IGP-M Fevereiro 2025: Alta de 1,06% Impacta Economia Brasileira e Preços

Em fevereiro de 2025, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) registrou um aumento de 1,06%, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) nesta quinta-feira (27). Esse índice acumulou uma alta de 8,44% nos últimos 12 meses, indicando um cenário de crescimento de preços em várias áreas da economia brasileira. Este resultado ficou acima da expectativa dos especialistas, que previam um aumento de 1,03%. O desempenho do IGP-M revela uma aceleração na inflação, com impactos significativos sobre os preços de bens e serviços essenciais no país.

O que é o IGP-M e como ele afeta a economia?

O IGP-M é um índice amplamente utilizado no Brasil para medir a variação de preços de bens e serviços. Ele é composto por três subíndices: o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção). Esses componentes medem as variações de preços no atacado, no varejo e no setor da construção civil, respectivamente, refletindo as mudanças nos preços ao longo de toda a cadeia produtiva.

Esse índice é importante não apenas para medir a inflação, mas também por sua aplicação em contratos de aluguel, financiamentos e outros acordos econômicos. O aumento de 1,06% no IGP-M em fevereiro de 2025 demonstra uma pressão crescente sobre os preços no mercado, afetando tanto o consumidor final quanto o setor produtivo.

Composição do IGP-M: O que impulsionou o aumento de fevereiro?

1. IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo)

O IPA foi o principal responsável pela alta do IGP-M em fevereiro de 2025. Este subíndice avançou 1,17%, influenciado por fatores como o reajuste dos preços dos combustíveis, especialmente o aumento do ICMS, que impactou diretamente os preços de energia e transporte. Outro fator que contribuiu para a alta foi a ausência do bônus de Itaipu, que havia ajudado a reduzir o custo da energia elétrica em janeiro.

Além disso, o período da quaresma gerou maior demanda por ovos, o que também pressionou os preços. O IPA é especialmente sensível às mudanças nos preços das commodities, o que torna os setores como energia e alimentos altamente impactados por oscilações nos custos.

2. IPC (Índice de Preços ao Consumidor)

O IPC também registrou alta significativa de 0,91% em fevereiro de 2025, comparado com 0,14% em janeiro. A variação foi impulsionada principalmente pelos aumentos nos setores de habitação, transportes e educação. A alta nos preços dos combustíveis, por exemplo, elevou os custos com transporte, enquanto a demanda por produtos e serviços de habitação impulsionou os preços no setor. Entretanto, alguns setores, como alimentação e vestuário, apresentaram quedas de preços.

A alta no IPC reflete a pressão inflacionária sobre o consumidor, que enfrenta aumentos em itens essenciais do seu cotidiano. Esse índice é fundamental para medir o impacto da inflação no poder de compra da população.

3. INCC (Índice Nacional de Custo da Construção)

O INCC, que mede os custos da construção civil, também registrou alta em fevereiro de 2025, mas de forma mais moderada em comparação com janeiro. O índice subiu 0,51%, contra 0,71% no mês anterior. O INCC é composto por três componentes: materiais e equipamentos, serviços e mão de obra. Em fevereiro, a variação de preços nos materiais e equipamentos permaneceu estável, com aumento de 0,43%, enquanto os preços dos serviços subiram para 0,68%, e a mão de obra recuou 0,59%.

O desaquecimento no setor de construção, com a desaceleração no aumento do custo da mão de obra, também reflete a dificuldade do mercado em enfrentar altos custos operacionais. Esse reflexo pode ser sentido em várias obras e projetos que dependem do setor da construção civil para a geração de emprego e renda.

Impacto do IGP-M na economia brasileira

O aumento do IGP-M em fevereiro de 2025 tem várias implicações para a economia brasileira. A inflação elevada, refletida pelo aumento dos preços em diversas áreas, é um fator de preocupação tanto para o governo quanto para os consumidores. A alta do IGP-M pode aumentar os custos para as empresas, especialmente aquelas que dependem de insumos e matérias-primas, o que pode resultar em um repasse de preços para o consumidor final.

Além disso, os aumentos no IPC indicam uma pressão crescente sobre o poder de compra da população, com o aumento de preços nos itens básicos, como transporte e habitação. Isso pode levar a uma redução no consumo e afetar o crescimento econômico do país. O INCC também sugere que o setor da construção, que tem sido um dos motores da economia, pode enfrentar desafios com o aumento nos custos de materiais e mão de obra.

Expectativas para o futuro: O que esperar para os próximos meses?

A expectativa para o futuro próximo é que o IGP-M continue a refletir a pressão inflacionária sobre a economia brasileira. O cenário atual de aumento dos preços pode gerar uma desaceleração no consumo, afetando a recuperação econômica do país. No entanto, o governo brasileiro pode adotar medidas para tentar controlar a inflação, como a implementação de políticas fiscais e monetárias que busquem estabilizar os preços.

O que o aumento do IGP-M significa para os consumidores e investidores?

Para os consumidores, a alta do IGP-M significa um aumento no custo de vida, com a pressão sobre preços de serviços, transporte e produtos essenciais. O reajuste nos aluguéis, que é comumente atrelado ao IGP-M, pode representar um aumento nas despesas familiares, impactando diretamente o orçamento das famílias brasileiras.

Para os investidores, o aumento do IGP-M pode afetar as decisões de investimento, especialmente em setores sensíveis à inflação, como o imobiliário e o de energia. A alta do índice pode indicar uma desaceleração no crescimento econômico, o que pode gerar incertezas nos mercados financeiros.