EUA suspendem temporariamente encomendas da China e Hong Kong: impacto para varejistas como Shein e Temu

EUA suspendem temporariamente encomendas da China e Hong Kong: impacto para varejistas como Shein e Temu

O Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) anunciou a suspensão temporária da distribuição de encomendas provenientes da China e de Hong Kong. A medida não afetará a entrega de cartas, mas levanta preocupações para empresas chinesas como Shein e Temu, que dependem amplamente do serviço para atender seus clientes nos Estados Unidos.

Motivos por trás da suspensão das encomendas da China

A decisão do USPS surge em um contexto de crescente tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. Nos últimos anos, os Estados Unidos têm intensificado suas barreiras comerciais contra produtos chineses, alegando preocupações econômicas e de segurança nacional.

Atualmente, mercadorias de até US$ 800 podem entrar no país sem pagamento de impostos, o que tem favorecido a explosão das compras de produtos chineses. Essa política beneficiou empresas como Shein, Temu e outras plataformas de e-commerce, que oferecem produtos a preços extremamente competitivos.

Explosão no volume de pacotes importados

O volume de encomendas provenientes da China disparou nos últimos anos. Dados do serviço alfandegário dos EUA mostram que a entrada de pacotes no país cresceu de 637 milhões em 2020 para 1,36 bilhão em 2023. Esse aumento significativo tem sido impulsionado principalmente pelo modelo de negócios de varejistas chinesas que vendem diretamente ao consumidor final sem intermediários.

Impacto da suspensão para Shein, Temu e outros varejistas

A suspensão temporária pode ter um impacto significativo nas operações da Shein e da Temu, que dependem do envio eficiente de produtos para manter a competitividade. Ambas as empresas utilizam o modelo de dropshipping e logística eficiente para entregar produtos diretamente da China aos consumidores americanos. Com essa restrição, os prazos de entrega podem aumentar consideravelmente, impactando as vendas e a satisfação dos clientes.

Outras plataformas de e-commerce, como AliExpress, Wish e TikTok Shop, também podem ser afetadas pela medida, uma vez que parte significativa dos seus envios internacionais passam pelo Serviço Postal dos EUA.

Possíveis alternativas para varejistas chineses

Diante dessa suspensão temporária, varejistas chineses podem buscar alternativas logísticas para minimizar os impactos. Algumas das possibilidades incluem:

  • Uso de transportadoras privadas: Empresas como FedEx, UPS e DHL podem ser utilizadas para manter o fluxo de encomendas.
  • Armazéns nos Estados Unidos: A criação de estoques dentro do território americano pode reduzir dependência dos envios diretos da China.
  • Parcerias logísticas locais: Buscar novos parceiros nos Estados Unidos para armazenar e distribuir os produtos.
  • Expansão da produção: Algumas empresas já consideram terceirizar parte da fabricação para países como México e Vietnã, a fim de reduzir custos logísticos e evitar barreiras comerciais.

Reação do governo chinês e próximos passos

O governo da China ainda não se pronunciou oficialmente sobre a suspensão do envio de encomendas pelo USPS, mas a medida pode acirrar ainda mais as disputas comerciais entre os dois países. A expectativa é que novas negociações sejam conduzidas para encontrar uma solução que permita a retomada dos envios sem grandes impactos para os consumidores e varejistas.

A decisão do Serviço Postal dos Estados Unidos de suspender temporariamente o envio de encomendas da China e de Hong Kong marca mais um capítulo da guerra comercial entre as duas potências. A medida deve impactar especialmente empresas como Shein e Temu, que baseiam seus negócios na entrega eficiente de produtos para os consumidores americanos. No entanto, alternativas como o uso de transportadoras privadas e estoques locais podem mitigar os efeitos da restrição. O desdobramento da situação dependerá das negociações comerciais e possíveis mudanças na política de importação dos EUA.