Febre Oropouche: Casos Explodem no Brasil e Ameaçam Outras Regiões

Febre Oropouche: Casos Explodem no Brasil e Ameaçam Outras Regiões

A febre oropouche está em expansão no Brasil, registrando um aumento alarmante de casos em 2024. De acordo com o Ministério da Saúde, foram confirmados 12.430 casos no país, um salto expressivo em relação aos 831 registros do ano anterior. Com uma tendência de disseminação para regiões fora da Amazônia, autoridades sanitárias alertam para a necessidade de reforço na vigilância epidemiológica e medidas preventivas.

A Expansão da Febre Oropouche no Brasil

A doença, antes considerada restrita à região Norte, já apresenta transmissão autóctone em estados como Espírito Santo, Bahia e Santa Catarina. O aumento expressivo de casos preocupa especialistas, que apontam mudanças climáticas e a adaptação do vírus como fatores determinantes para sua expansão.

Os estados mais afetados são:

  • Espírito Santo: 4.532 casos
  • Amazonas: 3.172 casos
  • Rondônia: 1.665 casos
  • São Paulo: 19 casos
  • Distrito Federal: 1 caso

A maior incidência da doença foi registrada em adultos entre 20 e 49 anos, sendo o grupo de 30 a 39 anos o mais atingido.

Sintomas e Diagnóstico

A febre oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, o que pode dificultar o diagnóstico. Os principais sinais incluem:

  • Febre alta
  • Dores musculares
  • Dor de cabeça
  • Náusea
  • Fotofobia

O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, sendo essencial para diferenciar a doença de outras arboviroses.

Gravidade e Riscos

Embora não seja considerada uma doença fatal em sua maioria, a febre oropouche já resultou em mortes no Brasil. Duas mortes foram registradas na Bahia e no Maranhão. Além disso, estudos apontam que o vírus pode ser transmitido de mãe para bebê durante a gravidez, causando malformações e até óbitos fetais. No Ceará e no Acre, 13 mortes fetais foram atribuídas à transmissão vertical do vírus.

Fatores que Contribuem para a Disseminação

Estudos recentes publicados na “Lancet Infectious Diseases” sugerem que o vírus já circulava em regiões fora da Amazônia antes mesmo dos primeiros registros oficiais.

De acordo com Renato Santana, virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a transmissibilidade do vírus aumentou devido a rearranjos gênicos com outros Orthobunyavirus. Esses rearranjos tornaram a cepa mais eficiente na transmissão por vetores como o maruim, inseto responsável pela propagação da doença.

Além disso, eventos climáticos extremos, como enchentes e desmatamento acelerado na Amazônia, contribuem para a disseminação do vírus.

Prevenção e Medidas do Governo

O governo federal anunciou um investimento de R$ 1,5 bilhão em 2025 para combate às arboviroses, incluindo a febre oropouche. Entre as medidas estão:

  • Campanhas de conscientização
  • Inspeção e eliminação de criadouros
  • Uso de mosquitos estéreis para controle populacional de vetores

Ademais, o Ministério da Saúde pretende reforçar a vigilância epidemiológica para evitar uma crise semelhante à do zika vírus em 2015.

A febre oropouche está em franca expansão no Brasil, exigindo atenção das autoridades sanitárias e da população. Ações preventivas e investimentos em pesquisa são fundamentais para conter o avanço da doença e mitigar seus impactos.