Ibovespa Futuro opera em baixa com mercado de olho em medidas do governo e dados econômicos

Ibovespa Futuro opera em baixa com mercado de olho em medidas do governo e dados econômicos

Introdução

O Ibovespa Futuro iniciou esta sexta-feira (7) em queda, refletindo a cautela dos investidores diante do anúncio do governo sobre a isenção de alíquotas de importação para carne e outros alimentos. Além disso, o mercado acompanha a divulgação de dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos, bem como pronunciamentos de autoridades como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

Medidas do governo para controle da inflação

Na quinta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou um conjunto de medidas para conter a alta dos preços dos alimentos no Brasil. Entre as ações, destaca-se a isenção de impostos de importação sobre carne, café, açúcar e milho, buscando reduzir os custos desses produtos para o consumidor final. O impacto da medida ainda é avaliado pelo mercado, que pondera possíveis efeitos sobre a inflação e a balança comercial.

PIB brasileiro decepciona expectativas

A economia brasileira registrou um crescimento de 0,2% no quarto trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, totalizando um avanço de 3,4% no ano. Apesar de ser a maior taxa desde 2021, o resultado ficou abaixo das projeções do mercado, que esperava um crescimento de 0,5% no trimestre e 4,1% no acumulado do ano. O PIB do país atingiu R$ 11,7 trilhões, reforçando a resiliência da economia brasileira, mas levantando questionamentos sobre a sustentabilidade desse crescimento.

Movimentação do Ibovespa Futuro e mercados internacionais

Às 09h07 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em abril registrava queda de 0,09%, sendo negociado a 124.845 pontos. O desempenho acompanha um cenário de incerteza global, influenciado por expectativas sobre a política monetária dos Estados Unidos.

Nos mercados internacionais, os índices futuros operavam em alta:

  • Dow Jones Futuro: +0,18%
  • S&P 500 Futuro: +0,31%
  • Nasdaq Futuro: +0,44%

Enquanto isso, na Ásia, as bolsas fecharam em baixa, impactadas pela alta nos rendimentos dos títulos do governo japonês, que atingiram os maiores níveis desde a crise financeira global de 2008.

Câmbio e commodities

O dólar à vista registrava leve alta de 0,06%, sendo negociado a R$ 5,761 na venda. No mercado futuro, o contrato de primeiro vencimento caía 0,10%, cotado a 5.788 pontos.

No mercado de commodities, o petróleo operava em leve alta, mas acumulava a maior queda semanal desde outubro de 2024, devido a preocupações sobre a demanda global e expectativas de aumento na produção por parte dos principais produtores.

Já o minério de ferro na China registrou alta no dia, mas apresentava perdas semanais, reflexo da intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Impacto das expectativas econômicas

O mercado segue atento a eventos e declarações de autoridades que podem influenciar as expectativas econômicas. Entre os destaques do dia:

  • Fernando Haddad, ministro da Fazenda, concederá uma entrevista ao vivo no Flow Podcast às 19h.
  • Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, participará de um evento organizado pelo Banco de Portugal às 13h15.
  • Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, falará na University of Chicago Booth School of Business às 14h30.

Perspectivas para o mercado

Os investidores monitoram com atenção a divulgação do relatório de emprego dos EUA, que pode influenciar as decisões do Fed sobre taxas de juros. A expectativa, segundo pesquisa da Reuters, é de que a economia norte-americana tenha gerado 160.000 empregos em fevereiro, ante 143.000 em janeiro.

Com o cenário global ainda instável, o mercado brasileiro pode seguir apresentando volatilidade no curto prazo, principalmente em resposta às políticas econômicas do governo e aos desdobramentos no cenário internacional.

O Ibovespa Futuro opera com leve queda nesta sexta-feira, refletindo a apreensão dos investidores com os impactos das medidas do governo e as perspectivas econômicas no Brasil e no exterior. A cautela predomina diante de indicadores econômicos abaixo do esperado e da expectativa por novas decisões de política monetária nos Estados Unidos. O desempenho do mercado nos próximos dias dependerá de como os investidores interpretarão os novos dados e declarações das autoridades econômicas.