Ibovespa hoje: principais movimentos do mercado, dólar, juros e impactos globais
Na sessão desta segunda-feira (7 de julho de 2025), o Ibovespa hoje registra leve queda nos futuros, operando em torno de 143 mil pontos. A movimentação reflete a influência de fatores externos, como tensões geopolíticas e comerciais, além de expectativas domésticas com juros, câmbio e inflação. Acompanhe os principais indicadores do dia e as análises mais relevantes para investidores e interessados no mercado financeiro.
Ibovespa opera em queda após semana de ganhos
Os contratos do Ibovespa futuro apresentam recuo de 0,37%, aos 143.245 pontos por volta das 9h17, após uma semana positiva para a bolsa brasileira. Na sexta-feira anterior, o índice fechou com alta de 0,24%, atingindo 141.263,56 pontos, novo recorde nominal de fechamento.
No acumulado da semana, o Ibovespa avançou 3,21%, subiu 1,73% no mês e já acumula valorização de 17,44% no ano. Apesar do cenário positivo recente, o início da semana traz um clima mais cauteloso.
Dólar comercial abre em alta e reflete cautela global
O dólar comercial abriu o dia com alta de 0,35%, cotado a R$ 5,443, e chegou a atingir R$ 5,455 com variação de +0,57%. Essa valorização da moeda americana reflete a apreensão dos investidores com o cenário internacional, especialmente após declarações do ex-presidente Donald Trump sobre tarifas comerciais.
No mercado futuro, o mini-dólar com vencimento em agosto (WDOQ25) subiu 0,36%, sendo negociado a 5.475 pontos.
Juros futuros indicam leve avanço
A curva de juros futuros registra viés de alta nos principais vencimentos, sugerindo cautela dos agentes do mercado:
Vencimento | Taxa (%) | Variação |
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Jan/26 | 14,925 | estável |
Jan/27 | 14,195 | +0,010 |
Jan/28 | 13,415 | +0,015 |
Jan/29 | 13,240 | +0,010 |
Jan/31 | 13,300 | +0,010 |
Jan/32 | 13,360 | +0,010 |
Jan/33 | 13,350 | +0,010 |
Jan/35 | 13,340 | +0,010 |
As taxas mais longas refletem um mercado que ainda vê risco inflacionário e incertezas fiscais no médio prazo.
Fatores internacionais pressionam o mercado
O principal tema no radar dos investidores é o possível impacto de novas tarifas comerciais propostas por Donald Trump. O ex-presidente norte-americano sinalizou taxar em 10% os países que se unirem a coalizões consideradas “antiamericanas”, como o BRICS, embora sem citar nominalmente Brasil, Rússia, Índia, China ou África do Sul.
Nos EUA, os índices futuros operam em baixa: S&P500 -0,29%, Nasdaq -0,41% e Dow Jones -0,06%. Na Europa, o índice Stoxx 600 sobe 0,28%, enquanto na Ásia houve reações mistas, com algumas bolsas pressionadas pelas declarações norte-americanas.
A Comissão Europeia informou que mantém conversas “positivas” com Trump para tentar evitar a imposição de tarifas adicionais sobre automóveis e outros produtos. O prazo para uma possível imposição de tarifas termina em 9 de julho.
Poupança brasileira tem novo mês de captação positiva
Pelo segundo mês consecutivo, a poupança teve captação líquida positiva em junho, com R$ 2,124 bilhões. No Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o saldo ficou positivo em R$ 673,4 milhões, enquanto na poupança rural a captação líquida somou R$ 1,45 bilhão.
O movimento mostra que, mesmo com a taxa Selic em 15% ao ano, a poupança ainda tem atraído o interesse dos brasileiros, especialmente aqueles mais conservadores.
Commodities oscilam com dados da China e incertezas
O petróleo opera sem direção definida: o WTI sobe 0,01% para US$ 67,01 o barril, enquanto o Brent avança 0,63%, negociado a US$ 68,73. Já o minério de ferro em Dalian recua 0,68%, influenciado por indicadores industriais da China e pela redução na produção de aço em algumas províncias chinesas.
Esses dados afetam diretamente o desempenho de empresas como Vale e Petrobras, dois dos principais pesos do Ibovespa.
Ações brasileiras e ADRs também sentem o impacto
As ADRs da Vale caíram 0,30% no pré-mercado de Nova York, cotadas a US$ 10,19, acompanhando o movimento de baixa do minério de ferro. A mineradora, altamente dependente da China, segue sensível às medidas restritivas no país asiático.
Outro destaque é a Embraer, que negocia a venda do cargueiro KC-390 com até dez países. A fabricante brasileira busca ampliar sua presença global, com negociações ativas na América Latina, Europa, Ásia e Estados Unidos.
Projeções do Boletim Focus ajustam inflação e câmbio
O Boletim Focus divulgado nesta manhã pelo Banco Central traz as seguintes projeções:
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IPCA para 2025: revisado para 5,18% (de 5,20%)
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PIB 2025: aumento de 2,23% (antes 2,21%)
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Câmbio 2025: ajustado para R$ 5,70
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Câmbio 2026: projetado em R$ 5,75
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Selic: mantida em 15% para 2025, com queda projetada nos anos seguintes
A expectativa de inflação ainda acima da meta reforça a perspectiva de que o Banco Central deve manter a taxa de juros em níveis elevados por mais tempo.
Expectativas para os próximos dias
Com a agenda externa dominando o humor dos investidores, os próximos anúncios do governo norte-americano e as negociações com a União Europeia devem continuar a influenciar fortemente o mercado.
Internamente, os dados de inflação, arrecadação e as movimentações políticas no Congresso Nacional podem interferir nas projeções de juros, câmbio e confiança do mercado.
O Ibovespa hoje inicia a semana sob impacto de fatores internacionais, especialmente as declarações de Donald Trump sobre possíveis tarifas a países alinhados ao BRICS. O dólar sobe, os juros futuros avançam e o investidor adota postura de cautela.
No cenário doméstico, a poupança volta a atrair recursos e a Embraer se destaca por novas oportunidades no exterior. Os próximos dias prometem forte volatilidade, com o mercado atento às movimentações políticas e comerciais nos EUA, Europa e China.