Categoria: Tech

  • Apple pode pagar até um milhão de dólares a hackers

    A Apple compartilhou uma publicação no blog de segurança do seu site oficial onde afirma que recompensará financeiramente os investigadores de segurança que encontraram vulnerabilidades na ‘cloud’ de Inteligência Artificial (IA) da empresa.

    A ‘Empresa da Maçã’ nota que estas recompensas podem atingir o máximo de um milhão de dólares (cerca de 5.7 milhões de reais), um valor que será atribuído a quem conseguir executar remotamente código malicioso nos seus servidores privados. No que diz respeito aos investigadores que conseguirem extrair informação sensível dos utilizadores, a Apple pagará até 250 mil dólares.

    “Concedemos valores máximos para vulnerabilidades que comprometem os dados do utilizador e os dados de pedido de inferência fora do limite de confiança [computação em nuvem privada]”, adiantou a Apple na publicação.

    Apple pode pagar até um milhão de dólares a hackers

  • Fundador do TikTok sobe ao topo da lista dos mais ricos da China

    Segundo a revista Hurun, também conhecida como a “Forbes chinesa”, a fortuna de Zhang Yiming, fundador da ByteDance, atingiu 350 bilhões de yuan (aproximadamente R$ 278 bilhões), o que o coloca como o primeiro bilionário nascido nos anos 1980 a alcançar o topo da lista dos mais ricos na China. Esse crescimento, em relação ao ranking de 2023, representa um aumento expressivo de 105 bilhões de yuan (cerca de R$ 83,6 bilhões), impulsionado pelo sucesso mundial do TikTok e outras plataformas digitais da empresa.

    Apesar da ByteDance e seu impacto no setor de redes sociais e entretenimento, o TikTok enfrenta forte escrutínio nos Estados Unidos por questões de privacidade e potenciais riscos à saúde mental de jovens usuários, sendo alvo de processos e investigações sobre possível influência do governo chinês.

    A lista da Hurun deste ano revela um cenário econômico mais cauteloso: somente 1.094 empresários superaram a marca de 5 bilhões de yuan (cerca de R$ 3,2 bilhões) em riqueza pessoal, uma queda de 12% em comparação ao ano anterior. A riqueza total dos bilionários chineses listados recuou 10%, totalizando 21 trilhões de yuan (aproximadamente R$ 12,8 trilhões).

    Outros nomes destacados incluem Zhong Shanshan, conhecido como o “rei da água engarrafada”, que caiu para o segundo lugar com uma fortuna de 340 bilhões de yuan (cerca de R$ 278 bilhões), e Ma Huateng, da Tencent, que ocupa o terceiro lugar com 315 bilhões de yuan (aproximadamente R$ 193 bilhões).

    Fundador do TikTok sobe ao topo da lista dos mais ricos da China

  • China anuncia tripulação da Shenzhou-19 com terceira astronauta mulher

    China anuncia tripulação da Shenzhou-19 com terceira astronauta mulher

    A China revelou hoje a tripulação da missão Shenzhou-19, que será lançada na quarta-feira rumo à estação espacial Tiangong. A bordo, estará a terceira mulher astronauta do país, marcando mais um passo significativo no programa espacial chinês.

    Os astronautas são Cai Xuzhe, Song Lingdong e Wang Haoze, com Cai assumindo o comando, conforme anunciado pela Agência Espacial Chinesa para Missões Tripuladas em uma coletiva no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan. Cai já participou da missão Shenzhou-14 em 2022, enquanto Song e Wang, ambos nascidos na década de 1990, farão sua estreia no espaço. Song foi piloto da Força Aérea, e Wang, engenheira na Academia de Tecnologia de Propulsão Aeroespacial.

    Seguindo os passos de Liu Yang (primeira astronauta chinesa em 2012) e Wang Yaping (segunda em 2013), a Shenzhou-19 será lançada às 04h27 de quarta-feira (horário de Pequim) e levará os tripulantes à estação Tiangong, onde realizarão experimentos, incluindo pesquisas sobre construção de habitats lunares com tijolos feitos de solo lunar simulado.

    A China planeja, junto com a Rússia e outros países, estabelecer uma base científica no polo sul da Lua, sendo o único país até agora a pousar no lado oculto da Lua. Além disso, a Tiangong deverá operar por cerca de dez anos e poderá se tornar a única estação espacial ativa, caso a Estação Espacial Internacional seja desativada em 2024.

    China anuncia tripulação da Shenzhou-19 com terceira astronauta mulher

  • Astronauta da Nasa internado após quase 8 meses no espaço recebe alta

    BOGOTÁ, COLÔMBIA (REVISTA SIMPLES) – Após passar uma noite no hospital Ascension Sacred Heart Pensacola, na Flórida, o astronauta da Nasa que havia sido internado após retornar à Terra de uma missão de quase oito meses na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), recebeu alta, segundo informações divulgadas pela própria Nasa, no sábado (26).

    O astronauta ou a astronauta –por proteção à privacidade médica, não foram divulgadas informações específicas sobre a pessoa internada– retornou ao centro espacial da Nasa, em Houston, ainda no sábado, dia da alta.

    “O membro da tripulação está em boa saúde e retomará o recondicionamento pós-voo normal com os outros membros da tripulação”, diz, em nota, a agência espacial americana.

    Não foi divulgado o motivo da internação.

    A cápsula Crew Dragon, da SpaceX, pousou na madrugada de sexta passada (25) no Golfo do México com quatro pessoas a bordo.

    Estavam na espaçonave os americanos Matthew Dominick, Michael Barratt e Jeanette Epps, e o russo Alexander Grebenkin.

    Inicialmente, a Nasa divulgou que toda a tripulação fora encaminhada a uma unidade médica por precaução. Mais tarde, a agência disse que três integrantes da missão já tinham deixado o hospital.

    Segundo a agência, o integrante que permanecia internado estava em condição estável e sob observação por precaução.

    Por sua vez, a agência espacial russa Roscosmos postou no Telegram uma foto de Grebenkin em pé e sorrindo, com a seguinte legenda: “Após uma missão espacial e pouso, o cosmonauta Alexander Grebenkin está se sentindo ótimo!.

    CREW-8

    Com 235 dias, a estadia dos astronautas da Crew-8 a bordo da ISS, um laboratório do tamanho de um campo de futebol, foi mais longa do que as missões típicas de seis meses dos astronautas na estação. Também marcou a missão mais longa até agora para a Crew Dragon, da SpaceX, que estreou em 2020.

    A SpaceX já voou 44 vezes para a ISS. A empresa de Elon Musk é a única opção dos Estados Unidos para viagens de astronautas para a ISS. O plano para tornar a Starliner, da Boeing, uma segunda opção tem avançado lentamente devido a obstáculos no desenvolvimento da cápsula.

    O retorno da tripulação foi adiado por semanas devido a dois furacões que passaram pelo sudeste americano, perto das zonas de pouso esperadas da Crew Dragon.

    Na última quarta (23) à tarde, a espaçonave se desacoplou com segurança da ISS e reentrou na atmosfera da Terra na madrugada de sexta-feira (25).

    Em uma entrevista coletiva pós-pouso, um representante da Nasa disse que “a tripulação está ótima” e não mencionou problemas com os astronautas. Mas citou problemas com os paraquedas.

    Richard Jones, gerente adjunto do Programa de Tripulação Comercial da agência, disse que o conjunto inicial de paraquedas de frenagem sofreu impactos de detritos e que 1 dos 4 paraquedas de um conjunto subsequente demorou mais do que o esperado para se desdobrar.

    Jones afirmou, porém, que os imprevistos não afetaram a segurança da tripulação. A espaçonave usada na missão estava em seu quinto voo e com 702 dias em órbita desde sua primeira missão.

    Astronauta da Nasa internado após quase 8 meses no espaço recebe alta

  • Emissoras de TV e rádio da Espanha entram com ação contra Meta e pedem quase R$ 1 bi

    SÃO PAULO, SP (REVISTA SIMPLES) – Emissoras de televisões e rádio entraram com uma ação contra a Meta, dona do WhatsApp, Instagram e Facebook, por concorrência desleal e pedem mais de 160 milhões de euros (R$ 988,22 milhões).

    Segundo informações da agência de notícias EFE, a ação foi protocolada na quinta-feira (24) por integrantes da Uteca (União de Televisões em Aberto, em tradução livre) e da AERC Radio Value (Associação Espanhola de Rádio) como as emissoras Atresmedia, Mediaset, Cadena SER, Cope, RAC1 e Onda Cero.

    As empresas acusam a Meta de descumprir sistematicamente o Regulamento Geral de Proteção de Dados entre 2018 e 2023, o que levou a big tech a ter “vantagem ilícita na comercialização de publicidade online segmentada e personalizada”.

    No ano passado, a AMI (Associação dos Meios de Informação) da Espanha também entrou com um processo contra a Meta pelo mesmo crime. Os grupos Prisa, que publica o jornal El País, e Vocento, dona do jornal ABC, estão entre os signatários da ação.

    No processo, a Uteca e a AERC Radio Value aponta que a Meta usou a base de dados de suas plataformas para realizar vendas personalizadas no mercado publicitário e obter vantagem na comercialização de anúncios sobre os concorrentes.

    As plataformas da Meta detinham 44% do mercado publicitário espanhol em 2022, segundo dados obtidos pela EFE.

    A dona do WhatsApp e Facebook contestou o processo movido pela AMI e afirmou que o caso não deveria ser julgado na Espanha, já que a empresa tem sede na Irlanda. Um juiz de um tribunal de Madri negou o argumento da empresa e manteve o processo, que ainda está em andamento.

    Emissoras de TV e rádio da Espanha entram com ação contra Meta e pedem quase R$ 1 bi

  • Instagram reduz qualidade de vídeos com poucas visualizações

    Instagram reduz qualidade de vídeos com poucas visualizações

    O executivo da Meta responsável pelo Instagram, Adam Mosseri, revelou em uma sessão de perguntas e respostas em vídeo que a rede social ajusta a qualidade dos vídeos menos populares para reduzir o consumo de dados.

    “De modo geral, queremos exibir vídeos na melhor qualidade possível”, explicou Mosseri. “Mas, se um vídeo não recebe visualizações por um longo período – já que a maioria das visualizações ocorre logo no início – ele será exibido em uma qualidade inferior. Caso volte a ser visualizado, renderizaremos o vídeo novamente em uma qualidade maior”.

    Mosseri destacou que a diferença de qualidade não é drástica e que a equipe do Instagram busca não prejudicar criadores de menor porte ou que estão começando na plataforma.

    Pode ouvir a explicação de Mosseri na publicação abaixo.

     

    Publicação de @mosseri

    Ver no Threads

     

    Instagram reduz qualidade de vídeos com poucas visualizações

  • Metade da indústria não trata cibersegurança com prioridade, diz pesquisa da Fiesp

    Embora a proteção de dados digitais seja vista como necessária, mais da metade das empresas industriais (52,4%) não trata a cibersegurança como prioridade. Praticamente três a cada dez fabricantes já sofreram algum tipo de ataque cibernético, com tentativas de extorsão em alguns casos. Apesar do risco, menos da metade das companhias (44,2%) possui estrutura organizacional de segurança cibernética ou de informação.

    Os dados foram levantados em pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre a maturidade do setor em cibersegurança. O levantamento completo será apresentado amanhã em congresso sobre segurança e defesa cibernética na sede da entidade da indústria paulista.

    A pesquisa mostra que um terço das empresas (33%) não realiza nenhuma atividade para promover a conscientização de seus funcionários sobre segurança da informação e proteção de dados. Apenas uma pequena parcela nomeou um encarregado de proteção de dados, fundamental para que haja conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Nas empresas que o fizeram, o encarregado normalmente acumula funções, o que pode gerar conflitos de interesse.

    A maioria das empresas (64%), conforme o levantamento da Fiesp, investe no máximo 1% do faturamento em cibersegurança, uma alocação limitada de recursos que pode restringir a capacidade de implementar medidas de segurança robustas e capazes de responder com eficácia a ataques cibernéticos. O relatório destaca que, embora esse investimento permita a adoção de medidas básicas, o custo dos ataques está aumentando. Micro e pequenas empresas, as mais vulneráveis, podem não sobreviver a um ataque de hackers.

    O fator humano é apontado como a principal vulnerabilidade das empresas a esses ataques, seja por falhas não intencionais ou por golpes dolosos. A pesquisa mostra também que muitas empresas ainda não implementaram medidas preventivas essenciais, sendo que apenas 21% delas possuem um plano de resposta a incidentes cibernéticos. Apenas 15,5% testaram esse plano. A falta de testes regulares pode comprometer a eficácia do plano em uma situação real. Além disso, apenas 18% das empresas possuem um centro de operações de segurança em funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana.

    A conclusão do departamento de Defesa e Segurança da Fiesp, responsável pelo estudo, é de que o cenário exige esforços crescentes, constantes e combinados das empresas. A entidade aponta a capacitação de funcionários como um passo fundamental em direção a uma maior segurança de dados digitais nas empresas, já que profissionais bem treinados podem reduzir a falha humana.

    A Fiesp diz que é preciso ampliar o nível de conscientização sobre segurança cibernética para todo o corpo de funcionários da empresa, incluindo a alta cúpula. Ressalta também que, além de medidas de segurança já usuais, como o uso de softwares antivírus e filtros anti-spam, é crucial a adoção de um plano de resposta a incidentes cibernéticos, de modo que as companhias possam reagir com maior prontidão em caso de ataque.

    A pesquisa teve a participação de 233 empresas industriais – maioria delas (62,7%) micro e pequenas – e foi realizada por meio de um formulário enviado para a base de indústrias associadas à Fiesp entre os dias 6 e 24 de maio.

    Metade da indústria não trata cibersegurança com prioridade, diz pesquisa da Fiesp

  • Indonésia proíbe venda e uso de iPhone 16 e Apple Watch Series 10 no país

    Indonésia proíbe venda e uso de iPhone 16 e Apple Watch Series 10 no país

    O governo da Indonésia decidiu proibir a venda e o uso de dispositivos da linha iPhone 16 e do Apple Watch Series 10 em território nacional, segundo informações do Economic Times. A decisão decorre do descumprimento da Apple em relação aos compromissos de investimento assumidos anteriormente com o país, que incluíam um aporte de aproximadamente 100 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento.

    Até o momento, a Apple investiu cerca de 85 milhões de euros, valor considerado insuficiente pelo governo indonésio. Como consequência, o ministro da Indústria, Agus Gumiwang Kartasasmita, revogou a certificação para a venda dos modelos iPhone 16 e Apple Watch Series 10.

    A proibição inclui exceções apenas para turistas e tripulações aéreas. O governo também pediu à população que denuncie quaisquer usos indevidos dos dispositivos banidos.

    Indonésia proíbe venda e uso de iPhone 16 e Apple Watch Series 10 no país

  • Raro ‘arco-íris de fogo’ surpreende moradores no céu do Piauí; veja

    Raro ‘arco-íris de fogo’ surpreende moradores no céu do Piauí; veja

    Um raro “arco-íris de fogo” foi observado no céu de Picos, no sul do Piauí, na tarde de sábado, impressionando moradores locais. Esse fenômeno óptico ocorre quando o sol está em um ângulo preciso em relação ao horizonte, permitindo que sua luz seja refletida e refratada nos cristais de gelo das nuvens, geralmente do tipo cirros.

    O climatologista Werton Costa explicou que o fenômeno é tecnicamente conhecido como “nuvem iridescente”, devido ao efeito de irisação, que reflete um espectro de cores semelhantes ao arco-íris. É popularmente chamado de “arco-íris de fogo” por causa de sua intensidade e brilho, que fazem com que as cores se manifestem de forma vívida.

    Para que o fenômeno ocorra, o sol precisa estar em um ângulo específico para criar um efeito de prisma nas nuvens cirros, que se formam a cerca de 10 mil metros de altitude, em temperaturas abaixo de 0°C. Essas nuvens são compostas de minúsculos cristais de gelo, que refratam a luz de modo a criar o efeito colorido.

    No caso registrado em Picos, o arco-íris de fogo se destacou pela estrutura linear da nuvem, parecendo uma trilha de condensação, como a deixada por aviões. A singularidade do evento chamou a atenção dos moradores, que descreveram o fenômeno como belo e curioso.


    Raro ‘arco-íris de fogo’ surpreende moradores no céu do Piauí; veja

  • Temor de uso de IA para interferir na eleição dos EUA cresce, e Microsoft alerta para Rússia, China e Irã

    Temor de uso de IA para interferir na eleição dos EUA cresce, e Microsoft alerta para Rússia, China e Irã

    FERNANDA PERRIN
    WASHINGTON, EUA (REVISTA SIMPLES) – É 5 de novembro, e você recebe uma mensagem de áudio no celular de Kamala Harris dizendo que a eleição foi remarcada para o dia seguinte. Ou talvez seja Donald Trump dizendo que houve um incidente e por isso as seções eleitorais mudaram de lugar. Então você entra na plataforma X, e uma série de vídeos de funcionários enchendo urnas de votos falsos está nos assuntos do momento.

    O uso de inteligência artificial no atual ciclo eleitoral americano, que vinha sendo relativamente limitado até agora, pode ser a grande surpresa de novembro, alertam especialistas. O perigo vem não apenas de dentro dos EUA, mas também de fora, diante dos sinais já detectados de tentativa de interferência por Rússia, China e Irã.

    Na quarta, a Microsoft divulgou um relatório apontando um crescimento das ações desses países com a proximidade do pleito.

    “Atores russos continuam a integrar IA generativa em seus conteúdos, grupos iranianos intensificam seus preparativos para habilitar operações de ciberinfluência, enquanto atores chineses mudam o foco para vários candidatos de menor expressão e membros do Congresso. Atores russos, em particular, tentaram atacar a campanha Harris-Walz, atacando o caráter dos candidatos”, afirma a empresa.

    “Com foco especial nas 48 horas antes e depois do dia da eleição, eleitores, instituições governamentais, candidatos e partidos devem permanecer vigilantes contra atividades enganosas e suspeitas online”, recomenda.

    Na semana passada, um vídeo com um suposto ex-aluno de Tim Walz, vice na chapa de Kamala, acusa o democrata de comportamentos impróprios com os estudantes na época em que era professor. A gravação foi postada no X, rede do bilionário Elon Musk. Uma série de postagens repercutindo as acusações, feitas por perfis que apoiam Trump, foram feitas na sequência.

    Segundo autoridades do governo Biden, a campanha contra Walz foi criada e amplificada por atores russos, e é consistente com a tática padrão já observada: viralizar vídeos encenados para a câmera.

    “Vladimir Putin quer que Donald Trump vença porque sabe que Trump se curvará e lhe dará tudo o que ele quiser. Condenamos nos termos mais fortes qualquer esforço de atores estrangeiros para interferir nas eleições dos EUA”, disse à Folha Morgan Finkelstein, porta-voz de segurança nacional da campanha democrata.

    Nesta semana, foi lançado um anúncio com uma série de celebridades -como Michael Douglas, Laura Dern, Orlando Bloom, Amy Schumer e Chris Rock- para alertar eleitores sobre o uso de IA para gerar desinformação sobre quando, onde e como votar. Ao final do vídeo, é revelado que a participação de vários dos atores, na verdade, foi gerada pela tecnologia.

    Miles Taylor, um dos organizadores da campanha, afirma em artigo para a Time que um dos principais temores que ouviu de autoridades estaduais e locais nos EUA é o surgimento de supostas evidências de fraude eleitoral. A preocupação é que, diante do verniz de autenticidade dado pela IA, sejam necessárias semanas ou até meses para provar sua falsidade.

    “Pior ainda, a relação entre os funcionários do governo e as empresas de redes sociais está mais fraturada do que nunca. Processos judiciais e controvérsias sobre censura online criaram um efeito inibidor, fazendo com que ambos os lados relutem em cooperar. O resultado é que as localidades têm menos recursos técnicos para depender em momentos de crise”, compara ele com o pleito de 2020.

    Para se preparar, órgãos estaduais responsáveis por supervisionar a eleição estão tentando se preparar. O Arizona, por exemplo, um dos locais em que a disputa entre Kamala e Trump é mais acirrada, fez treinamentos nos últimos meses envolvendo problemas gerados por deepfakes de vídeo e voz.
    Deepfakes de áudio preocupam mais do que de vídeo, diz MIT

    É este último formato o que mais gera preocupação na pesquisadora Aruna Sankaranarayanan, integrante do grupo laboratório de pesquisa do MIT sobre inteligência artificial.

    Após conduzir uma série de experimentos usando variações de textos, áudios e vídeos com desinformação envolvendo a política, o grupo observou que a capacidade de discernimento entre um conteúdo falso e verdadeiro cresce quanto mais complexa é a mídia.

    “A tecnologia de deepfake, pelo menos no domínio visual, ainda não está no ponto em que uma pessoa comum pode simplesmente criar um deepfake de altíssima qualidade que alguém não consiga detectar”, afirma ela. Além disso, ela afirma que as ferramentas para fazer esse tipo de criação são trabalhosas -a pesquisadora levou mais de uma semana para produzir cada vídeo.
    Já no caso de áudio, ela disse que conseguiu criá-los em minutos.

    “Uma das grandes descobertas foi que, quando usamos dubladores de Trump e Biden, os áudios não são tão bons quanto o gerado sinteticamente. Isso é provavelmente muito mais perigoso. Já vivemos em uma época em que golpes por telefone são tão comuns. Portanto, acho que deepfakes de áudio me preocupam ainda mais do que os deepfakes de vídeo”, diz ela.

    Até agora, o uso de IA na campanha presidencial vinha sendo relativamente tímido. O caso mais próximo do pior cenário possível, na visão de especialistas, foi um áudio simulando a voz de Joe Biden usado para desencorajar eleitores de votar nas primárias em New Hampshire, em janeiro.
    Outros exemplos notórios da ferramenta com o intuito de enganar o público foram imagens fabricadas para simular um endosso de Taylor Swift a Trump e um anúncio falso em que a voz de Kamala foi manipulada para dizer que foi escolhida para substituir Biden por ser mulher e negra, compartilhado por Elon Musk em agosto.

    Mas, fora esses casos de maior destaque, o uso da IA foi quase como uma ferramenta de paródia, fabricando imagens claramente falsas de Trump como um fisiculturista, ou rodeado por gatos e cachorros, ou ainda de Kamala com um look comunista.

    “Não vimos nenhuma evidência de uso intensivo de IA para disseminar informações problemáticas pelas campanhas oficiais”, diz Jennifer Stromer-Galley, do Instituto para Democracia, Jornalismo e Cidadania da Universidade de Syracuse, que monitora anúncios políticos em redes sociais.

    “O uso de IA para gerar desinformação está acontecendo, especialmente no Twitter, por pessoas comuns e microinfluenciadores para tentar promover uma mensagem ideológica”, completa.

    Temor de uso de IA para interferir na eleição dos EUA cresce, e Microsoft alerta para Rússia, China e Irã