Dólar Hoje: Tendência de Alta e Efeitos das Tarifas dos EUA
O dólar opera em alta nesta segunda-feira (3), impulsionado pela incerteza gerada pela adoção de novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos a produtos do México, Canadá e China. As novas medidas econômicas, assinadas pelo presidente Donald Trump, estabelecem uma tarifa de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses e 10% sobre mercadorias chinesas. Investidores temem que o Brasil também possa ser afetado por futuras sanções comerciais.
Cotação do Dólar Hoje
No início da sessão desta segunda-feira, às 10h11, o dólar comercial registrava alta de 0,32%, sendo cotado a R$ 5,856 na compra e venda. No seu pico do dia, alcançou R$ 5,886. Na B3, o dólar para março subia 0,47%, atingindo 5,903 pontos.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,30%, atingindo R$ 5,8355, sua menor cotação desde 26 de novembro do ano passado. Apesar de pequenas oscilações, o dólar está em tendência de alta desde 17 de janeiro.
O Banco Central anunciou um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para rolagem de vencimentos em 5 de março de 2025.
Valores do Dólar Comercial e Turismo
Dólar Comercial:
- Compra: R$ 5,856
- Venda: R$ 5,856
Dólar Turismo:
- Compra: R$ 5,889
- Venda: R$ 6,069
Motivação da Alta do Dólar
Os mercados estão reagindo à decisão de Trump de impor tarifas comerciais agressivas sobre os produtos dos seus principais parceiros comerciais. Os Estados Unidos vão tributar US$ 1,3 trilhão em importações, afetando mais de 40% do total de produtos comprados do exterior. O presidente afirmou que ainda pretende discutir com os líderes do México e Canadá antes da entrada em vigor das tarifas, programada para o dia 4 de fevereiro. Entretanto, a menos que um acordo seja fechado nas próximas horas, as taxas serão implementadas conforme planejado.
Adicionalmente, Trump sugeriu que novas tarifas sobre produtos da União Europeia podem ser anunciadas em breve, aumentando ainda mais a volatilidade nos mercados globais.
Impacto das Tarifas e Projeções para a Economia
O banco Goldman Sachs estima que as novas tarifas possam elevar o índice de preços de consumo dos EUA em 0,7% e reduzir o PIB em 0,4%. No caso específico do Canadá, a taxa de 10% sobre produtos energéticos pode amenizar o impacto inflacionário. Já a tarifa de 20% sobre a China poderia aumentar o PCE em 0,3%.
Economistas alertam que os efeitos dessas tarifas podem ser amplamente negativos para economias emergentes, como o Brasil. A alta do dólar, impulsionada pelo aumento dos rendimentos dos Treasuries americanos, afeta diretamente o mercado financeiro brasileiro, tornando o cenário ainda mais instável.
As tarifas também podem prejudicar o desempenho econômico de mercados estratégicos para o Brasil, como a China e a União Europeia, reduzindo o comércio exterior e impactando diretamente a indústria nacional.
Inflação no Brasil e Expectativas para 2025 e 2026
No Brasil, o Boletim Focus mostrou que o mercado elevou ligeiramente as projeções de inflação para 2025 e 2026. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 5,51% ao fim de 2025, em comparação aos 5,50% da pesquisa anterior. Para 2026, a projeção passou de 4,22% para 4,28%.
O centro da meta de inflação do Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o Brasil poderá enfrentar dificuldades para manter a inflação dentro da meta nos próximos anos.
O mercado cambial segue atento aos desdobramentos das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O dólar continua em tendência de alta, refletindo a incerteza global e os possíveis impactos sobre as economias emergentes, incluindo o Brasil. Os investidores permanecem cautelosos, observando a evolução das negociações comerciais e os impactos da inflação tanto nos EUA quanto no Brasil.