Brasil pode recuperar grau de investimento até 2026, afirma subsecretário da Dívida Pública

Brasil pode recuperar grau de investimento até 2026, afirma subsecretário da Dívida Pública

O Brasil pode recuperar seu grau de investimento até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou o subsecretário da Dívida Pública, Daniel Leal, nesta terça-feira (4). Segundo Leal, essa possibilidade ainda está “na mesa” e dependerá de uma série de fatores econômicos e estruturais.

O que é o grau de investimento e por que ele é importante?

O grau de investimento é uma classificação dada por agências de rating que avalia o risco de crédito de um país. Quando um país possui esse status, ele atrai mais investidores estrangeiros, reduz os custos de financiamento e fortalece sua economia. O Brasil perdeu essa classificação em 2015 e, desde então, busca recuperar a confiança das agências internacionais.

Fatores que influenciam a recuperação do grau de investimento

De acordo com Leal, as agências de classificação de risco analisam diversos aspectos da economia para definir a nota de crédito de um país. Entre os principais fatores estão:

  • Perfil e tamanho da dívida pública;
  • Política fiscal e monetária;
  • Credibilidade e solidez das instituições;
  • Trajetória do endividamento;
  • Capacidade de implementar reformas estruturais.

Desde setembro de 2024, não houve grandes mudanças na estrutura da dívida brasileira. No entanto, a recuperação do grau de investimento depende de um avanço significativo nas políticas econômicas e reformas estruturais.

Perspectivas do governo e próximos passos

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, destacou que as agências de rating avaliam uma ampla gama de perspectivas sobre o Brasil. Ele reforçou que é fundamental a adoção de ações consistentes para melhorar a nota de crédito do país.

“São várias perspectivas que as agências consideram. O indicador da dívida é importante, a trajetória do endividamento também, mas há outros fatores cruciais como política monetária, credibilidade das instituições e a reputação do país no cenário internacional. Precisamos continuar avançando de forma consistente”, disse Ceron.

Ele destacou ainda que o Brasil já implementou diversas reformas fiscais e econômicas nos últimos anos, o que pode acelerar a recuperação do grau de investimento.

Medidas adotadas para melhorar a nota de crédito do Brasil

Nos últimos anos, o governo federal adotou várias medidas para fortalecer a economia e melhorar sua posição nas agências de classificação de risco. Algumas das principais ações incluem:

  1. Reformas tributária e administrativa – Visam tornar o sistema tributário mais eficiente e reduzir a burocracia estatal.
  2. Política fiscal responsável – Controle do déficit público e medidas para reduzir o endividamento.
  3. Fortalecimento do arcabouço fiscal – Implementação do novo marco fiscal para substituir o teto de gastos.
  4. Atração de investimentos estrangeiros – Programas de incentivo ao capital estrangeiro no Brasil.
  5. Reformas previdenciárias e trabalhistas – Ações que garantem maior sustentabilidade fiscal no longo prazo.

Impacto para a economia e para os investidores

Se o Brasil recuperar o grau de investimento, os benefícios serão amplos. Entre os principais impactos estão:

  • Redução dos juros da dívida pública, permitindo que o governo tenha mais recursos para investir em infraestrutura e serviços públicos.
  • Maior confiança dos investidores estrangeiros, atraindo novos aportes para setores estratégicos.
  • Valorização do real, tornando a moeda brasileira mais estável e reduzindo a volatilidade cambial.
  • Facilidade para empresas captarem recursos no exterior, com menores taxas de juros.

A possibilidade de o Brasil recuperar o grau de investimento até 2026 reflete os avanços econômicos e fiscais do país nos últimos anos. No entanto, para que isso se concretize, o governo precisará manter um compromisso firme com políticas econômicas responsáveis e reformas estruturais. As decisões tomadas nos próximos meses serão cruciais para definir o futuro da economia brasileira e sua posição no cenário global.