Categoria: Tech

  • Bluesky registra 1 milhão de novos usuários em 3 dias após Alexandre de Moraes suspender o X

    A Bluesky, rede social que se tornou alternativa aos usuários brasileiros em meio ao embate do empresário Elon Musk com o ministro Alexandre de Moraes, que suspendeu o X (antigo Twitter) no País, anunciou neste sábado, 31, ter atingido a marca de um milhão de novos usuários nos últimos três dias.

    Fundada em 2019 por Jack Dorsey, cofundador do Twitter, o perfil oficial da rede social comemorou o resultado na própria plataforma e escreveu que, com a chegada dos usuários brasileiros: “Agora este é um aplicativo brasileiro.”

    Em outras publicações, o perfil passou a escrever em português, incluindo um tutorial de funcionamento da rede social, com dicas de uso, esclarecimentos sobre a forma como os conteúdos são moderados no aplicativo e como denunciar publicações irregulares.

    O aplicativo funciona de forma bem parecida com o Twitter, tendo o mesmo layout, mas em uma versão mais minimalista.

    As funções são praticamente as mesmas: é possível fazer publicações em texto, com no máximo 300 caracteres, e em imagens, assim como excluir seus posts e curtir, comentar e repostar as publicações de outros usuários.

    No entanto, diferente do Twitter, no Bluesky ainda não é possível publicar vídeos e nem áudios.

    Além da suspensão, o ministro estabeleceu uma multa diária de R$ 50 mil para quem tentar burlar o bloqueio ao X por meio de VPN, sigla em inglês para Virtual Private Network, ferramenta que omite a localização de acesso à internet. Esses usuários também podem responder criminalmente, segundo a decisão.

    Neste sábado, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu para que Moraes reconsiderasse a imposição da multa. A entidade argumenta que a multa é genérica e não permite a avaliação individual das condutas e da capacidade econômica de usuários que eventualmente burlarem o bloqueio.

    Bluesky registra 1 milhão de novos usuários em 3 dias após Alexandre de Moraes suspender o X

  • Musk cria perfil contra Moraes para vazar decisões sigilosas do STF

    MAYARA PAIXÃO E MATEUS VARGAS
    BUENOS AIRES, ARGENTINA, E BRASÍLIA, DF (REVISTA SIMPLES) – O X, antigo Twitter, criou neste sábado (31) a conta “Alexandre Files” para divulgar decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relacionadas ao bloqueio de conteúdos e perfis da plataforma.

    Em uma das publicações, o X afirma que irá lançar “luz sobre os abusos cometidos por Alexandre de Moraes em face da lei brasileira”. A conta foi criada um dia após Moraes determinar a suspensão da plataforma no Brasil.
    Moraes ordenou a derrubada “imediata, completa e integral” do funcionamento do X, que saiu do ar no Brasil de forma gradual. Na tarde deste sábado, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou que já havia comunicado a todos os provedores de internet grandes, médios e pequenos sobre a ordem do ministro.

    Outra publicação do perfil “Alexandre Files” cita como suposto exemplo de “violação frontal da lei brasileira” uma determinação do ministro de bloquear os perfis do senador Marcos do Val (Podemos-ES), da filha adolescente do blogueiro Oswaldo Eustáquio, entre outros links.

    O perfil oficial do X já havia compartilhado a mesma ordem sigilosa de Moraes em 13 de agosto. Dias mais tarde, em 17 de agosto, Musk anunciou que não cumpriria as decisões do STF e fecharia o escritório da empresa no Brasil.
    Ao determinar a suspensão do X, Moraes citou a desobediência da plataforma para bloquear os perfis. Ainda apontou que a empresa a descumprir determinação judicial para indicar representante legal no Brasil.

    O ministro disse que determinou o bloqueio dos perfis após a Polícia Federal localizar provas de que “inúmeras pessoas” passaram a intimidar agentes públicos que apuravam “milícias digitais e a tentativa de golpe de Estado”.
    Moras afirmou que essa tentativa de exposição ilegal ocorreu em perfis da filha de Eustáquio. Também apontou que o blogueiro “vem atuando ilicitamente” com o uso das contas dela.

    A multa aplicada pelo STF ao X por descumprir decisões judiciais alcançou R$ 18,35 milhões, segundo cálculo do tribunal.

    O ministro ainda fixou multa diária de R$ 50 mil às pessoas naturais e jurídicas que tentarem acessar o X por meio de subterfúgios tecnológicos, tais como o uso de VPN, além de outras sanções civis e criminais. Esta medida foi vista como desproporcional por especialistas, como mostrou a Folha.

    “ELON MUSK confunde LIBERDADE DE EXPRESSÃO com uma inexistente LIBERDADE DE AGRESSÃO, confunde deliberadamente CENSURA com PROIBIÇÃO CONSTITUCIONAL AO DISCURSO DE ÓDIO E DE INCITAÇÃO A ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS”, escreveu Moraes ao derrubar o X, usando letras maiúsculas.

    Moraes ainda afirmou que “não se trata de novidade” a instrumentalização das redes sociais para “divulgação de diversos discursos de ódio”. Ele afirmou que o “ápice dessa instrumentalização” contribuiu para a tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023.

    Musk cria perfil contra Moraes para vazar decisões sigilosas do STF

  • Bose vai sortear fones sem fios revestidos com diamantes

    A Bose completa em 2024 o seu 60.º aniversário e, para celebrar, a empresa decidiu anunciar uma edição de luxo muito especial dos seus Ultra Open Earbuds.

    Como pode ver nas imagens acima, os Bose Ultra Open Earbuds tiveram direito a uma versão que está revestida com diamantes – seja a caixa/carregador como os próprios fones sem fios.

    Esta edição dos fones sem fios da Bose será oferecida por via de um sorteio e custam 9 mil dólares, o equivalente a cerca de 50 mil reais. Para entrar no sorteio deverá fazer qualquer compra da Diamond Collection no site da Bose entre os dias 26 de agosto e 16 de setembro.

    Pode ver acima as imagens desta edição de luxo dos Bose Ultra Open Earbuds.

    Bose vai sortear fones sem fios revestidos com diamantes

  • Meta pode treinar IA com dados brasileiros; usuário poderá negar

    (REVISTA SIMPLES) – A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) anunciou nesta sexta-feira (30) que suspendeu a proibição da Meta para usar dados pessoais de brasileiros para trenar modelos de inteligência artificial da empresa.

    A dona do Instagram, Facebook e WhatsApp estava impedida desde o início de julho. À época, a ANPD citou “risco iminente e irreparável ou de difícil reparação aos direitos fundamentais dos titulares afetados” para aplicar a primeira medida protetiva de sua história contra a big tech.

    A Meta havia começado a utilizar as publicações abertas de usuários do Facebook e do Instagram para treinar IAs generativas, segundo a alteração que a big tech fez em sua política de privacidade em 22 de maio.

    A mudança nos termos de uso não foi divulgada em informe público no Brasil, que concentra 113,5 milhões de pessoas ativas no Instagram e 102 milhões, no Facebook.

    Na nova decisão, a autarquia aprovou um plano de conformidade com regras de transparência e direito do usuário de não ter os dados utilizados para treinamento pela Meta.

    Donos de contas no Facebook e Instagram receberão uma notificação por e-mail e no aplicativo com informações claras e acessíveis sobre o tratamento de dados realizado pela Meta, de acordo com a ANPD.

    Além disso, a empresa deverá manter avisos e banners sobre o assunto em sua página de privacidade. Usuários deverão ser informados sobre o direito de negar o uso dos dados para o treinamento de IA da empresa, e até pessoas que não têm contas nas redes sociais, mas que podem ter dados inseridos nas plataformas por outras pessoas, podem impedir o uso.

    O plano de conformidade também prevê o compromisso da Meta de não usar dados de menores de dezoito anos até que decisão definitiva seja tomada pela ANPD.

    “A ideia é permitir que os indivíduos possam tomar uma decisão informada sobre querer ou não que os dados sejam tratados. Entendemos que foram mitigados os riscos visualizados inicialmente”, diz Miriam Wimmer, diretora da ANPD.

    “O processo de fiscalização continua. Ainda vamos ter um debate mais aprofundado sobre questões jurídicas ligadas ao legítimo interesse”, afirma.

    Em nota, a Meta afirmou que “está trabalhando arduamente” para construir recursos de IA de maneira segura e respeitando a privacidade dos usuários.

    “O objetivo da empresa sempre foi que todos os usuários tenham o mesmo nível de experiência com o assistente de IA gratuito mais inteligente disponível hoje”, diz a big tech.

    A empresa também afirmou que pretende acatar às medidas de transparências contidas no plano.

    “As notificações e os emails incluirão links para o formulário de oposição, para que os usuários que desejarem possam exercer seu direito de se opor ao uso de suas informações públicas pela Meta, como postagens e comentários públicos, para o propósito de desenvolver e melhorar modelos generativos para a IA na Meta”.

    Meta pode treinar IA com dados brasileiros; usuário poderá negar

  • Como fazer seu currículo passar pela IA e achar uma pessoa

    Hoje, a inteligência artificial (IA) está em toda parte. Muitos profissionais usam a tecnologia de IA em alguma capacidade para facilitar suas vidas, e as pessoas do RH não são exceção. Na verdade, usar sistemas de rastreamento baseados em IA está se tornando uma prática comum para os recrutadores ao selecionar currículos e candidaturas. Isso é ótimo para recrutadores, mas pode representar um problema para candidatos cujos currículos não estão adaptados para passar pela primeira rodada de triagem da inteligência artificial. Felizmente, há coisas que você pode fazer ao criar seu CV para garantir que ele seja adequado.

    Pronto? Confira nesta galeria algumas dicas importantes.

    Como fazer seu currículo passar pela IA e achar uma pessoa

  • Após suspensão do X no Brasil, Musk critica STF: “Tirano Voldemort”

    Após suspensão do X no Brasil, Musk critica STF: “Tirano Voldemort”

    Elon Musk reagiu criticamente às notícias sobre a suspensão oficial do X no Brasil. O país começou este sábado a bloquear a rede social, tornando-a praticamente inacessível tanto na web como através de aplicações móveis.

    “O X é a fonte de notícias mais usada no Brasil”, começou por dizer o magnata das tecnologias, assumindo a rede social como fonte informativa.

    “É o que as pessoas querem. Agora, o tirano Voldemort está esmagando o direito das pessoas à liberdade de expressão”, continuou, numa publicação na mesma rede social, que fez acompanhar com dados não verificados por fonte credível.

    Musk referia-se ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi quem tomou a decisão da suspensão da rede.

    O dono do X prosseguiu, como é costume, com a publicação de ‘memes’ contra o ministro.

    A suspensão aconteceu depois de Elon Musk não ter cumprido uma ordem para nomear, no prazo de 24 horas, um representante legal da plataforma no Brasil.

    Para bloquear o X, o regulador de telecomunicações do Brasil, a Anatel, disse aos fornecedores de serviços de Internet que suspendessem o acesso dos utilizadores à rede social.

    A partir da meia-noite deste sábado (31), as principais operadores do país, Vivo, TIM e Claro, informaram à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que irão bloquear o acesso ao X no Brasil.


    Após suspensão do X no Brasil, Musk critica STF: “Tirano Voldemort”

  • O que fazem astronautas da Starliner, que vão ficar ‘presos’ na estação espacial?

    Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, que estão presos na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde junho já foram incorporados ao grupo de cientistas que ocupa a ISS e compartilham tarefas de pesquisa e manutenção do laboratório espacial, parte da rotina dos profissionais no espaço.

    A dupla se juntou aos sete astronautas da expedição de número 71 que estão na estação espacial desde abril desenvolvendo pesquisas sobre doenças neurodegenerativas e botânica espacial, entre outros. A previsão é de que este grupo retorne em setembro, segundo a Agência Espacial Americana, a Nasa.

    Wilmore e Williams chegaram à ISS em 5 de junho em uma missão de apenas oito dias. O retorno teve de ser adiado devido a problemas técnicos apresentados pela espaçonave na qual viajaram, a Starliner, da Boeing.

    A missão deles era justamente operar o primeiro voo tripulado da Starliner como pilotos de teste. Desde que o problema foi constatado, a Nasa vem estudando uma alternativa para trazer os astronautas de volta.

    No último sábado, 24, em anúncio oficial, a agência informou que eles voltarão à Terra somente em fevereiro do ano que vem, em uma espaçonave da SpaceX que viajará à ISS com dois lugares vazios. A Starliner, por sua vez, voltará sozinha à Terra em setembro.

    Quando participam de qualquer missão espacial, mesmo as mais curtas, os astronautas estão cientes de que situações como essa podem ocorrer e estão preparados para isso tanto do ponto de vista físico, quanto do psicológico. Wilmore é um veterano que já esteve na estação espacial russa MIR, desorbitada em 2001, e depois em missão na própria ISS. Williams também já é uma veterana da ISS.

    Por isso, informou a Nasa, rapidamente, Wilmore e Williams “mergulharam na vida da estação, vivendo e trabalhando em órbita baixa da Terra junto à tripulação da expecição 71”.

    Os dois são capitães aposentados da Marinha dos Estados Unidos e astronautas com longas passagens pela estação espacial. Entre as funções desempenhadas no laboratório orbital estão testar técnicas para beneficiar o crescimento de plantas no espaço e executar tarefas operacionais para manter o laboratório funcionando. No tempo livre, os astronautas gostam de tirar fotos do espaço.

    Uma nave de suprimentos enviada pelos EUA chegou à estação no início de agosto, levando roupas extras para os astronautas e comida para toda a tripulação, atualmente de nove pessoas. Segundo a Nasa, a ISS tem capacidade para abrigar até 13 pessoas.

    Estadias prolongadas em gravidade zero podem provocar problemas de saúde, como fraqueza óssea e muscular, mas todos os astronautas são preparados para enfrentar tais situações.

    A exposição à radiação a longo prazo também pode ter efeitos maléficos sobre o DNA humano. Por isso, as agências espaciais têm limites específicos para a quantidade de radiação a qual os astronautas podem ser expostos ao longo de suas carreiras. De qualquer forma, a estadia prolongada dos dois astronautas está longe de ser um recorde de permanência no espaço.

    O recorde pertence ao cosmonauta russo Valeri Polyakov, que esteve a bordo da estação espacial russa MIR por 437 dias, entre 1994 e 1995. Entre os astronautas da Nasa, o recorde é de Frank Rubio, que passou 371 dias no espaço e retornou em setembro do ano passado.

    O que fazem astronautas da Starliner, que vão ficar ‘presos’ na estação espacial?

  • STJ permite que YouTube remova vídeos sem ordem judicial

    STJ permite que YouTube remova vídeos sem ordem judicial

    O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o YouTube pode retirar do ar conteúdos que violem seus termos de uso, mesmo sem ordem judicial. A decisão foi do ministro Ricardo Villas Bôas Cueva e foi aprovada por unanimidade.

    O entendimento do STJ confirmou uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que deu razão à plataforma em um episódio no qual o YouTube derrubou o vídeo de um médico. Durante a pandemia, o profissional havia defendido o uso de hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19.

    O YouTube, na época, derrubou o conteúdo por violar suas diretrizes, uma vez que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o medicamento era ineficaz contra a doença.

    Após ter o conteúdo removido, o autor do vídeo processou a plataforma, alegando que se tratava de censura. O TJ-SP não aceitou os argumentos e o médico recorreu ao STJ, que confirmou a decisão na última quarta-feira, 28.

    Segundo Villas Bôas Cueva, o conteúdo dos vídeos postados pelo recorrente justificaram a conduta da recorrida (o YouTube), “sem qualquer ofensa à liberdade de expressão do usuário”.

    “É legítimo que um provedor de aplicação de internet, mesmo sem ordem judicial, retire de sua plataforma determinado conteúdo (texto, mensagem, vídeo, desenho etc.) quando este violar a lei ou seus termos de uso, exercendo uma espécie de autorregulação regulada: autorregulação ao observar suas próprias diretrizes de uso, regulada pelo Poder Judiciário nos casos de excessos e ilegalidades porventura praticados”, acrescentou o ministro em seu voto.

    STJ permite que YouTube remova vídeos sem ordem judicial

  • Moraes determina derrubada no Brasil do X, de Elon Musk

    BRASÍLIA, DF (REVISTA SIMPLES) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a derrubada “imediata, completa e integral” do funcionamento do X (antigo Twitter) no Brasil em território nacional, nesta sexta-feira (30).

    A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pelo ministro relacionadas à ferramenta sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional.

    No caso de pessoa jurídica, Moraes também determinou que deve ser indicado também o seu responsável administrativo.

    O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Carlos Manuel Baigorri, também deve ser intimado, inclusive por meios eletrônicos, para que adote imediatamente todas as providências necessárias para a efetivação da medida, comunicando ao STF, em no máximo em 24 horas.

    Ele também intimou a Apple e Google para que insiram obstáculos tecnológicos capazes de inviabilizar a utilização do aplicativo X pelos usuários do sistema IOS (APPLE) e Android (Google) e retirem o aplicativo “X” das lojas Apple Store e Google Play Store, para cumpriemento de no máximo cinco dias.

    Da mesma forma devem agir em relação aos aplicativos que possibilitam o uso de VPN (‘virtual private network’), tais como, exemplificativamente: Proton VPN, Express VPN, NordVPN, Surfshark, TOTALVPN, Atlas VPN, Bitdefender VPN.

    Provedoras de serviço de internet, como Algar, Telecom, OI, Sky, Live Tim, Vivo, Claro, Net Virtua, GVT também devem inserir obstáculos tecnológicos capazes de inviabilizar a utilização do aplicativo.

    Moraes também estabelece aplicação de multa diária de R$ 50 mil às pessoas naturais e jurídicas que incorrerem em condutas no sentido de utilização de subterfúgios tecnológicos para continuidade das comunicações ocorridas pelo “X”, tal como o uso de VPN (‘virtual private network’), sem prejuízo das demais sanções civis e criminais, na forma da lei.

    A medida ocorre após a empresa de Elon Musk não ter indicado um representante legal no Brasil em 24 horas, como definido pelo ministro Alexandre Moraes. O prazo para que isso fosse atendido terminou às 20h07 de quinta-feira (29).

    A rede social afirmou, ainda na noite de quinta, que não cumpriria ordens de Moraes e dizia esperar o bloqueio no Brasil. O posicionamento da empresa foi divulgado sete minutos depois do encerramento do prazo.

    A retirada da rede social do ar no país não é instantânea. Na decisão atual, Moraes ordenou à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a notificação das operadoras de internet sobre a decisão.

    Agora, a agência deve encaminhar os termos às operadoras com os prazos definidos. São mais de 20 mil prestadoras de internet banda larga no país e, por isso, a suspensão da rede deve ser feita aos poucos, na medida em que as operadoras cumprem a decisão.

    As três maiores operadoras do país (Claro, Oi e Vivo) representam mais de 40% do mercado. A Starlink, de Musk, é a 16ª maior prestadora de internet, com 0,4% do total de acessos de banda larga no Brasil.

    O ministro havia afirmado que a pena para a falta de representação legal seria a “imediata suspensão das atividades da rede social ‘X’ (antigo Twitter) até que as ordens judiciais sejam efetivamente cumpridas e as multas diárias quitadas”.

    Em uma postagem às 20h14 de quinta, o X dizia esperar que Moraes ordenasse o bloqueio no país “simplesmente porque não cumprimos suas ordens ilegais para censurar seus opositores políticos”.

    “Ao contrário de outras plataformas de mídia social e tecnologia, não cumpriremos ordens ilegais em segredo”, afirmou.

    O X ainda repetiu críticas sobre a atuação de Moraes. “Quando tentamos nos defender no tribunal, o ministro ameaçou prender nossa representante legal no Brasil. Mesmo após sua renúncia, ele congelou todas as suas contas bancárias. Nossas contestações contra suas ações manifestamente ilegais foram rejeitadas ou ignoradas”, afirmou.

    “Os colegas do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal estão ou impossibilitados de ou não querem enfrentá-lo”, completou.

    A rede de Musk disse ainda que publicará nos próximos dias “todas as exigências ilegais” de Moraes “e todos os documentos judiciais relacionados, para fins de transparência”. “Aos nossos usuários no Brasil e ao redor do mundo, o X continua comprometido em proteger sua liberdade de expressão”, finalizou.

    O Supremo Tribunal Federal havia intimado -de forma inédita- o X pela própria rede social. O perfil oficial da corte publicou a intimação em resposta a uma postagem do Global Government Affairs. A conta de Elon Musk foi marcada na publicação.

    O presidente Lula (PT) comentou o caso nesta sexta-feira. Segundo ele, “todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil está subordinado à Constituição e às leis brasileiras” e que, diante disso, o empresário Elon Musk tem que aceitar as regras e cumpri-las.

    “Ou cumpre, ou terá que tomar outra atitude”, disse o presidente a uma rádio. “Ele [Musk] pensa que é o quê? Ele tem que respeitar a decisão da Suprema Corte brasileira.”

    A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirmou, também nesta sexta, que monitora a situação entre o STF e o X. Também disse que a liberdade de expressão é pilar fundamental em uma democracia saudável.

    “A Embaixada dos EUA está monitorando a situação entre o Supremo Tribunal Federal e a plataforma X. Ressaltamos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável. Por política interna, não comentamos decisões de tribunais ou disputas legais”, disse a missão diplomática.

    Além da investida contra a operação do X no Brasil, Moraes também decidiu bloquear as contas da empresa Starlink, que também de Musk. Essa foi uma forma de cobrar multas aplicadas contra o X por descumprir decisão judicial.

    A decisão, sob sigilo, alega que as duas empresas fazem parte do mesmo grupo econômico. O bloqueio das contas foi decidido por Moraes no último dia 18 –um dia após Musk decidir fechar o escritório do X no Brasil. Pelas contas de funcionários da rede social ouvidos pela Folha, as multas já superam R$ 20 milhões.

    A Starlink enviou um comunicado aos clientes para comunicar sobre o bloqueio de suas contas e possíveis impactos no serviço. Ela diz que a decisão de Moraes é inconstitucional e que, se necessário, proverá internet gratuita aos usuários.

    Na sexta-feira (30), a Starlink pediu ao STF a suspensão da decisão de Moraes.
    O ministro também se manifestou nesta sexta-feira contra recursos apresentados pelo X (antigo Twitter) para rever decisões que bloquearam perfis na rede social. O ministro votou, em plenário virtual, contra pedidos da plataforma para reativar perfis que foram suspensos e disse que não cabe ao X fazer solicitação pelas contas que foram afetadas.

    O julgamento acontece entre os ministros da Primeira Turma. O Ministro Flavio Dino já votou e acompanhou Moraes. Além deles, ainda devem votar Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.

    As decisões do ministro Alexandre de Moraes contra a rede X (antigo Twitter) e a Starlink, são vistas com restrições por especialistas em direito.

    Moraes determina derrubada no Brasil do X, de Elon Musk

  • Starlink recorre no STF de decisão que bloqueou contas da empresa para pagar multas do X

    Starlink recorre no STF de decisão que bloqueou contas da empresa para pagar multas do X

    A Starlink, empresa de Elon Musk especializada em internet via satélite, entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar levantar o bloqueio imposto pelo ministro Alexandre de Moraes às suas contas bancárias no Brasil. Os ativos foram bloqueados para assegurar o pagamento de multas impostas à rede social X, que também pertence ao bilionário. O ministro justificou que ambas – empresa de internet e rede social – fazem parte do mesmo grupo econômico.

    Em seu recurso, a Starlink afirma que foi supreendida com a decisão, porque não era parte dos processos envolvendo o X. Também alega que Alexandre de Moraes não apresentou uma “justificativa plausível” para bloquear as contas da empresa e que a decisão, na prática, a impede de exercer sua atividade comercial no Brasil.

    A empresa já havia anunciado que entraria com o recurso junto ao STF. Em comunicado divulgado na quinta-feira, 29, a Starlink afirmou que a decisão é “infundada” e que as multas cobradas do X são inconstitucionais.

    As contas foram bloqueadas preventivamente depois que o X fechou o escritório no Brasil em meio a atritos com Alexandre de Moraes em torno de ordens judiciais para suspender perfis na rede social. A plataforma afirma que sofre perseguição e censura.

    Em paralelo, o ministro cobra a indicação de um representante legal do X no Brasil para receber notificações judiciais e responder pela plataforma perante a Justiça. O prazo para a rede social informar quem será o responsável pelas operações em território brasileiro expirou. A partir de agora, o X corre o risco de sair do ar, por descumprir a intimação do STF.

    Como mostrou o Estadão, Alexandre de Moraes tem respaldo dos colegas para disciplinar plataformas que se recusam a cumprir ordens judiciais, a exemplo do X. O tribunal avalia – e essa é uma percepção da maioria da corte – que o STF não pode admitir ameaças de descumprimento a decisões emitidas pelos ministros e pela Justiça brasileira de modo geral.

    Starlink recorre no STF de decisão que bloqueou contas da empresa para pagar multas do X