Indústria automotiva registra melhor janeiro de produção no Brasil desde 2021

Produção de Veículos no Brasil Tem Melhor Janeiro Desde 2021 e Impulsiona Expectativas do Setor

A indústria automobilística brasileira registrou em janeiro de 2025 o maior volume de produção para o mês desde 2021. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o setor alcançou 175,5 mil unidades produzidas, um crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado reforça as expectativas positivas para o segmento ao longo do ano.

Crescimento da Produção e das Vendas

O aumento da produção foi acompanhado por uma expansão significativa nas vendas e exportações. Em janeiro de 2025, os emplacamentos no Brasil atingiram 171,2 mil unidades, representando um crescimento anual de 6%. Esse é o terceiro ano consecutivo de aumento nas vendas para o primeiro mês do ano.

No mercado externo, as exportações de veículos também registraram avanço expressivo, com um salto de 52% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 28,7 mil unidades exportadas. O aumento da demanda na Argentina teve papel fundamental nesse crescimento. O país vizinho, que é o principal destino dos carros brasileiros, teve um aumento de 103% no volume de veículos vendidos, podendo atingir entre 550 mil e 600 mil unidades ao longo de 2025.

Previsão Positiva para o Setor em 2025

A Anfavea projeta um crescimento contínuo para o setor automobilístico brasileiro ao longo do ano. As expectativas incluem um aumento de 5,6% nas vendas de veículos novos e um crescimento de 6,8% na produção. As exportações também devem continuar em alta, com previsão de expansão de 6,2%.

Com a recuperação do mercado argentino e uma retomada gradual da economia global, a indústria brasileira de automóveis pode consolidar sua posição como um dos principais produtores da América Latina.

Importações e Participação dos Veículos Eletrificados

O volume de importação de veículos também aumentou significativamente. Em janeiro de 2025, foram importadas 39,3 mil unidades, representando uma alta de quase 25% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Essa elevação fez com que os veículos importados alcançassem uma participação de 23% do total de vendas no país, a maior desde março de 2012.

Outro dado relevante foi o crescimento da participação dos veículos eletrificados. A categoria, que inclui modelos híbridos e elétricos, atingiu 10% do total de carros vendidos no Brasil pela primeira vez. O volume de emplacamentos de veículos eletrificados em janeiro de 2025 foi de 16,5 mil unidades, contra 12 mil no mesmo período do ano anterior.

Disputa Comercial e Retorno da Taxa de Importação

Com o aumento das importações, a Anfavea segue discutindo com o governo federal a possibilidade de antecipar a volta da alíquota de importação de 35% para o primeiro trimestre de 2025. De acordo com a legislação atual, esse imposto só deveria retornar ao patamar original em julho de 2026.

Enquanto isso, o setor acompanha com atenção a guerra comercial impulsionada pelo governo norte-americano. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma sobretaxa de 25% sobre a importação de aço. Essa medida pode impactar indiretamente a indústria automobilística brasileira, aumentando os custos de produção.

Outro reflexo da disputa comercial é a queda nas exportações brasileiras para o México. Em janeiro, o volume de veículos enviados ao país caiu 80%, totalizando apenas 778 unidades. De acordo com a Anfavea, essa redução foi influenciada por uma menor oferta de modelos destinados ao mercado mexicano e pela maior concorrência de outros países.

Estoque e Cenário Futuro

A indústria brasileira de veículos encerrou janeiro de 2025 com um estoque de 235,5 mil unidades entre montadoras e concessionárias, o que equivale a 41 dias de vendas. O volume está estável em relação a dezembro de 2024.

A Anfavea segue monitorando as condições de mercado para ajustar suas estratégias de produção e vendas. O cenário para o setor em 2025 dependerá da evolução do consumo interno, das políticas comerciais globais e do comportamento dos principais mercados importadores, como Argentina e México.