Uma das instituições financeiras digitais lavou cerca de R$ 6 bilhões, segundo a denúncia. A maior parte do dinheiro tinha Hong Kong e China como destino. Material apreendido na operação do Gaeco e da PF contra fintechs 2GO Bank e InvBank
Reprodução
O Ministério Público de São Paulo denunciou um policial civil e dois empresários por lavarem dinheiro para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de fintechs. Eles são CEOs de duas instituições financeiras digitais: a 2GO Bank e a InvBank. A denúncia foi realizada em 14 de março e divulgada nesta terça-feira (25).
Os alvos da denúncia são Cyllas Salerno Elia Junior (policial e sócio da 2GO Bank) e Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique Antunes da Palma, fundadores da Invbank.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), eles agiam por meio de práticas como smurfing (o fracionamento de transações usando carteiras digitais e contas bancárias virtuais), operações com criptomoedas, contas de laranjas, empresas de fachada e empréstimos fraudulentos.
➡️ Uma das empresas lavou cerca de R$ 6 bilhões, de acordo com a denúncia. O dinheiro era movimento no Brasil, Estados Unidos, Paraguai, Peru, Holanda, Argentina, Bolívia, Canadá, Panamá, Colômbia, Inglaterra, Itália, Turquia, Dubai. A maior parte do dinheiro, porém, tinha Hong Kong e China como destino.
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As investigações começaram a partir de informações fornecidas por Antônio Vinicius Gritzbach, delator do PCC e de policiais corruptos, durante delação premiada com o MP. Ele foi assassinado com tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em 8 de novembro do ano passado.
Os promotores também solicitaram que os denunciados sejam obrigados a pagar a quantia mínima de R$ 100 milhões por reparação e indenização pelos danos causados. Eles são alvo da Operação Hydra, deflagrada pelo MP em parceria com a Polícia Federal em fevereiro.
Foi pedida ainda a manutenção das medidas cautelares pessoais e patrimoniais, a prisão preventiva, o sequestro de bens, a suspensão da atividade econômica e o afastamento do sigilo bancário e fiscal dos denunciados.
Veja como funcionava o esquema:
As fintechs direcionavam os depósitos para contas de “laranjas” sobre as quais mantinham total controle. Posteriormente, o negócio era formalizado sem despertar suspeitas de órgãos de fiscalização, como o Banco Central e a Receita Federal.
No caso da 2GO Bank e da Invbank, a manobra tinha o objetivo de ocultar os reais interessados pelas aquisições, integrantes da alta hierarquia da facção: Anselmo Santa Fausta, o Cara-Preta, e Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa do PCC.
Gritzbach informou, na delação premiada, que eles se reuniram na sede da 2GO Bank. Na ocasião, Maeda se apresentava como proprietário da fintech — embora no contrato social figurasse o nome registrado era do policial civil.
Durante o período em que esteve no quadro societário e nas funções administrativas da 2GO Bank, Cyllas se utilizou do seu cargo e proximidade com pessoas de vasto histórico criminal para obter expressivos ganhos financeiros.
Em relação ao Anselmo, Gritzbach informou que seu escritório fez alguns negócios nos quais o integrante do PCC figurava como cotista da InvBank com a participação também de Maeda.
Entretanto, quem aparecia formalmente nos contratos, a fim de emprestar falsa aparência de licitude, era o advogado denunciando Carlos Ballotin.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, um dos responsáveis pela investigação, o crime organizado atingiu “outro patamar” e hoje opera no mercado financeiro formal.
A defesa de Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique da Palma, fundadores da Invbank, afirmou que a denúncia do MP é “extremamente genérica e sem qualquer materialidade contra seus clientes”. (Leia nota completa abaixo.)
Policial investigado
Cyllas Elia Junior
Reprodução/Redes sociais
O policial Cyllas Elia Junior que se apresenta como CEO da 2GO Bank foi preso durante a Operação Hydra em fevereiro deste ano.
Elia Junior estava afastado desde 2022 de suas funções a pedido e, no começo deste ano, voltou a trabalhar na Polícia Civil. Ele estava lotado no Decap, o departamento responsável pelas delegacias da capital.
Ele já tinha sido preso no ano passado em outra operação da PF em Campinas pela ligação na lavagem de dinheiro para criminosos chineses. Ele foi solto no fim de 2024.
Procurada, a defesa de Cyllas Elia disse que desconhece a prisão dele e não quis se manifestar neste momento.
Relatórios de Inteligência Financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), obtidos pela PF e pelo MP, indicaram que a fintech 2 GO Bank se envolveu em transações suspeitas com criptomoedas relacionadas a organizações terroristas, cujos nomes não foram divulgados.
30 milhões movimentados
As fintechs oferecem inovações no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologia, como o envio de pagamentos para o exterior. No Brasil, há várias categorias de fintechs: de crédito, de pagamento, gestão financeira, empréstimo, investimento, financiamento e câmbio, entre outras.
No entanto, na avaliação de investigadores, a regulamentação atual tem brechas que faz com que as operações dessas empresas não entrem no radar do Banco Central.
As duas fintechs alvo da operação desta terça trabalhavam com cifras bilionárias, segundo operações da própria PF conduzidas no ano passado. Os valores movimentados chegam próximo a R$ 30 milhões.
Em 2022, o 2GO Bank promoveu um evento em São Paulo sobre segurança bancária na internet. Várias autoridades participaram, inclusive como palestrantes, como o delegado-geral da Polícia Civil de SP, Artur Dian, e o promotor de Justiça Richard Encinas, do Cyber Gaeco, além do ex-chefe da Divisão de Crimes Cibernéticos do Deic Carlos Afonso.
Apurações de promotores e analistas do Gaeco em conjunto com policiais federais descobriram “um complexo esquema ilícito, engendrado por intermédio do emprego indevido de empresas de tecnologia financeira”.
As duas empresas são suspeitas de receber valores em espécie e depois movimentá-los e alocá-los, dando falsa aparência de licitude para beneficiar o PCC.
Os investigadores afirmam que essas fintechs direcionavam os depósitos que recebiam para contas de “laranjas”, mantendo pleno controle de tais contas.
O que diz a defesa dos fundadores da Invbank
“Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique da Palma manifestam absoluta indignação com a injusta inclusão de seus nomes em denúncia do MPSP por suposições que já foram devidamente esclarecidas na fase de investigação. A defesa lamenta a exploração midiática de uma denúncia extremamente genérica e sem qualquer materialidade contra seus clientes e esclarece o seguinte:
A InvBank, durante a gestão do Sr. Carlos (2020 até setembro de 2022, quando foi vendida), nunca se relacionou com qualquer fintech citada, tampouco operava como tal. Sua movimentação financeira, no período, não superou a cifra de 60 mil reais mensais, devidamente informada ao Fisco, conforme documentação apresentada à polícia. Nenhuma das pessoas mencionadas na denúncia eram clientes da plataforma do InvBank à época da gestão do Sr. Carlos.
A transação financeira de Anselmo em favor da pessoa jurídica Invbank, limitou-se a transferência bancária entre a Caixa Econômica Federal e a conta PJ da empresa no Banco Itaú. Sua finalidade foi a de constituir sociedade em conta de participação (SCP) para investimento em um empreendimento imobiliário.
O negócio não se confunde com serviços financeiros prestados pelo Invbank e é absolutamente legítimo, com documentação já à disposição das investigações.
Importante ressaltar que não havia, até aquele momento (outubro de 2021), qualquer informação pública a respeito de práticas criminosas atribuídas ao sr. Anselmo, incluindo a pesquisa de certidões cíveis e criminais.
Somente após a morte do sr. Anselmo é que o sr. Carlos Ballotin, assim como todo o público, tomou conhecimento das acusações e a SCP foi desfeita, com a devolução integral de todos os valores depositados ao espólio do falecido.
Em relação às transações entre os srs. Carlos e Marcelo entre 5/2020 e 2/2021, os depósitos têm origem lícita e documentada perante a Receita Federal, sendo proveniente de receitas obtidas com o trabalho como advogados, como sócios.”
Policial Civil de SP é preso em operação contra fintechs ligadas ao PCC
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