ao ano anterior. Esse desempenho vem acompanhado de um aumento significativo no Ebitda ajustado, que alcançou R$ 315,3 milhões, com uma margem Ebitda ajustada de 84%, refletindo uma excelente performance operacional da empresa.
A Iguatemi segue com uma sólida estratégia de recuperação e adaptação aos novos tempos, com o foco em sustentabilidade e em experiências diferenciadas para os consumidores em seus shoppings, além de expandir sua presença no mercado de luxo e de varejo de alto padrão.
Oi (OIBR3): Acordo de Venda da Unidade de TV por Assinatura
A Oi, em recuperação judicial, anunciou uma transação importante: a venda de sua unidade de TV por assinatura, parte do processo de reestruturação da companhia. A operadora fechou um contrato com a Mileto Tecnologia para a venda da unidade de TV por até R$ 30 milhões. A operação é parte do processo de desinvestimento da Oi, que busca reverter sua situação financeira e se concentrar em operações mais rentáveis.
Essa venda pode gerar impactos positivos no curto prazo, ajudando a reduzir a dívida da companhia e reforçando sua estratégia de reestruturação e foco em áreas mais estratégicas.
Braskem (BRKM5) e Parceria com Aegea para Reuso de Água
A Braskem, uma das principais empresas do setor químico e petroquímico, anunciou uma parceria com a Aegea Saneamento e Participações para implementar um projeto de reuso de água na unidade industrial da Braskem localizada em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. O projeto visa o abastecimento da produção da Braskem com água reutilizada, uma estratégia importante para reduzir o impacto ambiental e aumentar a eficiência dos processos industriais.
Este tipo de iniciativa reflete a crescente preocupação das empresas com a sustentabilidade e a gestão eficiente dos recursos naturais, temas cada vez mais relevantes no mercado atual.
Raízen (RAIZ4): Recompra de Títulos
A Raízen, uma das maiores empresas do setor de energia no Brasil, aprovou a recompra de uma emissão de títulos de dívida de 5,300% Notes com vencimento em 2027. A operação é um movimento estratégico para melhorar a estrutura de capital da empresa e reduzir seus custos com dívida, o que pode ser uma boa sinalização para os investidores que acompanham o desempenho da companhia.
Eletrobras (ELET3): Conclusão do Descruzamento de Participações
Por fim, a Eletrobras concluiu uma importante reestruturação corporativa, com o descruzamento das participações societárias nas sociedades de propósito específico (SPEs) Vale do São Bartolomeu Transmissora de Energia S.A. – VSB e Lago Azul Transmissão S.A. – LAZ, com a Companhia Celg de Participações – CelgPAR. Esse movimento visa uma maior eficiência nas operações da empresa e alinhamento de seus interesses estratégicos.
O cenário corporativo brasileiro no 4T24 é marcado por resultados mistos, com algumas empresas apresentando crescimento expressivo, como é o caso do Carrefour e Iguatemi, enquanto outras enfrentam desafios, como o GPA e a Oi. No entanto, a constante adaptação e estratégias de reestruturação indicam que as empresas estão cada vez mais focadas em superar os obstáculos e se preparar para um futuro mais estável e lucrativo.
A sustentabilidade, a eficiência operacional e a adaptação ao novo cenário econômico estão entre os maiores desafios e oportunidades das empresas no Brasil. As movimentações de fusões, aquisições e vendas de ativos também continuam a ser uma estratégia importante para as corporações que buscam melhorar sua posição no mercado.