Confiança do Consumidor Cai em Fevereiro e Atinge Novo Patamar de Insegurança
A confiança do consumidor na economia brasileira registrou uma queda expressiva em fevereiro de 2025, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com a plataforma PiniOn. O Índice Nacional de Confiança (INC) da ACSP caiu 2,9% em relação ao mesmo período de 2024, atingindo 99 pontos. Esse valor sinaliza um aumento no pessimismo dos consumidores, pois, segundo os especialistas, índices abaixo de 100 indicam desconfiança no mercado.
Insegurança na Economia Afeta Todas as Regiões
A pesquisa da ACSP apontou que a retração na confiança impactou todas as regiões do país, sendo mais intensa no Centro-Oeste e no Norte. Esses territórios apresentaram os maiores níveis de queda no otimismo dos consumidores.
Além disso, o estudo revelou que a perda de confiança se manifestou em todas as classes sociais, com maior intensidade entre as famílias da classe C. A amostra da pesquisa contemplou 1.679 famílias distribuídas em capitais e cidades do interior, refletindo um panorama nacional abrangente.
Maior Queda em Três Anos Segundo a FGV
Outro levantamento, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), reforça essa tendência de pessimismo. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) sofreu um tombo de 5,1 pontos em janeiro de 2025, alcançando 86,2 pontos. Esse desempenho representa a maior retração desde setembro de 2021, quando a queda foi de 6,6 pontos.
Segundo a economista Anna Carolina Gouveia, da FGV, essa redução acentuada reflete um cenário de pressão inflacionária, especialmente no setor de alimentos. “A insegurança econômica está impactando diretamente o comportamento dos consumidores. O menor ímpeto de consumo indica expectativas menos favoráveis para o futuro”, explicou a especialista.
Fatores que Impactam a Confiança do Consumidor
Dentre os principais fatores que contribuíram para a queda da confiança do consumidor estão:
- Inflação Elevada: O aumento generalizado dos preços, especialmente em produtos essenciais como alimentos, impacta diretamente a percepção dos consumidores sobre a economia.
- Desemprego: Ainda que o mercado de trabalho tenha mostrado sinais de recuperação, muitas famílias continuam inseguras em relação à estabilidade financeira.
- Endividamento: O crescimento do endividamento das famílias reduz a capacidade de consumo e aumenta a precaução financeira.
- Juros Altos: As taxas de juros elevadas dificultam o acesso ao crédito e desestimulam investimentos e compras de maior valor.
Perspectivas para os Próximos Meses
Especialistas alertam que, caso as condições econômicas não apresentem melhora, a tendência é que o índice de confiança continue caindo. Políticas públicas para controle da inflação e incentivo ao consumo serão fundamentais para reverter esse cenário.