Bolsas internacionais hoje enfrentam novo colapso com tarifaço de Trump e temor de recessão global
As bolsas internacionais hoje registram fortes quedas, refletindo o agravamento da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos. O anúncio de tarifas “recíprocas” feito pelo presidente Donald Trump contra produtos de mais de 180 países aprofundou o clima de incerteza nos mercados e reacendeu o temor de uma recessão global.
Na Ásia, os principais índices fecharam em baixa nesta sexta-feira (4), estendendo as perdas da véspera. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 2,75%, atingindo o menor patamar desde agosto de 2024. Já o Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,86%, enquanto as bolsas da China continental, Taiwan e Hong Kong não operaram devido a um feriado. Na Oceania, o S&P/ASX 200 da bolsa australiana despencou 2,44%, entrando oficialmente em “território de correção”.
Bolsas europeias hoje aprofundam perdas
O impacto foi ainda mais severo nas bolsas da Europa. O índice Stoxx 600, que reúne as principais ações do continente, operava em queda de 4,68% pela manhã, após já ter perdido 2,57% na quinta-feira. O setor bancário liderava as perdas, com recuo acumulado de quase 12% em dois dias.
Desempenho das bolsas europeias às 08h40 (horário de Brasília):
- Londres: -4,22%
- Paris: -4,68%
- Frankfurt: -5,43%
- Milão: -7,50%
- Madri: -5,83%
- Lisboa: -5,26%
A forte aversão ao risco global ocorre também após as bolsas de Nova York amargarem queda de quase 6% na quinta-feira, no pior desempenho desde março de 2020.
Mercados aguardam payroll dos EUA e discurso de Powell
Além do temor com o comércio internacional, os investidores estão atentos à divulgação do relatório de emprego dos EUA (payroll) e ao discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, marcado para esta sexta-feira. Analistas acreditam que, diante do agravamento do cenário, o banco central americano pode cortar os juros de forma mais agressiva ao longo de 2025.
Na Alemanha, os dados macroeconômicos também decepcionaram: as encomendas à indústria permaneceram estáveis em fevereiro, frustrando a expectativa de alta de 3%.