Queda das Ações de Petroleiras na Bolsa Reflete Baixa do Petróleo e Incertezas Globais
As ações das petroleiras listadas na Bolsa de Valores do Brasil registraram forte desvalorização nesta quarta-feira (5), acompanhando a queda dos preços internacionais do petróleo. O retorno das operações após o feriado de Carnaval foi marcado por uma baixa expressiva nos papéis do setor, refletindo as oscilações da commodity no mercado global e preocupações econômicas.
Petrobras e Outras Petroleiras Sofrem Impacto Direto
Por volta das 15h (horário de Brasília), as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíam 4,23%, sendo cotadas a R$ 37,46. Já os papéis preferenciais (PETR4) registravam baixa de 3,28%, a R$ 34,83. Outras petroleiras também sentiram o impacto:
- Brava Energia (BRAV3): queda de 6,22%, sendo negociada a R$ 16,89;
- Prio (PRIO3): recuo de 1,62%, cotada a R$ 37,55.
O desempenho da Prio também está relacionado à recente concessão de licença ambiental pelo Ibama para perfuração no campo de Wahoo, um passo estratégico para sua expansão no setor.
Cenário Internacional Afeta Preços do Petróleo
O mercado global de petróleo segue em queda pelo terceiro dia consecutivo, refletindo preocupações quanto à estratégia da Opep+ de continuar ampliando a produção da commodity em abril. No cenário internacional:
- O preço do WTI caiu 4,29%, sendo negociado a US$ 65,33 por barril;
- O preço do Brent recuou 3,67%, sendo cotado a US$ 68,43 por barril.
Outro fator que pressiona negativamente o mercado é a escalada das tensões comerciais entre os EUA e seus principais parceiros comerciais. As tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos de Canadá, China e México impactaram a economia global e reforçaram a volatilidade no setor energético.
Braskem e Petrobras Fecham Acordo para Expansão da Produção
Apesar do pessimismo no setor petrolífero, a petroquímica Braskem (BRKM5) anunciou um acordo estratégico com a Petrobras para aumentar a produção de eteno no Rio de Janeiro. O investimento inicial em estudos de engenharia está estimado em R$ 233 milhões.
A expansão da capacidade de eteno na central petroquímica de Duque de Caxias (RJ) deve atingir 220 mil toneladas por ano, incluindo volumes equivalentes de polietileno. Para viabilizar esse projeto, a Petrobras fornecerá etano, matéria-prima do eteno, devido à maior disponibilidade de gás natural no Brasil.
Além disso, a Braskem informou que pretende utilizar os incentivos do Regime Especial da Indústria Química (Reiq), que concede crédito presumido de 1,5% de PIS/COFINS para expansão da capacidade instalada da indústria química brasileira.
Tendências e Perspectivas para o Setor de Petróleo no Brasil
O setor de petróleo enfrenta desafios significativos no curto prazo, incluindo a instabilidade dos preços da commodity e os impactos das decisões da Opep+. No Brasil, fatores como mudanças regulatórias, leilões do pré-sal e investimentos em refinarias poderão influenciar a recuperação das petroleiras nos próximos meses.
Os analistas do mercado recomendam que investidores acompanhem atentamente os desdobramentos das negociações globais, especialmente as decisões da Opep+ e os impactos das sanções econômicas entre potências mundiais. No cenário interno, o fornecimento de gás natural e os incentivos à indústria química podem criar oportunidades para empresas do setor.
A desvalorização das ações das petroleiras brasileiras está diretamente ligada à queda dos preços do petróleo e às incertezas globais. O mercado segue atento aos desdobramentos da política da Opep+ e às tensões comerciais entre grandes economias. Enquanto isso, a expansão da produção petroquímica no Brasil pode representar um novo ciclo de oportunidades para o setor.