Glauber Braga Entra em Jejum Contra Cassação: Deputado do PSol Protesta no Plenário da Câmara

Glauber Braga Entra em Jejum Contra Processo de Cassação: Deputado do PSol Protagoniza Protesto Radical na Câmara dos Deputados

O deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ), conhecido por sua atuação combativa no Congresso Nacional, protagoniza uma das manifestações políticas mais marcantes de 2025. Em protesto contra um possível processo de cassação de mandato, Glauber está em jejum alimentar há mais de 30 horas, acampado no plenário 5 da Câmara dos Deputados, onde ocorrem as sessões da Comissão de Ética. O ato ganhou visibilidade nacional e vem mobilizando apoiadores e críticas nas redes sociais, gerando intensa repercussão no meio político e na opinião pública.

A decisão da Comissão de Ética da Câmara de acatar uma representação contra Glauber, apresentada pelo partido Novo, reacendeu discussões sobre os limites entre manifestação política, judicialização e estratégias de perseguição ideológica. Glauber, que nega veementemente as acusações de agressão física contra o militante Gabriel Costenaro, do MBL (Movimento Brasil Livre), afirma que a denúncia é parte de uma retaliação orquestrada por seus adversários políticos.


Entenda a origem da crise: acusação de agressão a militante do MBL

O estopim do processo contra Glauber Braga foi uma representação apresentada pelo partido Novo à Comissão de Ética da Câmara, alegando que o deputado agrediu com um chute o ativista Gabriel Costenaro, integrante do MBL. O episódio teria ocorrido durante uma discussão acalorada em abril de 2024, nos corredores do Congresso.

Segundo os autores da denúncia, o comportamento do parlamentar violaria o decoro parlamentar e deveria ser punido com a cassação do mandato. Glauber nega que tenha havido qualquer agressão física e classifica a acusação como “manobra política para silenciar vozes críticas”.


Glauber Braga em jejum no plenário: mais de 30 horas sem se alimentar

Como forma de protesto, o deputado decidiu iniciar um jejum contínuo dentro do plenário 5, espaço onde tramita seu caso na Comissão de Ética. Glauber está no local desde o início da manhã da quarta-feira (09/04) e passou a noite no plenário, recusando qualquer tipo de alimento sólido. Ele afirma estar apenas ingerindo líquidos e que manterá o jejum até que seu protesto político alcance seus objetivos.

“Essa tática radical é fruto de uma decisão política: não serei derrotado por Arthur Lira e pelo orçamento secreto. Vou às últimas consequências”, declarou Glauber Braga por meio das redes sociais, onde sua equipe de comunicação tem feito atualizações constantes sobre o estado de saúde do parlamentar e o andamento da mobilização.


Monitoramento médico constante: saúde estável, mas sob observação

Apesar do jejum prolongado, a equipe médica da Câmara dos Deputados está acompanhando de perto o estado de saúde de Glauber Braga. Os profissionais realizam avaliações a cada hora e, segundo informações divulgadas por sua assessoria, o deputado apresentou apenas uma leve reação alérgica durante a manhã, mas seu estado geral é considerado estável até o momento.

A iniciativa de realizar o protesto dentro da própria estrutura do Legislativo e de forma pacífica tem gerado debates acalorados entre parlamentares. Enquanto opositores criticam o ato como “teatral” ou “antirrepublicano”, apoiadores enxergam na postura de Glauber um gesto corajoso diante de um sistema que, segundo eles, visa calar parlamentares de oposição ao atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).


Redes sociais como palco do protesto: mobilização online em tempo real

Sem conceder entrevistas à imprensa tradicional, Glauber Braga escolheu as redes sociais como principal canal de comunicação com o público. Em postagens frequentes no X (antigo Twitter), o deputado compartilha trechos do seu protesto, críticas ao orçamento secreto e denúncias de perseguição política.

A mobilização online tem angariado apoio de diversas lideranças de esquerda, movimentos sociais e eleitores do campo progressista. Hashtags como #GlauberResiste e #JejumPorJustiça ganharam força e chegaram aos assuntos mais comentados do Brasil, com centenas de milhares de interações.


Contexto político: cassações e disputas ideológicas no Congresso

A movimentação contra Glauber ocorre em um momento em que o Congresso Nacional vive forte polarização política. Parlamentares críticos à gestão da mesa diretora da Câmara têm denunciado a existência de um clima persecutório, especialmente contra vozes dissidentes do campo progressista.

Além disso, as investigações sobre o uso do chamado “orçamento secreto” — mecanismo revelado pela imprensa que permite distribuição de verbas sem transparência — acirraram os ânimos entre oposição e situação. Glauber Braga é um dos mais duros críticos desse modelo, o que, segundo seus aliados, seria um dos principais motivos para as tentativas de retaliação contra ele.


Reações no meio político: solidariedade e críticas

Diversos parlamentares já se manifestaram sobre o protesto de Glauber Braga. Deputados do PT, PCdoB, PSB e da Rede declararam solidariedade ao colega do PSol, destacando que o uso do jejum como forma de resistência política tem longa tradição na luta democrática. Já parlamentares do PL, PP e União Brasil criticaram a atitude, classificando-a como “encenação populista”.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ato, mas aliados indicam que o episódio deve acelerar o andamento do processo na Comissão de Ética.


Glauber Braga e sua trajetória política de enfrentamento

Glauber Braga é conhecido por adotar uma postura de confronto direto dentro do parlamento. Filiado ao PSol desde 2015, ele ganhou notoriedade ao se opor frontalmente a medidas impopulares, privatizações e acordos políticos considerados “conservadores” por seu grupo. Suas participações em CPIs e pronunciamentos no plenário da Câmara sempre geram repercussão, seja pela contundência de suas palavras ou pela forma combativa com que se dirige a adversários políticos.


O que pode acontecer a partir de agora?

Com a Comissão de Ética ainda em fase de análise da representação, o processo pode seguir para votação em plenário caso seja aprovada a recomendação de cassação. Nesse cenário, seriam necessários 257 votos favoráveis para que Glauber Braga perca o mandato.

O prolongamento do jejum e a permanência do parlamentar no plenário tornam a situação política cada vez mais sensível. Há pressão de todos os lados para que se encontre uma solução institucional que respeite os ritos legais e, ao mesmo tempo, evite o agravamento da crise.


Jejum como forma de resistência e denúncia política

O caso de Glauber Braga em jejum no plenário da Câmara vai além de uma disputa pessoal. Ele expõe as tensões que envolvem o Legislativo em 2025, a relação entre ética parlamentar, ativismo político e os limites da democracia representativa. Se o gesto do deputado surtirá efeito ou não ainda é incerto, mas já está claro que o episódio marcou a política brasileira recente e reacendeu o debate sobre liberdade de expressão no exercício do mandato.