Rafael Bittencourt, do Angra, escreve laudo para atestar plágio em música de Adele

SÃO PAULO, SP (REVISTA SIMPLES) – O cantor, compositor e guitarrista Rafael Bittencourt, da banda de rock Angra, entregará nesta segunda-feira (20) um laudo, afirmando que Adele plagiou o sambista Toninho Geraes ao lançar, há nove anos, a canção, “Million Years Ago”, no álbum “25”.

Encomendado pela advogada Deborah Sztanjberg, que defende Geraes, o laudo será incorporado ao processo, de fevereiro do ano passado, que acusa a artista britânica e o outro compositor da faixa, o americano Greg Kurstin, de plágio.

Procuradas pela Folha, as gravadoras Sony e Universal, que representam a artista britânica no país, não se manifestaram sobre o caso até a publicação deste texto.

Bittencourt diz que “Million Years Ago” tem sincronicidade com “Mulheres”, a composição de Geraes, famosa na voz de Martinho da Vila.

“As duas canções têm os mesmos acordes, as mesmas harmonias e o desenho melódico, com o uso de colcheias”, afirma o músico, que aceitou fazer o laudo por ser amigo da advogada. Em sua visão, o plágio nem sempre acontece de maneira intencional, já que os músicos são influenciados, a todo momento, por melodias.

Ao mesmo tempo, a sincronicidade indica que a probabilidade de um acidente é baixa. Afinal, ele diz que os compositores de “Million Years Ago” tentaram disfarçar as semelhanças com “Mulheres”. “A música não me impactou imediatamente, porque eles modificaram algumas notas, mas os acordes e a harmonia continuaram idênticos”, afirma o músico.

Com visibilidade internacional, a banda Angra é uma das principais dedicadas ao metal em atividade no Brasil. Bittencourt, ele próprio, diz já ter sido plagiado. Há duas décadas, a composição “Stand Away”, do primeiro disco do grupo, “Angels Cry” foi copiada por duas bandas de forró: Mala Sem Alça e Moleca Sem Vergonha.

No início do mês, a Justiça do Rio de Janeiro manteve a liminar que suspende a reprodução e comercialização, no Brasil e no exterior, da música de Adele. A determinação deve ser acatada pelas plataformas digitais, que deverão retirar a música imediatamente de seus catálogos. A medida, no entanto, só tem validade após os serviços serem notificados oficialmente, em um prazo que a decisão judicial não deixa claro.

Além disso, na segunda-feira (13), a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar suposta falsificação da assinatura da artista britânica, em procurações relacionadas ao processo.

Rafael Bittencourt, do Angra, escreve laudo para atestar plágio em música de Adele